segunda-feira, 31 de julho de 2017

UM CRISTAL DE ROCHA

O olho olha de frente a uma pedra distante de um sol de poente
Ao que se diria o azul de sua tez na superfície dos cristais
Que tudo se aperceba conforme o distar que o seja no horizonte
Mais a ver com a penumbra oculta de fêmea feito mulher...

Aos cristais de um quartzo de uma hora luminar que o fora
O cristal desfaz as ondas que quebram há horas nos rochedos
Que fossem os mesmos que abandonaram escumas abrandadas
No sentido pleno em que as cracas também respiram os cascos!

Na vida de um passante formiga subentende que não o esforça
O carregar silencioso de um fardo que ao homem não o conheça
Nos véus de uma Natura incandescente quando por vezes sempre
Nunca se apresente ao mesmo olhar que – incauto – tropeça nas ervas.

De um homem que pensasse ser o mundo imenso qual diamantino
Nas luzes de um farol costeiro em uma noite que nos iniba pela beleza
A força de uma rocha emana de suas texturas as palavras ilusórias
Como as chuvas de pétalas de coral vistas por um grande enfermo...

Quanto que as enfermidades não sejam a patibular cria de verbas
A anunciar na poesia do mesmo cristal a jaça que entorpece esperanças
De que porventura algo fosse dado ao cidadão trabalhador e forte
Mesmo nos que são fracos os sejam apenas os da administração.

Em que fortaleza do caráter nascem os governantes, quando imiscuem
As páginas de suas próprias cretinices em subtrair traindo o seu povo
De tudo o que se esperava ao menos do justo que ao povo substabeleça
Na única vertente verdadeira que reza a orçamentos que aquele já conhece?

A poesia deriva de um mar de corais e vê o mesmo mar solapado
Pelas correntes inquisitórias do absurdo que não vê e não percebe
A tantos e tantos o estrago em que seus peixes sobrevivem dos dejetos
Em que os homens se transformam quando conseguem transtornar poetas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário