segunda-feira, 17 de julho de 2017

DIMENSÃO SOTURNA

Triste é a dimensão de um homem que se possa chamar de algo
Que não mais seria um simples objeto do interesse de muitos
Que extraem de sua própria hipocrisia o temor inerente do espaço
Que não se cria, mas que se transforma na angústia do lago noturno...

A poesia tenta, os seres navegam por alturas indecifráveis em oceano
Por cima e abaixo, e por vezes a embarcação cessa por naufrágios
Que não pretendemos acompanhar, visto a semântica dos mares
Tecer flâmulas em que vagos cristais se fizeram quando pisaram a areia!

A tristeza ensandecida da poesia navega agora por alturas do sofrimento
De todo um povo que se vê agora manietado por algozes de borzeguins
Que não se revelam mais por já se terem mostrado a que vieram às pautas
Quantos do regresso estiveram presentes no futuro que ainda não sucedeu.

As páginas de um tempo, soturnas e envernizadas, cedem falsas linhas
Na vastidão plena de um conhecimento quase ausente, quando se pensa
Que o pensar antigo se nos bastaria a que mais embarcações sucedâneas
Pudessem pelo mesmo mar estar silenciosas a trafegar sob brumas da noite.

Visto não haver o amor no coração do poeta, não haver senão a desesperança
De saber que não há a famigerada luz no fim do túnel inquieto que a tantos
Alcança estranhos prazeres de um trem de diversões absurdo daquilo mesmo
Que se passa com algo que não pretendíamos mas que foi realizado na farsa.

Não nos prestemos ao arrependimento vão, pois nossa missão é redimir
A nós mesmos por erros de tantos e tantos quilates, que o verso é gigante
Ao menos quando intenta o que não seria factível em ver que ao verbo
Não nos garantam outras e outras farsas, que o paquiderme monstro alimenta!

Essa garra serpentina de dragão dos mares que não resolve deixarmos em nave,
Recrudesce a outros antigos procederes e receitas infinitas de não saberem
Quando se encerra a esperança mortificada por nossos crassos erros de ontem
Ao amanhã peregrino que se vai levando um país a reboque: torto e enfermo...

Resta a representação de quem haja que seja no mundo bestial da modernidade
Quando soubermos que aquilo em que acreditamos seja apenas a face de guerras
Em que começaram em crucifixões ao relento, e terminam depois de milênios
A crucificar democracias quando esperam de seu povo a miséria lentificada!

Essa cristandade que se revela no palácio dos parlamentos da latinoamérica
É a mesma de fariseus da prosperidade, a morte desesperançada da fé paga
Com a féria do vintém roubado por si próprios nos templos de Salomão
Quando pregada em cruzes vertidas por algo que não revisitamos por querer.

Essas estranhas alianças que tentam deitar por terra a Igreja Papal, de Pedro,
Da primeira pedra consagrada por irmãos e irmãs valorosos por sua fé
Revelam a sua tirania, mesmo quando disfarçadas pelo contra golpe da pretensão
Em dizerem-se de Cristo e em Deus, cometendo o pecado da pronúncia em vão.

Há que se separar o que é joio, o que é do trigo, o que é libertação daquilo
Que se dita ao dizimista a questão opaca da fé ultrajante dos mercadores da mesma
Quando sabemos que as estranhas missões pretensamente evangélicas no sagrado
Território, a mais não se diz, que tombe a pretensão de que cada qual tem seu Cristo.

Que se coloque que o Cristianismo é veia de libertação pela fé, pois rege a Lei
De que o Antigo Testamento é a versão mais correta a que seus Profetas
Pregaram a chegada de Emanuel, o Salvador, que foi negado, antes pelos Hebreus
E depois, em sua essência, não compreendido pelas igrejas da Teologia da Prosperidade.

Reza o simples fato de que ao dízimo seja dado o conhecer que favorece a comunidade,
E não aquele que se presta a receber o que é dado para proveito pessoal, extensivo,
A que esse erro, não apenas religioso mas político, ao menos nos ensine corretamente
A viver mais em harmonia com a libertação da teologia de cerne internacional.

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