Continuamos,
sempre... A vida de cada qual, quem dera, que não fizesse parte da “conveniente”
relação de poder entre as pessoas e as sociedades. A não se falar do poder
constituído... Essa palavra que pode ser o empoderamento,
como quiçá um neologismo em certos sistemas da literatura, enquanto instituição,
mas que compreende o universo do que pode ser uma ação consonante com a
participação em sociedade com lideranças mais representativas de fato. Reza uma
cartilha que simplifica demais as equações em que nos defrontamos – qual uma
muralha de personagens de borracha, pneumáticos – a que sentimos nossas vulnerabilidades
ante um ente surpreendente em que invade um país com suas pretensas missões e
que de pretensão derruba governos, em um jogo covarde e bestial, porquanto com
muito mais peças de inteligência. Não nos restará ficarmos calados, pois a quem
seja permitido ainda escrever ao menos, que lhe seja alforriada uma intenção patriota.
A situação atual em nosso país prescreve muitas das conquistas trabalhistas, e
no entanto, no reverso da medalha, os trabalhadores coletivamente passam a ter mais consciência,
como massa, como poder: que possa algo, ao menos, em seu diálogo consigo e com
seus colegas. Esse beco sem saída pode parecer real, se continuarmos a
acreditar que estamos liderando algo quando convocamos pressões populares, que
ocorrem em dadas circunstâncias como peões que giram no mesmo lugar, sem
assentamentos, e com a convicção de alguns partidos de esquerda tiraram como em
uma sangria desatada de seu povo as riquezas, num modal operativo que não foge
à regra de séculos de sangramento em nossa nação.
Não
se coadunam um incremento gigantesco nas máquinas produtivas e na ilusão de que
aumentando os salários para o consumo interno estaremos efetivamente mudando a face
da sociedade. Apenas quiçá com a participação nos lucros da empresa o
trabalhador ainda possa ter a ilusão de ganho, mas com a realidade relativizada
aos meios de produção que continuam a manter ciclicamente a miséria e o
exército de reserva submetido às colocações de farsa humanitária. Enquanto
houver a indústria cultural com o poder a ela concedido em todos os governos
desde que se implantou de modo gigante no país, convenhamos que foi dado o
circo. Panis et circenses, é o que
pretendem, que se dê ao menos a subsistência e que se receba a subserviência,
para no final da jornada encontrarem seus conteúdos nas novelas, que se
pretendem arte do povo, e não a verticalização subcutânea do que realmente é,
posto oligopólio do lazer.
Em
etapa posterior deste novo século sabemos que a informática é algo que já faz
parte de todos os sistemas implantados para o funcionamento operacional de
nossas sociedades contemporâneas. Por isso aqueles países que inventaram os
sistemas monopolizaram o controle sobre todos os países que utilizam suas
plataformas. No entanto, há países que investiram maciçamente em educação e que
já possuem seus próprios sistemas alternativos, rompendo com a compulsória
relação entre a informática matriz e suas colônias. Resta intensificarmos a
noção evidente que a relação de classes e objetos migra neste novo milênio de
relações arcaicas entre a massa e seus empregadores para outras relações
inequívocas onde o objeto em questão é a própria indústria da informação,
deslocando os fatores econômicos para universos distintos e realocando capitais
para nichos ou bancos que têm um comportamento que segrega antigas formas de
relacionamento dos negócios no planeta. Torna-se mais evidente que alguns
indicadores econômicos já não revestem de clareza o que acontece com o mercado,
pois este vira apenas um dos aspectos do fator gerador e acumulador da riqueza
onde, pela outra face, a indústria da informação e processamento de bancos
gerenciais aumenta geometricamente. O que segrega o chamado empreendedorismo
micro e pequeno é a total impossibilidade de que estes venham a continuar
resistindo como empresas, já que em sua maior parte tende a fracassar, mesmo
quando donos de receitas pioneiras, porquanto capitais intermediários avançam
sobre a vulnerabilidade dessas fatias do mercado. Nas ruas se espelha um
panorama em que a vida mais sectária segue a passos largos com os aparelhos que
permitem uma comunicação entre as gentes, mas na maior parte das vezes é
subaproveitada, pois gasta-se um tempo no vernáculo quase de pedra na
ignorância que alguns pensam que não possuem, onde os livros não tomam seu
lugar e acabam nas prateleiras do descaso. Como se virássemos ratos dependentes
de estímulos e respostas, quando de um uso muito acentuado nesses displays.
Tornamo-nos ao mesmo tempo dependentes de um objeto verdadeiramente capaz de
exercer funções, mas não nos damos conta de que pode se tornar um acessório
igualmente capaz de ser um suporte de expressão, de publicarmos algo, em que o
computador pessoal seja a base para essas funções de inserção intelectual nas
sociedades. Essa questão é vital para compreendermos que o bom uso independe do
aparelho que temos, pois este não vive em função daquele, já que o computador,
como qualquer máquina, depende que o operemos, depende que apertemos seus
botões e o giremos na roda que impulsiona a nossa passagem de vida por este
mundo. A participação inequívoca é que seremos mais conscientes quando
soubermos tirar um tempo para “re” descobrir os recursos que estejam em nossas
mãos, inevitavelmente ou não. E que saibamos, antes de tudo, que a informática
não será nunca mais poderosa do que sabermos dos antigos meios, ou mesmo da
mescla que se faz entre a tecnologia histórica e aquela que se chamaria
conveniada, pois vem instituída por padrões ocultos de dominação. Não podemos
aceitar que o gadget seja a pedra
filosofal, pois quem transforma algo em outra coisa talvez seja a ciência, mas
mudarmos os conceitos que aos poucos as novas gerações já enfrentam por osmose
dependerá do diálogo constante entre a consciência de um pai e uma mãe, a
saber, consciência esta que transmite aos filhos uma reserva quando de uma
empatia exacerbada pela onda ilusória e hipnótica dessas novas tecnologias.
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