Várias são
as palavras que pronunciamos em que nossos sentidos se apercebam. Bem dito, que
nossos sentidos são imperfeitos... Mesmo em comparação com outras espécies.
Essa revisão do que são as letras consoantes e sua contestação na rotina de
nosso modo de pensar constituem uma metodologia de importância fundamental em
como construir um pensamento crítico. Nas vertentes de um realismo estético
encontraremos uma veia em que a aproximação com o ser criador se dará baseado
na vertente de nossa compreensão da realidade tal como ela é. Não obstante, não
há limitadores do modal criativo, mas apenas a necessidade de sabermos que a
oportunidade da expressão da arte deve servir a todos. Arte por arte e pela
arte em um padrão, quem sabe igualmente artesanal, como um caminho de ofício,
um aprendizado na estética da expressão. A estética no seu valor que
consubstancie qualquer expressão, qualquer construir. Mesmo sabendo-se que há
uma intenção inequívoca em extinguir a arte como meio de expressão humana
através da impossibilidade de através dela receber-se algum ganho em virtude de
suportes já “superados”. Ao menos que se pretenda usar essa maravilhosa
ferramenta na ampliação das possibilidades de uma educação mais consagradora
com relação às gerações mais novas e às populações mais vulneráveis, pois não
há no mundo quaisquer homens ou mulheres ou crianças que não possam estar
abertos ao ensino da arte no mundo, haja vista ser ela o reflexo cultural dos
povos. Assim como devem ser respeitadas as diferenças de classe, étnica, de
gênero, etc, há que se saber que a arte deve ter em suas bases a abertura para
a expressão livre de quaisquer amarras ou sectarismos. No entanto, deve haver
igual oportunidade para aqueles que não são favorecidos por questões de vulnerabilidade
ou classe social, que tenham acesso livre às técnicas de expressão e meios que
venham a contribuir para o processo de tomada de consciência nos processos
produtivos do fazer artístico. A partir da possibilidade de termos meios de expressão
mais acessíveis, a eletrônica se torna igualmente um objeto ou ferramenta que
permite a condição para esses pressupostos.
De qualquer
modo, a arte como mercadoria já encontra-se em outras gôndolas de um comércio
mais flutuante na acepção crua em que muitos talentos já são descartados quase
congenitamente. Há controles societários em que a vinculação da divulgação de
um trabalho de arte tenha que passar necessariamente pelo crivo dos órgãos
midiáticos, que sejam, ao menos os regionais, que passam a ser quase sempre, em
nosso país, meros repetidores dos grandes canais. Cria-se uma certa fama, mas
os trabalhos prosseguem sendo descartados em virtude dos canais perceptivos
humanos passarem por um tipo de frequência distinta daquilo que vimos a
compreender em eras anteriores, no que ao menos o olhar não mudasse tanto
quanto agora, na desmesurada plataforma digital, ao mesmo tempo limitante do espaço
concreto como um tanto simbiótica na mescla entre o que seja valor produtivo e
valor dado à informação de outrem como agregação quase fantasma, e no entanto
endêmica. Esse constatar parte da premissa de estarmos quase escravizados afetivamente
por um display que funciona enquanto comportamento oclusivo da vida antes
cotidiana e agora – repito – na gôndola de um fracasso cultural. Surge um novo
modal que é a função de ficar retido em um trabalho adicional de natureza
emocional ou de ilusão de popularidade que exclui aos mais jovens a consciência
do que seja ou tenha sido em toda a história a prospecção de antigos materiais
e antigos meios de comunicação. Estranhos tentáculos sequer mostram ou revelam
a dimensão estrutural de suas parafernálias e nem citam para que ou para quem
comercializam os aspectos funcionais da informação de cada qual, em mapeamentos
de sistemas integradores de capitais transnacionais, ao mesmo tempo girantes na
web, como em blindagens de sistemas financeiros absurdamente distintos do que
havia antes dessas novas ondas tecnológicas.
Em síntese,
o poder que emana daqueles grupos ou conglomerados em rede, mesmo antagônicos,
une faixas de frequência exatas em seus modais de comunicação, gerando ações
que comprometem enormemente as estruturas de poder mais tradicionais
politicamente, nas assertivas com relação às mídias digitais que estão fora da
grande mídia. No entanto, esse aparente “estar fora” não nega o entrelace da
calculada estrutura em forma de gráficos e pesquisas, e outros tantos
artifícios que um estudo mais aprofundado da teoria da informação deixaria um
cientista menos informado absorto... No atual sistema operacional do grande
deus “curtir” existem correlatos os fatos de que esse é apenas um pequeno
pedrisco que torna sucesso por vezes quando se torna viral, em ilusões sem
precedentes históricos, que perfazem o torpor da sanha em se sentir aceito em
um grupo, em uma rua, em um mundo, onde não haverá diferenciação, se não
soubermos ter a consciência na igual retidão e exatidão no uso de quaisquer
recursos que estejam à mão. Apenas estejamos cientes que bem ou mal podemos
publicar, sendo este o grande fator. Segue a premissa que sempre é hora de nos
explanarmos mais alongadamente e com
concisão – mesmo no vernáculo – para nos fazermos entender na plêiade desses
caminhos que aparentemente possuímos. Seria ideal se o nosso país possuísse um
sistema informacional próprio, mas antes pautemos pela educação de toda uma
população, pois os ensinamentos das repúblicas dos séculos anteriores nos
revelam a importância capital dessa necessidade extremamente básica e
fundamental para um povo e sua Nação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário