domingo, 30 de julho de 2017

VERTENTES INQUIETAS

            Haverá alguma coisa em que o processo de informações não tenha levado em conta? Seria uma frase banal, mas a referência desse mesmo processo talvez não resida apenas em uma digitação às pressas para quem aceita certa ordem sem nem saber ao menos do que se trata. A alienação de um indivíduo perante uma coletividade de alugar-se algo sem sombras participa apenas ao sofrimento do mesmo indivíduo, em que a mesma esfera coletiva não resolve mais a sua própria impotência. No que esperemos que fôssemos potencializar até mesmo a existência intelectiva de um isolamento a que tantos não necessitem falar outros tantos a respeito, posto a vida não mereça cuidados maiores daqueles que deveriam estar fazendo parte de qualquer pauta. Os caminhos que nos levam a querer muito de algo entope nossas veias que já estavam quase abertas no nosso sofrimento, a que chegamos a um ponto onde a arte não se ressente mais por onde anda o juízo humano. Se é de tanto que não o mereçamos por exclusão social, o enfermo qualquer mantém-se conforme para não se tornar mais enfermo, e assim gira a roda existencial do que podemos chamar de uma “sorte” sem precedentes, posto mais enfermos com menos enfermidades, no que a patologia social encerra as atividades com o peso de nossa era atual, ao que nos resguardemos neste único significado, ao menos por enquanto.
            Tantas são as veredas, tantos caminhos que não sabemos com certeza o trilharmos, e essa faculdade de termos alguma dúvida nos leva ao um pensamento com um diálogo constante conosco mesmos. Esse tratar-se da história, ainda que nas artes, permanece com um tempo em que a própria história com o tempo é excluída. Não se torna a eletrônica um modo de existir, ou quase? Pois sim, a grande vantagem é estar com preparo de se usar o meio desse novo modal de comunicação, que no entanto nas suas entrelinhas há uma engrenagem na exposição quase compulsória das informações sobre quem quer que seja. Mas não, que prefiramos a negativa...  Quem seria este que escreve por vertentes tais que nem o labirinto de Teseu daria por conta de todos os Minotauros. Antes pensássemos melhor sobre a cruenta pátina da hipocrisia que versa o aspecto quase surreal do que se chama enfermidade psíquica, a mais de dizer que um atravessa o patíbulo todos os dias, mas o isentam da forca. Na verdade, a construção de um mundo melhor atravessa os mares, repõe as esteiras da vaidade, reloca situações, preza pela ordem, qualquer que seja, pois seu oposto quiçá não se chame justiça, mas a tentativa quase que atávica de toda uma nação meio internacional que permeia agora com a facilidade tremenda em nos comunicarmos com muitos, ao menos. Que seja dada uma largada em cada manhã, que as rotinas que empreendemos sejam, a bel do prazer da sanidade, o abraço de uma boa medicina em que confiamos plenamente, na vereda sempre incompleta de desvendarmos o cérebro como universo da Ciência. A tônica não nos ditaria que fosse algo distinto, mas que um quando escreve se sente bem, isso é bom. Prezemos pela qualidade do diálogo, mesmo sabendo que por vezes a representatividade está muito aquém do desejado, pois os homens e mulheres talvez tenham mais confiança no que está escrito nos seus gadgets.
            Um termo que talvez aprofunde a questão será sempre recebido com rechaço dos usuários convencionais, e a língua vernacular tateia em sombras que aos poucos vai tomando conta de um ignorar-se ao aprofundamento de outras questões que também fazem parte da participação em nossas vidas. Estamos próximos a uma era do chumbo, uma era mais pesada, e no entanto melíflua com relação à uma Babilônia de velhos ensandecidos. Torpe, tardiamente sexólatra em que, salvas exceções, é mais compatível ver o apêndice ereto do que erguer-se intelectualmente para vivenciar outros aspectos da existência, em que a libido se transforma em mudanças, no que mantenhamos o caráter nas circunstâncias de um erotismo cambiado e transformador. De cada qual, a busca pelo poder transuda sob pílulas azuis, sob mulheres objetos, sob fauna, sob evolução às avessas... Não que carecemos de tudo, mas muitos carecem de muito. Essa é uma assertiva inevitável, tanto para os trabalhadores como para as empresas. Jamais haverá rumo na plutocracia, pois a história revela que regimes tirânicos servem apenas aos interesses de poucos, nem que para isso venhamos a aceitar os misticismos febris de tentar aplicá-los no jogo eterno da manipulação das massas, pois o perigo ascende em um modal equivocado quando mexemos com as máximas dos direitos humanos internacionais, que vem a dar nos costados quase inquietos que nos levem a um mundo mais justo, coerente e não sectário.

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