terça-feira, 1 de agosto de 2017

UM NADA QUASE PAIRA

            Seria muito dizer de um algo quase... Sim, no suposto quase, um nada, um reflexo de um mar de chumbo em sua própria água, espelhando a si mesmo como quem embandeira um xeque quase mate. No dos outros, obviamente, mas a questão é tão imprópria como conteúdo inclusivo que nada parece fazer sentido do que a equação mais pura de contendas previsíveis e datiloscópicas, revelando ao tempo e apenas a ele o que é de manifesto e o que é de manifesto oposto, em um quase teorema resolvido por agendas enferrujadas por casuísmos, compras, vendas, ou o oportunismo do saudoso mundo repleto de sonhos de farsas. Como uma grande alfombra tecida em urdiduras quase incompletas, que se sucedem a construir e desfazer os fios de tramas eternas, pairam por cima paquidermes da história que só ausentam o cerzimento, obrigando a costuras e remendos, um por cima do outro, no que resulta apenas o fato do mesmo elefante não querer se levantar, mas apenas pressionar o confortável calor que não o deixa na posição de sentir a terra de uma vivenda mais “sóbria”. E continua o arremedo de algo nada que fora quase, e que paira até mesmo na grande nação! De um Norte, bem entendido: de muros, de racismos, de contendas de classe, de um anátema matricial na espoleta não deflagrada nos corredores de um hospital, entre tantos no mundo, em que uma criança aparece com a pálpebra fechada por um disparo, em uma imagem que se torna lugar comum na brutalidade cotidiana em que não paramos – quando em nosso egoísmos em direção ao poder – para observarmos que o mundo é extenso, e a fronteira do click está em se clicar. A medicina precisa de próteses urgentes, as minas invadem solos sagrados, os ateus passam com suas certezas dogmáticas, revolucionários de carimbos não acreditam no efeito estufa, e passamos desagregados na imensa falácia do companheirismo de covardia, de sentarmos no chão perante forças que estão ali para nos proteger, e ao patrimônio comum. A falácia está à solta, e um jornal reza por merecer nome, e aquele nome que o jornal não possui de crédito se torna um nome estigmatizado por algo que alguém poderia alcunhar de inteligência, mas que o vernáculo de sensaborias toma as dores que são reflexos do que jamais houve, de uma relação “inequívoca” com o atraso...
            Não, que não se dessem nomes aos bois, que a manada é grande, e quem cantou nunca leu Huxley, apesar de apenas conhecer Ramalho. Pois que a arte seria popular, do nosso chão, como bem disse Beth Carvalho, mas quantos estão dispostos às piras do sacrifício, de carregar as cruzes de trabalhos insalubres de outros vulneráveis a que não saibam, mas que do não vulgo representar, do espelho líder... De algo que seja o que? A predisposição confortável de negaceio de um enfermo aos olhos perscrutadores de quaisquer agremiações políticas? O que pensam de manadas, pois que somos todos o mesmo: viramos espécie insalubre, meus amigos. Se alguém não possui uma cabeça de parafuso que não espana, como vai encaixá-lo, se não cooptar ao menos a ferramenta, ou simplesmente comprar novos furos? Pois disso que se diz, a cada buraco seu nada. Milhões de orifícios estão à disposição, e há parafusos para vários tamanhos, mas as cabeças estão espanadas. Metem rasgando, de qualquer maneira, em qualquer direção, e vão minando superfícies, estragando propostas, isolando luzes, empenando a casa. A casa é comum, a casa é um universo, não importa a teoria das cordas, nem os fractais de uma limalha e seu ímã. A ciência não dita a regra, pois a balança já pende para as guerras, e, enquanto um ser olha de modo feroz para outro por qualquer motivação, já se vê que não está no solo, porquanto ainda possa se revelar o mais lúcido dos mortais, revela apenas um nada que paira como um ruído etéreo em seu sentimento, uma poeira que tenha deixado acumular em seu caráter, uma raspa de um tacho feito palavra ou frase que lhe sopraram em surdina, uma desconstrução a respeito do outro ou, finalmente, a técnica persuasiva de quaisquer lados experta na ciência manipuladora do indivíduo e da coletividade. Qualquer modal que resolva a equação na construção de uma paz consagradora entre os povos já é uma saída de cavalheiros ao menos que resguarde – assim falando em fronteiras – as fases difíceis de uma grande nação, quando justamente se pensar que a paz se faz com a justiça social nas sociedades, e suas reformas verdadeiramente favoráveis ao seu desenvolvimento: humano enquanto preservacionista e menos carnal e materialista.

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