Qual
não seria o dia em que não pensemos ao menos no amanhã... A vida prossegue sem
termos noções mais imediatas do que se constrói no pensamento e naquilo que
vertemos como dias quase inacabados. O que nos parece consentido é algo tão
ínfimo quanto sabermos de uma espetacular vertente de coisas que ainda não
sabemos a dimensão exata, em se tratando da tecnologia, seu uso, e o futuro que
se espelha em seus rastros. Sente-se na carne da Terra alguns desses rastros,
mesmo que não assumamos o papel do pessimismo, mas que temos errado em
desenvolvermos certas frentes, não há dúvidas. O papel do desenvolvimento da
humanidade não pode jamais estar desvinculado da Natureza, em seu sacrário do
respeito, pois a nós revela-se agora que os meios de apropriação daquela, mesmo
que se fosse distribuída a riqueza igualmente, pecam por seu modal de atuação.
Enquanto o homem não observar melhor o que é o milagre da vida, em um vaso de
planta que seja, não será mais apto a ser um homem e deixará passar o tempo
erraticamente na escusa plataforma de cartilha – seja qual for – em doutrina, a
que isenta de seu tempo a leitura em profundidade fora das letras, incluso. Um
encontro com a Natureza é um encontro com o que há de vida, pois mesmo em uma cidade
de concreto se vê brotar entre as pedras as ervas que ignoramos como vida igual
e partícipe. Se tantos e tantos seres não nos abandonam em suas veredas
diamantinas e próprias, se tantos e tantos mundos marinhos estão submersos em
suas belezas, como apreenderemos o fato de que é apenas o óleo vertido através
do sangue de inocentes que importará em nosso futuro, se essa mesma fonte não
resguarda o que não planejamos, a não ser com incertas iniciativas? As energias
que deem sustentação à humanidade já há décadas existiam nos biodigestores
inclusive e são poucas as sociedades que carregariam os seus resíduos para
alimentar essas usinas...
Um
futuro não está no que virá, pois antes de vivenciarmos esta nossa era,
claudicamos muito no que pensamos ser acertos, em premissas inválidas de
acharmos que a evolução da nossa espécie significa melhorarmos as ferramentas.
Seria melhor se além de as melhorarmos pudéssemos democratizá-las, incluindo, fomentando
o conhecimento, lutando com o bom combate para que realmente servissem a todos,
ao bem comum, desde casas até computadores. Quando se fala lutar um bom combate
devemos crer que não haja jogos nem os cenáculos da hipocrisia, pois a luta se
faz através do debate e do diálogo, mano a mano, reiterando o que deva ser bom
a um país, que seja, alguma melhora nessa esfera, mesmo circunstancial, já é um
progresso ainda que em uma latência provisória. Parece-nos por vezes que governantes
com idade avançada não queiram mudar muito a face da sociedade pensando apenas
em deixá-la com um perfil extremamente conservador, regredindo a história de
nossas conquistas, e talvez tenha pertinência essa colocação. Isso é uma
sensaboria que ocorre muito, pois o futuro com mais justiça social assusta um
pouco os regressistas. É muito difícil convencer um homem idoso a mudar sua
concepção da vida, sobrando aos jovens a tarefa de ao menos escutar os mais experientes
que não são exceção à regra quando pontuaram a sua vida inteira por um
pensamento mais arejado e equânime com o bem de todos. Esse “escutar” os mais
velhos passa por uma necessária mescla do encontro da história e,
principalmente, do respeito que temos que ter por aqueles que lutaram toda a
sua vida para um mundo melhor.
A
evolução humana fala melhor e possivelmente a uma solidariedade que em tese
deveria estar presente nos trabalhos para metas a serem obtidas ou, na grande
massa, as peças a serem fabricadas. Segue-se os pressuposto de que a evolução
nos negócios e nas carreiras seja um retrato de leis de mercado pura e
simplesmente tiranossauricas, na
abordagem predatória entre os homens no que veste de insanidade o fato de se
querer o poder como condição sine qua nom
de colocação entre aqueles que se alimentam autofagicamente daquele.
O
modo da bondade se torna a questão evolutiva, pois é através do humanismo que a
humanidade deve caminhar, e não uma involução regressa onde aquele que constrói
um grande empreendimento só se preocupa em ganhar seu desmesurado lucro, em
detrimento do que faz através disso para manietar a Natureza. Esse é o mais
puro modo da ignorância, mesmo que esse ser seja um grande engenheiro, ou um
homem de ciência. Portanto, a própria ciência e seu uso deve passar por um
crivo autocrítico, em um diálogo constante sobre o que pode acarretar nas prospecções
gigantescas em nossos minérios, por exemplo, e suas decorrentes cicatrizes na
terra e suas aldeias ou cidades. Essas mesmas sangrias em nosso planeta e as
inserções poluidoras atualmente são o nosso principal fator de atuação nas
frentes de libertação dos povos, pois não será jamais através de uma ganância
cada vez mais brutal e desumana que poderemos conscientizar as populações da
linha da pobreza sobre essas questões, já que nem os ilustrados do primeiro
mundo tomam qualquer iniciativa a respeito...
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