sábado, 1 de julho de 2017

UMA PAZ E A RELIGIÃO

          Um homem que ofende é um ofensor, não importando se ele o faz com intenção ou fala como que conforme um fruto do que lhe treinaram para fazer, falar ou praticar… Um governante pode ofender seu povo, um asceta não, em geral, pois seu treino é para praticar o bem, e isso é de vital importância a que apreendamos as questões relativas ao que vem a ser um direito que aproxima mais os povos, que evite qualquer diáspora, de qualquer natureza. Quem gostaria de um país melhor, a quem que se torne melhor por ser de outro, ou qual o significado de uma fronteira, se um habitante fala com outro de outro país a menos de dois palmos de distância? Não… A questão das distâncias afasta a nossa pretensa faculdade de amarmos a humanidade, pois enquanto subestimarmos os outros seres estamos fazendo o jogo de vermos uma folha não como uma folha, mas como alimento, um porco como carne, um cheiro como o produto da cosmética, a beleza como algo de produção, a arte como o falecimento de seus suportes…
         Que não estejamos preparados para sermos maiores perante outros, posto a cada qual cabe um ego falso enquanto não reverenciar a raiz que ilumina nossos caminhos, que é o próprio Deus, Krsna, assim como um devoto indiano ou hare o vê, que pode porventura ser Abraão, Jeová, Orixá, Cristo, Maomé, Alah. Isso é uma consciência que não brota do subconsciente, posto já ser a compreensão do Todo Supremo, dentro de nossa limitada percepção, justo, inclusive na sua Forma, pois em tudo que conceituamos estará esse Todo, incluso naquilo que não concebemos ou percebemos, que é o Todo Completo, em sua Totalidade, em seu próprio infinito. Uma compreensão que acaba por nos alicerçar enquanto soubermos dos erros cometidos por várias religiões, e sua atávica e necessária construção e releitura sagrada. Não teremos muita esperança se não soubermos que a humanidade caminha por duras veredas, em que se tira da maioria para se dar a grupos muito menores, concentrando materialmente as riquezas nas mãos de poucos. Alguns que não possuem muito tem medo de serem subtraídos, e outros se empenham em forçar sua fé por encima de outros credos, fazendo guerras para tal intento. Creiamos que lutar por impor uma religião sobre outra, falando injúrias a, ou ofendendo um asceta, um devoto qualquer, no mínimo é uma grande ofensa.
          A paz está em raízes que devem ser debatidas a todo o momento, e a questão territorial não passa de uma grande ilusão, quando alguns agrupamentos a requisitem. Basta as ocupações ilegais perante duas faces… Jimmy Carter já tentou resolver ou ajudar. A crença que se baseia na riqueza como uma bênção divina apenas coloca a escanteio o processo da redenção e fidelidade religiosa dos povos e na eucaristia que lembra a história do mundo Cristão. Cristo era pelos pobres e suas lutas, e não é sabendo menos do que isso que nos tornaremos senhores de uma verdade relativa sobre o tema. Nosso Papa Francisco I revela-se um notável líder religioso que antepõe às máscaras da hipocrisia de um sistema cada vez mais injusto a notabilidade de fé que encontra na sua missão regeneradora e confortadora do papel da Igreja no planeta, com respeito irretocável aos biomas e sistemas ecológicos mundiais. Comungar com todos seria bom. Assaz bom. São estas as palavras de um humilde servo da vida que se pretende existir no modo da Bondade. Graças às religiões!

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