domingo, 1 de novembro de 2015

TAREFAS ÁRDUAS

            A vida por vezes nos encerra em caminhos árduos, em que temos que derivar e seguir por outros mais longos para evitar contendas quase inevitáveis. São embates em que a falta de tolerância de uma das partes pode se tornar insuportável frente a um gesto tolerante pela outra, quando o opositor intenta justamente o conflito. Nas relações humanas nem a própria psicologia – em muitos casos – resolve uma situação em que alguém nutre um ódio arraigado, ou uma inveja incontornável por alguém, o que pode se refletir em inquietações de ordem da insegurança afetiva do presente ou da mesma, financeira, do futuro. É uma simples questão que pode ser resolvida quando compreendemos a idiossincrasia daqueles que porventura insuflem o caos e a desordem por uma natureza corriqueira e recorrente. Isso ocorre em vários níveis das estratificações sociais, mas começa inevitavelmente em nossas famílias, nas escolas, no trabalho, ou em relações da política: em governistas e opositores. Em síntese, em tudo o que há no universo do fator humano, pois enquanto os homens deixarem de pensar em fáceis enriquecimentos dentro de seus próprios egoísmos, sempre haverá esse tipo de eventualidade, por vezes grave, quando pelo menos uma das partes não se mostre mais sábia, mais humana, mais inteligente em lidar com esse modo que se traduz na ignorância, pois que tende a praticar o dolo, por vezes até inconscientemente... As tarefas do entendimento entre os agrupamentos humanos são árduas, e nesse pressuposto temos que trabalhar para que sejamos mais humanos sempre, nesse sentido.
            A mim me parece que um dos maiores crimes contra os direitos humanos é não respeitar os progenitores, os professores e as pessoas de idade avançada, pois são populações vulneráveis e aos quais não se justifica qualquer ato desumano. Do mesmo se pode dizer dos enfermos da mente, quando cumprem seu papel com a medicina, tomando os remédios, e, no entanto, mesmo assim sofrem por vezes recorrentemente o preconceito, este arraigado desde priscas eras no cerne das sociedades. A grosso modo, é muito importante abraçar essas realidades enquanto pontificamos a existência mesma do Estado de Direito e a Cidadania Democrática, pois é através apenas desses requisitos que podemos dialogar com o “outro” a partir da existência cabal e importantíssima dos Direitos Humanos em qualquer nação civilizada... Essa é uma assertiva máxima a que aqueles que tem a crueldade como foco devem tomar conta e ciência de que homens como Hitler, Franco, Pinochet ou Médici só fizeram espalhar o horror entre sociedades inocentes, com seus “recursos” beligerantes de coação e equívocos sem par. Sobre essa questão, que se evite brotar a erva que danifica o bom alimento, é que devemos estar atentos, bem como àquilo que por impulso pensamos ser correto, remontando a intolerância ou práticas que fomentem ódio onde deve haver paz e notadamente querermos o melhor, não apenas para si e ao próximo, mas para a própria nação brasileira. Essa é uma tarefa árdua para alguns, ou apenas a sustentação coerente de uma posição existencial, que não seja complicada, pois mais justa. Para alguns é mais fácil, e para outros depende de se enfrentar adversidades, por vezes naturais ao exercício de suas profissões, ou mesmo de alguma situação particular em que se encontrem.
            Nada é simples na natureza humana, quem dirá na origem de conflitos. Estabelecermos uma ordem social baseada na harmonia sempre será uma tarefa difícil, pois o poder nubla quase sempre àqueles que o desejam de per si, em quaisquer circunstâncias. Ao poder confiado pelo voto, que se cumpra... Àqueles que, cheios de artimanhas tentam sacar do poder uma liderança capaz, devemos estar atentos para que isso não aconteça se não houver um motivo ao impedimento de um Governo que seja absolutamente inevitável ou muito nocivo ao país, com provas extremamente contundentes e antipatriotas. Pois qualquer tentativa de fomentar a discórdia entre os Poderes no mínimo é um atentado contra a democracia, esta jovem e pura democracia que conquistamos a duras penas com muito sacrifício e que não teria mais sentido no mundo inteiro se sofresse um golpe, branco ou não.

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