A vida por vezes nos encerra em
caminhos árduos, em que temos que derivar e seguir por outros mais longos para
evitar contendas quase inevitáveis. São embates em que a falta de tolerância de
uma das partes pode se tornar insuportável frente a um gesto tolerante pela
outra, quando o opositor intenta justamente o conflito. Nas relações humanas
nem a própria psicologia – em muitos casos – resolve uma situação em que alguém
nutre um ódio arraigado, ou uma inveja incontornável por alguém, o que pode se
refletir em inquietações de ordem da insegurança afetiva do presente ou da
mesma, financeira, do futuro. É uma simples questão que pode ser resolvida
quando compreendemos a idiossincrasia daqueles que porventura insuflem o caos e
a desordem por uma natureza corriqueira e recorrente. Isso ocorre em vários
níveis das estratificações sociais, mas começa inevitavelmente em nossas
famílias, nas escolas, no trabalho, ou em relações da política: em governistas
e opositores. Em síntese, em tudo o que há no universo do fator humano, pois
enquanto os homens deixarem de pensar em fáceis enriquecimentos dentro de seus
próprios egoísmos, sempre haverá esse tipo de eventualidade, por vezes grave,
quando pelo menos uma das partes não se mostre mais sábia, mais humana, mais
inteligente em lidar com esse modo que se traduz na ignorância, pois que tende
a praticar o dolo, por vezes até inconscientemente... As tarefas do
entendimento entre os agrupamentos humanos são árduas, e nesse pressuposto
temos que trabalhar para que sejamos mais humanos sempre, nesse sentido.
A mim me parece que um dos maiores
crimes contra os direitos humanos é não respeitar os progenitores, os
professores e as pessoas de idade avançada, pois são populações vulneráveis e aos
quais não se justifica qualquer ato desumano. Do mesmo se pode dizer dos
enfermos da mente, quando cumprem seu papel com a medicina, tomando os
remédios, e, no entanto, mesmo assim sofrem por vezes recorrentemente o
preconceito, este arraigado desde priscas eras no cerne das sociedades. A grosso
modo, é muito importante abraçar essas realidades enquanto pontificamos a
existência mesma do Estado de Direito e a Cidadania Democrática, pois é através
apenas desses requisitos que podemos dialogar com o “outro” a partir da
existência cabal e importantíssima dos Direitos Humanos em qualquer nação
civilizada... Essa é uma assertiva máxima a que aqueles que tem a crueldade
como foco devem tomar conta e ciência de que homens como Hitler, Franco,
Pinochet ou Médici só fizeram espalhar o horror entre sociedades inocentes, com
seus “recursos” beligerantes de coação e equívocos sem par. Sobre essa questão,
que se evite brotar a erva que danifica o bom alimento, é que devemos estar
atentos, bem como àquilo que por impulso pensamos ser correto, remontando a
intolerância ou práticas que fomentem ódio onde deve haver paz e notadamente
querermos o melhor, não apenas para si e ao próximo, mas para a própria nação
brasileira. Essa é uma tarefa árdua para alguns, ou apenas a sustentação
coerente de uma posição existencial, que não seja complicada, pois mais justa.
Para alguns é mais fácil, e para outros depende de se enfrentar adversidades,
por vezes naturais ao exercício de suas profissões, ou mesmo de alguma situação
particular em que se encontrem.
Nada é simples na natureza humana,
quem dirá na origem de conflitos. Estabelecermos uma ordem social baseada na
harmonia sempre será uma tarefa difícil, pois o poder nubla quase sempre
àqueles que o desejam de per si, em
quaisquer circunstâncias. Ao poder confiado pelo voto, que se cumpra... Àqueles
que, cheios de artimanhas tentam sacar do poder uma liderança capaz, devemos
estar atentos para que isso não aconteça se não houver um motivo ao impedimento
de um Governo que seja absolutamente inevitável ou muito nocivo ao país, com
provas extremamente contundentes e antipatriotas. Pois qualquer tentativa de
fomentar a discórdia entre os Poderes no mínimo é um atentado contra a
democracia, esta jovem e pura democracia que conquistamos a duras penas com
muito sacrifício e que não teria mais sentido no mundo inteiro se sofresse um
golpe, branco ou não.
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