terça-feira, 17 de novembro de 2015

A CIÊNCIA

            Pois bem, um assunto delicado para se tratar, a ver com a história, com o homem, mas com a Natureza, dispostos os papéis, cenários, interlocutores, atores, coadjuvantes, iniciantes e o aprendizado tenro ou maduro. Ciência pode ter a ver com máquinas, processos, equipamentos, sistemas... Resta sabermos o que obtemos realmente, a quem serve, para o que está sendo usada, as relações de poder que recrudescem negativamente entre os povos, a submissão tecnológica, o saber como – know how –, os segredos de Estados, os espiões automáticos ou humanos, a farmacologia, a prospecção de riquezas, genética, etc, as biológicas, enfim, também os aspectos escatológicos como a indústria de armamentos explicadas e sedimentadas no mundo como lob de ciência internacional, e justificada por suas máfias que, aliás, em todas as frentes possuem muito conhecimento e experiências científicas...
            Podemos ver a ciência em um princípio mais íntimo, no ser consciente. Por vezes o excesso de insights torna-nos soberanos em acharmos que somos inteligentes, mas acabamos pespontando nossas vidas entre caminhos de especulação filosófica em que somos reféns de teorias absurdas. Talvez a simplicidade religiosa como o tao seja uma correspondência cabal com a realidade, mas a questão é que atravessamos hoje por diversas realidades e um lado mais concreto, de cimento e areia, pois é onde pisamos nossos pés inquietos quando vamos por uma calçada teclando em nosso pequeno quadradinho digital. Vejo o mundo em um serviço, não como algo militar, quem sou eu, mas que as máquinas, os utensílios sejam usados em sua função, que não dialoguem mais do que o necessário, mas que possamos articular e improvisar consertos onde estes se fazem necessários, como um arame a sustentar uma pequena estrutura, ou uma cola que fecha ou ajuda a ajustar uma madeira. Quando construímos uma embarcação de madeira, por exemplo, cada peça tem a ver com o projeto, e os encaixes tem que ser planejados de antemão, pois se não pensarmos antes temos que subtrair o processo da montagem, a lógica da produção. Talvez por isso não tenhamos uma indústria de ponta, pois nos falta o embasamento de como fazer: o know how, que não nos é concedido ainda, pois somos um grande país produtor de commodities. Somos um país ainda atrasado em termos de indústria, e os meios educacionais tem tentado correr atrás do prejuízo para que nos alcemos a uma base industrial mais conhecedora e produtiva. Obviamente, o capital estrangeiro não gosta dessa ideia, pois é mais lucrativo para eles não termos sequer uma marca de automóveis, apenas um leque de multinacionais e suas remessas exorbitantes de lucros para as matrizes, com uso de mão de obra mais barata. No entanto, esse vira o viés da moeda, pois se um Governo começa a ambientar seus jovens em meio a uma tecnologia de ponta, talvez por um tipo de osmose saibamos finalmente o saber como, a princípio como técnicos, depois como engenheiros de ponta. Para o fabrico de máquinas e construção civil temos já uma boa autonomia, mas na informática somos dominados amplamente pelos países ricos, que nos tornam dependentes de sistemas que acabam controlando muito mais do que apenas um jogo fabril, mas a própria tecnologia de informação de cúpula, em que nossos técnicos aqui repetem muitas vezes as mesmas receitas para sistemas já altamente sob controle externo.
            Teremos que pensar um país mais independente, sempre, no que estaremos mais consonantes com a aquisição de conhecimento justamente através de bolsas de estudos nos países mais avançados em tecnologia, o que nos lega um salto nesse conhecer. No entanto, cabe ressaltar o campo absolutamente necessário para um país como todos que são as ciências humanas e o ensino de arte desde as primeiras séries da escola. Um país não pode perder sua memória, tem igualmente de saber sobre filosofia, antropologia, psicologia, sociologia, ciências sociais como um todo, a saber com a agregação de termos contato e respeito às culturas e idiossincrasias de todos os povos que nos habitam e impedir qualquer tipo de intolerância não justificada, como a religiosa, étnica, de classes, política e comportamental, entre outros meios de permitir a igualdade e respeito cultural da humanidade, já que somos um país receptivo e não podemos permitir sistemas totalitários de coação da nossa liberdade e democracia, respeitando a legalidade sempre e igualmente investirmos muito na educação para evitar corruptelas em críticas necessárias de todas as populações, em todas as classes, pontuadas por maiores participações populares e relações mais horizontais de poder, este infelizmente por vezes a maior corruptela de nossa história.

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