Quem dera
percebêssemos a superfície tênue da mesma vida que nos nubla
Quando dela nos
apercebemos que em nem tudo que temos sentimos o valor
A nos propor que
teríamos do amor muito mais do que do sentimento outro
Que nutrem por
tantos, tão poucos, na atmosfera do grande rancor...
Os versos são de
um cristal sereno como um grande religioso casto
Em sua vida de
celibato por se propor ingênuo em não saber muito lidar
Com as coisas do
amor da carne, hoje abundante por vezes em cachos
Onde Dionísio
verteria a falsa esperança de uma solidão anunciada.
A vida encerra a
questão da afirmativa em se viver no cunho da Verdade
Sem no entanto
termos a arrogância ignóbil de dizer que dela saberemos
Mais do que a
própria busca eterna em que um fato recorrente disto
É sabermos mais
fácil encontrá-la no pressuposto de penitência dos dias.
Nada do que é
muito fácil se encontra como veracidade cabal neste mundo,
Pois em cada
luta empreendida, saibamos que aqueles que optam fielmente
Pela ignorância
em não – sequer – compreender os que estão próximos
Saberão que tudo
aquilo que obtém com facilidade é fruto de sua vida...
Esta vida que
sabemos ser difícil para os justos, ser dura por vezes ao trabalho,
Ser insistente
em nos colocar muitas das vezes em padrões aos quais
Não nos
habituamos facilmente a aceitá-los, e que muitas hipocrisias
São as armas
daqueles que confortavelmente ofendem sobre os pedestais.
Grandes tribunas
são local de gente muito imprópria, mas o hábito mesmo
De nossa
sociedade assim se permitiu, assim foi construída esta
Com o que se fez
do cristal se transformar em uma geodésica de chumbo
Nas muitas vezes
em que propomos algo melhor do se pensar e agir!
No entanto,
teçamos força em prosseguir com todas as dificuldades,
Pois a igualdade
cidadã nos revela que sairemos bem desses obstáculos
Na medida em que
soubermos que a poesia tenta ser sempre um cristal
Para que não se
perca a esperança de um dia a estrela nele se espelhar!
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