quarta-feira, 5 de outubro de 2022

DÓ DO SER

 

Nada do ser
Que não urja
Aqui, que seja,
Onde, não importa
A ordem ordeira
Muito do piegas
E que se tenha dó…

Vertemos sonhos desnudos
Das vestes trocadas
No que trunca
Ao de parecimento
Ao se não nos parecer
O quase nada
O veneno que sói proceder
No maior parágrafo
Onde o vento sopra de mais lados
E que a árvore mexe ainda
Quando do bambu vergara
No vergalhão da obra
Na distância que não vence
Pois vencer não signifique
Ao que se tome o nominal
Onde o verso apenas transcreva
A solidão que não é
Posto de amores e de sombras
A sombra seja apenas o fruto mais tépido
Daquilo que se supõe seja o verbo
Repetidamente constante
Como um fuzil de ábaco
No repente de uma empresa
Como no parafrasear de um alimento
Onde, serenamente, o valor se subscreve
Naquela refeição que por vezes não há
Mas que não se sirva
Onde muito se depreenda
Que a palavra apenas prepara
O lote de uma perna feminina
No amplexo solar
Ao que um amparo de uma marquise
Revele que a chuva sem conta
Não reverbere necessariamente
Em um planilhar de sentidos
Como sempre – factíveis –
De sermos como sempre fomos
Na compatibilidade gestual
Do sedimento da compreensão
Entre os povos deste mundo...

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