O véu do sangue intoxicado
Não afeta apenas a compreensão
Do que se percebe mentalmente
Em que, por Deus, por clemência,
A tristeza que nos acomete, o corpo,
Os órgãos, o fígado, meus irmãos,
O fígado, os rins, o coração, o baço,
Quebra os ossos, dá-se por acidentes,
Bota pinos de metal a quem por dinheiro possa
Ou cai-se na sarjeta, e a demência solapa,
Por Deus, por clemência, por Deus, por Deus!
Não que nos venha por vencer se é por algo
Mas, se porventura, em síntese, não será por essa doença
Mental que acomete os adictos, que o botão vermelho
Acoplado no telefone antigo da guerra fria
Não nos diga que seja por agora que os sinais chegaram
Posto, ou por um cigarro de maconha,
Ou por um gole fatal de cachaça,
Não nos tornemos mais sóbrios porquanto inseridos
E que, por Deus e por piedade, poupe-nos
De uma vida da adicção desenfreada
E que a ilegalidade de comprar as drogas
Não nos venham a permitir
Nem que todas os agentes do mundo não possam
Mas que, por clemência, jamais será um bom negócio
Em se tratando de saúde física, mental e espiritual.
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