Aceitarmos a coisa provável é de sorte mais urgente, mas não
significa apenas um lance qualquer, seja de dados, seja uma carta de
que gostemos, seja no tarô, seja na superfície tênue de um jogo
qualquer… A dúvida pertence ao nosso universo e, quanto mais
formos irmanados com esta, mais gostaremos de dissipá-la, porquanto
a um lance nos absorvemos da coisa em si, presumida, quase certa,
viável, dentro das possibilidades quaisquer, no que vem a dar quase
na crença, vem a dar na vida mesma e na construção de nosso
caráter. Ajuda muito sabermos que não podemos jogar com a vida,
pois esta é sumamente valiosa, não estamos de posse do ser ou não
ser, posto sempre existimos, incluindo-se a fronte que apresentamos
diante de nossos espelhos, ou na face mesma que reflita – vinda de
outro ser qualquer – quem realmente somos: da bondade ou não.
Criar uma superfície odienta em nossos flancos, em nossos frontes,
ou mesmo em nossa retaguarda, é coisa que beira o sinistro ou as
formas da violência mais elementares. Não adianta comprarmos uma
arma e sair atirando como se jogássemos confetes, pois a
possibilidade de armar-se deve ser de praxe apenas nas autoridades
que possam se armar, como uma opção clara e óbvia no resguardo da
Lei. O que se passa na verdade é um costume intenso de tentarmos
erradicar um crime com outro, e não é desse modo que podemos evitar
o mesmo crime, ou o modo com que se apresentam as motivações para
tais ocorrências. Não precisamos ser da área da segurança de modo
a sabermos dessa premissa, que não se combate fogo com mais fogo…
Se você combate um incêndio com outro é para evitar que o grande
se alastre, mas esse procedimento depende igualmente de um
profissional treinado e muito mais capaz do que um simples cidadão.
O fato de possuir uma arma sem treinamento psíquico e militar não
garante segurança em nenhum lado, e o militar há de saber que sua
arma não é um fim em si mesma, mas apenas uma ferramenta que
garanta a idoneidade de nossas populações, especialmente daqueles
que sofram com a coerção da força do crime, e só a partir disso é
que se pode pretender usá-las, para defender a população civil e
resguardar a ordem. Essa é apenas a premissa básica da segurança e
usar a arma para impor quaisquer pensamentos verticais, de modo
arrogante e de força inescrupulosa é um fator que não leva adiante
o nosso processo civilizatório…
A
vida é maior do que nossas probabilidades, e o mesmo fato provável
é crermos no pessoal que cuida de nossa segurança, posto
treinamento especializado e condizente com a versão mais cabal e
pura do bom senso. Não é repetir a mesma tecla, mas basta que
sempre a repitamos, posto o fundamento da segurança é, a partir do
olhar de um civil, exatamente o platô que queiramos defender perante
o olhar de qualquer sistema e, no nosso processo de Brasil, esperamos
sempre pela Democracia irrestrita, conforme o andamento de nossas
Instituições, a largo tempo tão fundamentadas e recolocadas em
seus valores, apesar de Suas aparentes fragilidades. A capitular no
texto significa o modal da superioridade clássica, haja vista ser da
modalidade da luta a faculdade militar, e ser da modalidade da paz a
paz mundial, nem que esta se revele em um país com tantas
dificuldades, como o nosso. Na teoria das probabilidades não
lancemos dados sobre a questão do armamentismo, posto não merece
essa questão a versão de que estaremos longe dos crimes, já que a
violência atrai a violência, e não será por defendermos alguma
coisa ou alguém que estaremos aptos a usar da força para combater
coisas que há muito já deveriam estar dirimidas, ou em uma
supressão frontal. Esperemos vida longa ao povo brasileiro, e não a
tentativa atávica de suprimir a mesma vida através da liberação
de coisa que foge à compreensão que reside esta mesma em uma
ignorância vil.
sábado, 22 de agosto de 2020
PROBABILIDADES
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