segunda-feira, 10 de agosto de 2020

A QUEDA

          Um homem sai de sua casa sem saber se fosse melhor ou pior… Esquece alguns apetrechos, e sai. Porventura fosse alguém com menos sensibilidade, mas a luz lhe tecia companhia. Ao redor de si momentos raros, meio estranhos, quando de sua própria individualidade. Os tempos eram outros e nosso personagem de nome John já não registrava, em sua caderneta imaginária, um sentido lógico qualquer, uma coerência existencial: um rumo ou mais do que, um prumo! O significado maior de seus escapes revelava a escala do provável, prognóstico de melhores dias nas ruas, um contra senso por não se saber exatamente a correção de seus atos. Tanta era a sua prática, que já não sabia mais do que urgia e do padecimento de seus padeceres perante dura realidade. Seu idioma era patriota, assim como o modo de se portar.
          A vila onde morava era assaz pauperizada, sequer tinha chuveiro em sua casa. Tomava banho aquecendo a sua água, em uma bacia a colocava e, duramente, não disponha desse mínimo conforto dos tempos contemporâneos. Tantos enfrentam tamanhas carestias que um conto trágico se baseia no fator dos tempos… Assim como não gostamos de sofrer, nem para isso temos que fechar os olhos para os sofrimentos da maioria da população. Esse tipo de ato não é condizente com o caráter, com as promessas de sermos melhores, com a evolução na direção da bondade no nosso corpo social, sejamos ricos ou pobres. O egoísmo não deve imperar, jamais! Se isso ocorre também acontece a dissenção, a falta da compreensão humana, afora o diálogo e a meta que nos leve à paz entre os indivíduos e a coletividade. Este detalhe é uma questão fundamental no princípio, principalmente nos meios e finalmente na conclusão algo missionária de bons pensamentos e atitudes. Não adianta não perdoarmos sendo de algum templo, pois todo o Velho Testamento é apenas uma preparação para a vinda de Emanuel e, se isso também ocorre, não adianta de nada Cristo ter ensinado o perdão? Aparentemente não tem adiantado e, concretamente, parece que Seu sofrimento de nada valeu para a humanidade, pois Ele mesmo não possuía religião e quase todas que vêm por nossos dias falseiam Seu Nome, destroem imagens sacras e vilipendiam os líderes da Igreja de Pedro, nas ordens eclesiais que baseiam suas vidas no atendimento espiritual dos povos e na prática da caridade.
           De que realmente nos valeu a queda de Cristo, se a humanidade não aprendeu nada? Talvez tenha aprendido algo, mas talvez possamos crer que aquele não retornará mais, justo, para um planeta destruído e nenhum homem, em sã consciência, pode acreditar que algum milagre fará de um planeta inteiro – grandemente devastado – um lugar melhor para se viver. Se a maior parte das religiões do Ocidente não pensarem contrariamente que a riqueza material não passa de uma bênção, não há como não incluir socialmente, e incluso materialmente falando, as populações vulneráveis como um todo: participativas e atuantes em seus próprios caminhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário