Algo
a se dizer sobre um conhecimento fundamental, que nos traga o básico
da compreensão da realidade? Talvez não saibamos responder
corretamente, talvez nossas fontes do saber sejam quase ilegíveis à
nossa razão, talvez algumas informações com falsidade ideológica
nos tragam ao parecer máximo do inconcluso… Talvez ainda saibamos
melhor de nossas frentes, quão dura é a semelhança com a dita
realidade que se apresenta em cores tíbias e em pressupostos
idiotizados, como em uma vertente da incorreção em não integrarmos
a percepção e a dúvida, o equânime e o desigual, as feras e as
circunstâncias, qual reino quase animalesco de instintos primitivos.
Como em um grande sonho, onde se pode auferir distâncias por
proximidades equivalentes, onde um não use a máscara por reflexos, e
onde outro a usa depois de pegar a contaminação, compulsoriamente!
Sabermos
mais e melhor porventura seja o dignificar das peças humanas, o rato
de laboratório que responda aos antígenos, a terceira fase de
testes da vacina, o recorrer quase em desespero da economia, uma
falência complementar do desemprego na indústria, e o aparecimento
cada dia maior das síndromes de depressão e transtornos de humor. A
quem saiba que praticar com o pensamento o universo se abre, e as
mesmas circunstâncias apresentam saídas, nem que para isso
transformemos o fel em sabor, e o mel na introdução de um parágrafo
altissonante! Nessas modalidades quase internacionalistas vemos que o
futuro das nações não é rigorosamente estabelecido por tendências
unilaterais, posto ainda que – talvez infelizmente, ou não – o
comércio ponteia como a grande virada econômica deste novo milênio.
Talvez achássemos maior um pensamento mais escolástico a respeito
e, no entanto, encontramos em uma lógica quase crua e invertebrada a
razão mais pura de conceitos que trazem ao prumo o sextante de nossa
nau. O conhecimento em si passa a ter um valor quase secundário
frente ao reflexo das sinapses que se enquadram dentro do
funcionamento de seus assistentes e displays, mas –
reiterando – o conhecimento independente de aparelhagens ou
máquinas faz maiores frentes com o enigma de um signo crucial como o
vírus este da atualidade. Por uma questão de significados majorados,
um livro lido no papel traz a forma da Natureza na leitura, e quem
por ventura tem uma vista de uma sacada em um edifício pode usufruir
um pouco, e quem tem luz na favela e um bom livro tem o mesmo, no
princípio da boa vizinhança e da necessidade de bons educadores em
todos os cantos. Talvez seja querer muito, mas nem todos os que vivem
de modo insalubre possuem algum celular ou computador que lhes dê
paragens ao virtual modo da cultura facilitada pelo acesso
democrático e, na verdade, paradoxal, pois estes instrumentos
culturais geralmente custam caro. Um livro e seus compartilhamentos
sempre vai ser uma sinopse do bom senso, pois guarda em si momentos
ricos de história, arte, poesia e reflexão. Nada mais específico e
belo do que folhear uma textura do papel, ou de desenhar uma arte, do
que resolver uma equação matemática e concomitantemente, se
possível, resolver teoremas da programação, quando de serio
estudo, aliado à companhia trigueira e boa da tecnologia.
Comecemos
de baixo, estudemos alguns clássicos, como Rubem Braga, Machado de
Assis, ou Simenon, Camus e Sartre, assim como um contato com as
estrelas. Revisitemos as obras de Duchamp, Lorenzo Bernini e Leonardo
da Vinci. Passemos às músicas, quiçá uma viola de Paulinho, um
Buarque de Holanda, assim, como tudo que uma pessoa com carência
econômica possa a vir ter qualquer contato, este que vos fala:
simplório, na verdade, idealista ao extremo. Não há pecado, meus
caros amigos, em aprender nessa seara tão fértil que se chama o
aspecto da cultura das humanidades. Não se pode pensar em um livro
único que nos resgate a cultura, pois o conhecimento de algo remonta
um parecer mais genérico e por vezes profundo da natureza humana. É
tanto para se ver, para se escutar, ouvir e dizer, que um panorama de
apenas uma visão que é porventura apenas a dissenção contra a
juventude eterna do saber é o que nos torna aberrativamente
fanáticos e predadores de nós mesmos, quando por um acaso
acreditarmos que queimar florestas seja sinônimo de
desenvolvimentismo.
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