terça-feira, 4 de agosto de 2020

DO QUE SABEREMOS MELHOR?


           Algo a se dizer sobre um conhecimento fundamental, que nos traga o básico da compreensão da realidade? Talvez não saibamos responder corretamente, talvez nossas fontes do saber sejam quase ilegíveis à nossa razão, talvez algumas informações com falsidade ideológica nos tragam ao parecer máximo do inconcluso… Talvez ainda saibamos melhor de nossas frentes, quão dura é a semelhança com a dita realidade que se apresenta em cores tíbias e em pressupostos idiotizados, como em uma vertente da incorreção em não integrarmos a percepção e a dúvida, o equânime e o desigual, as feras e as circunstâncias, qual reino quase animalesco de instintos primitivos. Como em um grande sonho, onde se pode auferir distâncias por proximidades equivalentes, onde um não use a máscara por reflexos, e onde outro a usa depois de pegar a contaminação, compulsoriamente!
            Sabermos mais e melhor porventura seja o dignificar das peças humanas, o rato de laboratório que responda aos antígenos, a terceira fase de testes da vacina, o recorrer quase em desespero da economia, uma falência complementar do desemprego na indústria, e o aparecimento cada dia maior das síndromes de depressão e transtornos de humor. A quem saiba que praticar com o pensamento o universo se abre, e as mesmas circunstâncias apresentam saídas, nem que para isso transformemos o fel em sabor, e o mel na introdução de um parágrafo altissonante! Nessas modalidades quase internacionalistas vemos que o futuro das nações não é rigorosamente estabelecido por tendências unilaterais, posto ainda que – talvez infelizmente, ou não – o comércio ponteia como a grande virada econômica deste novo milênio. Talvez achássemos maior um pensamento mais escolástico a respeito e, no entanto, encontramos em uma lógica quase crua e invertebrada a razão mais pura de conceitos que trazem ao prumo o sextante de nossa nau. O conhecimento em si passa a ter um valor quase secundário frente ao reflexo das sinapses que se enquadram dentro do funcionamento de seus assistentes e displays, mas – reiterando – o conhecimento independente de aparelhagens ou máquinas faz maiores frentes com o enigma de um signo crucial como o vírus este da atualidade. Por uma questão de significados majorados, um livro lido no papel traz a forma da Natureza na leitura, e quem por ventura tem uma vista de uma sacada em um edifício pode usufruir um pouco, e quem tem luz na favela e um bom livro tem o mesmo, no princípio da boa vizinhança e da necessidade de bons educadores em todos os cantos. Talvez seja querer muito, mas nem todos os que vivem de modo insalubre possuem algum celular ou computador que lhes dê paragens ao virtual modo da cultura facilitada pelo acesso democrático e, na verdade, paradoxal, pois estes instrumentos culturais geralmente custam caro. Um livro e seus compartilhamentos sempre vai ser uma sinopse do bom senso, pois guarda em si momentos ricos de história, arte, poesia e reflexão. Nada mais específico e belo do que folhear uma textura do papel, ou de desenhar uma arte, do que resolver uma equação matemática e concomitantemente, se possível, resolver teoremas da programação, quando de serio estudo, aliado à companhia trigueira e boa da tecnologia.
            Comecemos de baixo, estudemos alguns clássicos, como Rubem Braga, Machado de Assis, ou Simenon, Camus e Sartre, assim como um contato com as estrelas. Revisitemos as obras de Duchamp, Lorenzo Bernini e Leonardo da Vinci. Passemos às músicas, quiçá uma viola de Paulinho, um Buarque de Holanda, assim, como tudo que uma pessoa com carência econômica possa a vir ter qualquer contato, este que vos fala: simplório, na verdade, idealista ao extremo. Não há pecado, meus caros amigos, em aprender nessa seara tão fértil que se chama o aspecto da cultura das humanidades. Não se pode pensar em um livro único que nos resgate a cultura, pois o conhecimento de algo remonta um parecer mais genérico e por vezes profundo da natureza humana. É tanto para se ver, para se escutar, ouvir e dizer, que um panorama de apenas uma visão que é porventura apenas a dissenção contra a juventude eterna do saber é o que nos torna aberrativamente fanáticos e predadores de nós mesmos, quando por um acaso acreditarmos que queimar florestas seja sinônimo de desenvolvimentismo.

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