Quando não há pressupostos
verdadeiramente reais, o processo mental tenta se segurar em coisas
ilusórias, tais como ganhar dinheiro em 24 horas, ou como aceitar
seus significados espirituais em 12… Uma mente inquieta navega por
todos os cantos esperando a revelação, ou andando por insights
que não revelam muito além de suas próprias fraquezas, posto nem
tudo o que se sente é o chumbo tornado ouro, já que essa
transmutação da matéria sequer toca o dedo da ilusão!
As
mentes são inquietas por natureza, e nisso percebemos o quinhão da
competitividade açambarcada pelas mesmas, uma competição
inescrupulosa, a satisfação de passar o contendor para trás, como
um eterno e atávico jogo onde o perdedor não merece o perdão, mas
apenas o ignorar das gentes que o cercam. Que estranhas
circunstâncias favoráveis à farsa não perfazem a circunscrição
imediata desse falso propósito? E o que estes sejam, se ocorrem,
exatamente? Estaríamos falando de mentes inquietas ou de
proposições dúbias que levam as coisas a esses termos? Certamente,
os mitos falsos nos nublam a consciência. Certamente, na vida se
joga, e o jogo por vezes tem mais vantagens em um dos lados. Mais
cacife, mais níquel… Não pretendamos jogar sob regras estritas,
incoercíveis e impossíveis, posto esse tipo de jogo é impróprio e
demanda consciência mental irrestrita e sólida. Jogar com forças
menores desproporcionais é um atestado de falsa espera, no que
lembre a nós termos que esperar por melhores circunstâncias: na
realidade aumentada, no prazer que encontramos em uma lógica
superior, à medida que cresçamos com uma boa argumentação, em seu
mesmo principiar, no que é consuetudinário, em ambos os lados.
Por
mais que se canse um cidadão por caminhar silencioso com suas
próprias pernas, por mais duro seja esse caminhar, por mais que as
dores o incitem, na realidade a conquista árdua de seus caminhos
repousam igualmente de modo silencioso sobre a tessitura de nossas
superfícies… Haja vista o céu e sua textura, o mar e seu
acalanto, a terra e sua plataforma firme, e as rochas que no mais das
vezes se mantém incólumes. Nas areias não reside o regresso, e na
atitude com devoção austera freme o mundo com mais ternura, mais
solidez, sem a necessária busca por inimigos, pois no justo
contrário, que o perdão crie novas camaradagens, mais conhecimentos
e suas reciprocidades. Nada há que se falar de palavras encobertas
por vigilâncias cegas, posto um emprego de um termo pode dar a que
se pensar, mas jamais será a última palavra… Que seja dada a
sursis quando falamos sobre diálogos necessários, e que a
necessidade não seja considerada uma palavra qualquer, já que antes
de nos atinarmos a ela, a sursis supracitada apenas suplica a uma
autoridade qualquer que seja permitido o diálogo sob a circunscrição
da temperança e da fé. Será por essas questões que um homem pode
navegar sobre as letras por acréscimos de palavras, e sua percepção
do mundo possa estar presente mesmo em meio de circunstâncias as
mais díspares e, no entanto, correlatas com as crises que volta e
meia não dissipamos dos centros operacionais de nossas nações, haja
vista a crise ser internacional, e a crítica não seja fato apenas
da mídia regular, mas de todos os recursos de que dispomos nas
circunflexas veias de nossos Estados!
quinta-feira, 20 de agosto de 2020
AS MENTES INQUIETAS
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