sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

IMAGE IN ACTION AND RE ACTION


          Imaginem se o poder quase – dentro da utopia canhestra – pleno da fantasia sem retaguarda filosófica não fosse apenas a questão cosmética do estímulo e da resposta. Há de se pensar que a grande “viagem” seja mais do que insuflar a marijuana por dentro de grupos imiscuídos no poder da “libertação”. Essa droga alucinógena induz a doenças do espectro mental, como a psicose e a esquizofrenia. Se a antinomia dessa assertiva fosse realmente contraditória, a CIA não investiria tanto na faculdade do imaginar e na imposição da imersão e sedação de populações em nome de toda uma parafernália do entretenimento cultural, como suas músicas e as laricas movidas por hamburguerias. É o gosto fácil, uma modalidade onde a burguesia do midcult atravessa suas próprias fronteiras desfrutando facilmente o que seu status quo pode apreender, como uma noção reptílica de falsos insights no tanto de se ser genial, na brincadeira de estar achando que tudo se encaixa nos udemys da vida e na recolocação de um profissional de início de fracassada carreira, a não ser de um certo capital para se montar uma startup, ou… Pera aí, convenhamos, ainda estamos no Brasil, onde a fiada é longa e o cimento é a mão! Afora as pesquisas com linguística, afora os bancos de dados cruzados e conectados perante graphos inumeráveis, não dá para ser maior do que o povo brasileiro, posto a esteira impecável dos corredores das agências estrangeiras não hão de se fazer apenas baseando-se em construções irregulares no Realengo.
          A imaginação, como image in action revela dois itens: obviamente de entretenimento, mas igualmente como ferramental. Um deles é a série, ou o filme descartável e fidelizado, e outro é o game, mas o game espetacular, montados ambos os itens em recursos cruciantes, onde o homem passa ser passivo do vídeo ou, na outra ponta, instrumento do contato mais humano e direto com o pastor. Mas igualmente, com recursos de tela, de vídeos, de palestras on line, de ensinamento sobretudo externos, onde as agências de inteligência ocupam já a maior parte dos espaços eletrônicos, dentro da lógica da repetição subliminar, assim como as grandes mídias, principalmente a Rede Globo, fizeram para alicerçar a fidelização e manipular a opinião através da retração da consciência coletiva, esta, espelhada em cada indivíduo. Um reducionismo que ajuda a apagar maiores luzes, que coloca os guerreiros em seus papéis, muitas vezes a serviço de um panorama arcaico e anti revolucionário. Como diz Cervantes: conhece a tua aldeia e serás universal. Isso é verdadeiramente revolucionário, e não se pendurar nas tetas do que se diz global e que na verdade é reducionista e, de modo extenuante, conservador no sentido de não abraçar ideias realmente inovadoras. Por que não poder afirmar que as vertentes e caminhos do poder estão sistematicamente relacionados? É muito fácil, por esse prisma, apagar a circunstância existencial de um cidadão, como quando seus próprios parceiros se surpreendem que esse ser humano pode vir a sofrer de um surto por aparentemente não ter sido forte, ou ter sido meio excêntrico além da conta toda a parte do tempo. Mas, na contraparte, lá, no alto extremo das inteligências, nulificar possíveis lideranças faz parte do jogo, tão concreto quanto saber que um, quando porta uma doença mental e de certa forma a supera, porventura pode estar em desacordo com a truculência normal, pois esta fatalmente faz o jogo que sempre derruba os mais fracos – ofendendo, agredindo, segregando…
          As coisas mudam no entanto, e o mais que se possa querer da loucura é ter um local sagrado para cumprir o carma e verificar que as gentes asuricas – demoníacas – seguem em sua normalidade aceite pelo triste e atual panorama, a descerem insopitavelmente para os círculos do Inferno.

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