sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

APRENDER CIÊNCIA A PARTIR DA NATUREZA

         Aprender com a Natureza é uma das condições primeiras do homem civilizado, qual seja um padrão na primeira grandeza, o que primariamente talvez não seja muito fácil de entender… Seja por um lado ou outro, os nossos braços são similares ao dos insetos, ou aves, ou mamíferos, ou seja, um completa o outro. No sentido de sermos sinceros quanto à existência de uma geometria cada vez mais justa, na preocupação real – evidentemente – aos setores menos favorecidos no meio social, em um tipo de caracol sem pontas onde a conexão se dê entre círculos, como em uma espiral proteica. Esse tentar-se valorar homens e mulheres de bom senso e legítima identidade cidadã, seja de qual credo for, de opção de gênero, de etnias consagradas pelo respeito indispensável é que constrói uma nação com a dose de improviso essencial na cultura universal dos povos, e suas conquistas seculares dentro do padrão conforme com o infinito de nosso universo. Projetamos nas estrelas nossos maiores desafios, e entre estes, conseguir plena liberdade em uma democracia exemplar, que pense mais na carestia dos mais pobres, com ideias que prevaleçam para melhorar a vida de todos, e não apenas das elites. Não se pretenda jamais imiscuir-se em prevalências de ordens numeradas, controladoras e indutoras de comportamentos por conservadorismos inóspitos, pois estamos já ingressando na segunda década de um milênio que não há de significar de maneira alguma a falta que nos faz um mundo já alquebrado, a falta de seus meios saudáveis, até certo ponto malucos naturalmente, quando respeitarmos as idiossincrasias de cada ser, seja, homem, mulher, cão, porco ou gato, entre tantas inúmeras e milhões de espécies, a se dizer francamente nos corpos vegetais, qual não fora, as raízes que temos por comparação. As nossas raízes maravilhosas: negras, indígenas, tribais, europeias, que estas efetivamente compõem a etnia brasileira. A valoração desses perfis onde nos reencontramos com a cultura fará mister e necessário a um Ministério alto e de bom som, como quando estamos sós e um canto de um pássaro já nos tece companhia. O trinar de uma cigarra, o bufar de um gato – antes seja – como uma linda jaguatirica. Jamais teremos o poder de destruir a Natureza, pois antes de tudo ela reside até mesmo dentro do concreto, e podemos passar para um novo glaciário rapidamente, caso a destruição do homem pela barbárie não coloque um termo e um decorrente término da existência mesma da espécie, e esta não é elucubração religiosa, porquanto talvez de uma questão de pura ciência, apenas, mas tem relação profunda com a percepção algo mágica com que a Natureza nos oferta. Há que se ter sempre um discurso preservacionista, posto na aparência de uma riqueza inventada no modal da exploração de certos recursos naturais, o desfecho pode não ser tão feliz para quem vive nas cercanias de minas de minérios a céu aberto. O gigantesco montante de capital que encerra essa realidade exclui antes de incluir, concentra antes de distribuir, e compra poderes já há muito contestados por sensatas críticas apropriadas. Por certo, haverá o próprio e o que é o impróprio.
           O próprio é de si para outro, próprio como o nome, significa sensatez no sentido de se respeitar a Natureza, antes de nos aceitarmos como espécimes que possuam alguma superioridade a Ela… Mas é impróprio tentarmos ser melhores que a Natureza, mesmo porque um simples mosquito dela faz parte e não temos o direito de matar, segue-se o mandamento maior: não matarás. Que se poupe, que se poupe, mas não às custas da vida alheia, seja um leão ou uma naja, posto os animais doméstico se prestarem muito mais a essa concepção, pois se tornam nossos amigos diletos, com toda a generosidade de sua ternura, e cabe a liberdade de um ser gostar de outro, mesmo que sejam de espécies distintas.
          Mas aprender com a Natureza não significa a olharmos com os faróis dos instrumentos, nisso incluindo a parafernália digital. Seria melhor usá-la – a tecnologia – para termos algumas certezas e, no entanto, apenas com a veia quase espiritual de compreendermos seus signos mais profundos, nisso demandando um estudo quase xamânico, saber como os índios a compreendem. E isso, para o homem branco, mesmo versado na antropologia, não é tarefa fácil, mais compreendida em arquétipos, naquilo que Jung chama de inconsciente coletivo. Ou seja, abraçar uma cultura, saber que sabemos menos em se portar no meio de uma selva, quando fazemos um rali destruindo grande parte de suas estruturas de vida através de motores que nada mais são do que grandes dragões denteados de borracha e metal. Trazendo essa realidade para uma cidade, onde capas de asfalto e concreto tapam partes que faziam o trabalho de escoamento, no mínimo surge a necessidade do profissional Urbanista e Paisagista – verdadeiros arqueólogos do meio urbano – a exercerem ao menos preventivamente onde se vai colocar um recorte viário, ou onde se vai surgir uma construção que demande saneamento fundamental. São, por falar na palavra, estatutos que devem ser seguidos… Não adianta falarmos do alto de nossos condomínios, com toda a segurança de sequer sabemos para onde vai nosso excremento pois, se estamos devolvendo ao meio ambiente sem reaproveitá-lo ou ao menos tratá-lo, ver-se-á que apenas estamos vivendo internamente um conforto que as populações que plantam suas edificações sem o mínimo de infraestrutura vivem com a realidade nua e crua dos dejetos a céu aberto, com um saneamento fundamental indo literalmente ladeira abaixo. Esse é um trabalho a ser planejado e não será erguendo prédios sem um mínimo de recuo lateral em zonas de periferia dominadas pelo crime que se construirá um país decente.

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