Aprender
com a Natureza é uma das condições primeiras do homem civilizado,
qual seja um padrão na primeira grandeza, o que primariamente talvez
não seja muito fácil de entender… Seja por um lado ou outro, os
nossos braços são similares ao dos insetos, ou aves, ou mamíferos,
ou seja, um completa o outro. No sentido de sermos sinceros quanto à
existência de uma geometria cada vez mais justa, na preocupação
real – evidentemente – aos setores menos favorecidos no meio
social, em um tipo de caracol sem pontas onde a conexão se dê entre
círculos, como em uma espiral proteica. Esse tentar-se valorar
homens e mulheres de bom senso e legítima identidade cidadã, seja
de qual credo for, de opção de gênero, de etnias consagradas pelo
respeito indispensável é que constrói uma nação com a dose de
improviso essencial na cultura universal dos povos, e suas conquistas
seculares dentro do padrão conforme com o infinito de nosso
universo. Projetamos nas estrelas nossos maiores desafios, e
entre estes, conseguir plena liberdade em uma democracia exemplar,
que pense mais na carestia dos mais pobres, com ideias que prevaleçam
para melhorar a vida de todos, e não apenas das elites. Não se
pretenda jamais imiscuir-se em prevalências de ordens numeradas,
controladoras e indutoras de comportamentos por conservadorismos
inóspitos, pois estamos já ingressando na segunda década de um
milênio que não há de significar de maneira alguma a falta que nos
faz um mundo já alquebrado, a falta de seus meios saudáveis, até
certo ponto malucos naturalmente, quando respeitarmos as
idiossincrasias de cada ser, seja, homem, mulher, cão, porco ou
gato, entre tantas inúmeras e milhões de espécies, a se dizer
francamente nos corpos vegetais, qual não fora, as raízes que temos
por comparação. As nossas raízes maravilhosas: negras, indígenas,
tribais, europeias, que estas efetivamente compõem a etnia
brasileira. A valoração desses perfis onde nos reencontramos com a
cultura fará mister e necessário a um Ministério alto e de bom
som, como quando estamos sós e um canto de um pássaro já nos tece
companhia. O trinar de uma cigarra, o bufar de um gato – antes seja
– como uma linda jaguatirica. Jamais teremos o poder de destruir a
Natureza, pois antes de tudo ela reside até mesmo dentro do
concreto, e podemos passar para um novo glaciário rapidamente, caso
a destruição do homem pela barbárie não coloque um termo e um
decorrente término da existência mesma da espécie, e esta não é
elucubração religiosa, porquanto talvez de uma questão de pura
ciência, apenas, mas tem relação profunda com a percepção algo
mágica com que a Natureza nos oferta. Há que se ter sempre um
discurso preservacionista, posto na aparência de uma riqueza
inventada no modal da exploração de certos recursos naturais, o
desfecho pode não ser tão feliz para quem vive nas cercanias de
minas de minérios a céu aberto. O gigantesco montante de capital
que encerra essa realidade exclui antes de incluir, concentra antes
de distribuir, e compra poderes já há muito contestados por
sensatas críticas apropriadas. Por certo, haverá o próprio e o que
é o impróprio.
O próprio é de si para outro, próprio como o
nome, significa sensatez no sentido de se respeitar a Natureza, antes
de nos aceitarmos como espécimes que possuam alguma superioridade a
Ela… Mas é impróprio tentarmos ser melhores que a Natureza, mesmo
porque um simples mosquito dela faz parte e não temos o direito de
matar, segue-se o mandamento maior: não matarás. Que se poupe, que
se poupe, mas não às custas da vida alheia, seja um leão ou uma
naja, posto os animais doméstico se prestarem muito mais a essa
concepção, pois se tornam nossos amigos diletos, com toda a
generosidade de sua ternura, e cabe a liberdade de um ser gostar de
outro, mesmo que sejam de espécies distintas.
Mas
aprender com a Natureza não significa a olharmos com os faróis dos
instrumentos, nisso incluindo a parafernália digital. Seria melhor
usá-la – a tecnologia – para termos algumas certezas e, no
entanto, apenas com a veia quase espiritual de compreendermos seus
signos mais profundos, nisso demandando um estudo quase xamânico,
saber como os índios a compreendem. E isso, para o homem branco,
mesmo versado na antropologia, não é tarefa fácil, mais
compreendida em arquétipos, naquilo que Jung chama de inconsciente
coletivo. Ou seja, abraçar uma cultura, saber que sabemos menos em
se portar no meio de uma selva, quando fazemos um rali destruindo
grande parte de suas estruturas de vida através de motores que nada
mais são do que grandes dragões denteados de borracha e metal.
Trazendo essa realidade para uma cidade, onde capas de asfalto e
concreto tapam partes que faziam o trabalho de escoamento, no mínimo
surge a necessidade do profissional Urbanista e Paisagista –
verdadeiros arqueólogos do meio urbano – a exercerem ao menos
preventivamente onde se vai colocar um recorte viário, ou onde se
vai surgir uma construção que demande saneamento fundamental. São,
por falar na palavra, estatutos que devem ser seguidos… Não
adianta falarmos do alto de nossos condomínios, com toda a segurança
de sequer sabemos para onde vai nosso excremento pois, se estamos
devolvendo ao meio ambiente sem reaproveitá-lo ou ao menos tratá-lo,
ver-se-á que apenas estamos vivendo internamente um conforto que as
populações que plantam suas edificações sem o mínimo de
infraestrutura vivem com a realidade nua e crua dos dejetos a céu
aberto, com um saneamento fundamental indo literalmente ladeira
abaixo. Esse é um trabalho a ser planejado e não será erguendo
prédios sem um mínimo de recuo lateral em zonas de periferia
dominadas pelo crime que se construirá um país decente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário