sábado, 4 de janeiro de 2020

A PARAFERNÁLIA DO TEMPO


Um tempo que não submeta a farsa de não sabermos quem somos
A ponto de um dia não ser igual a outro, e que subsistam sementes
Haveria de ser o mesmo em que contamos os segundos, tabelados
Por um tapete sereno no encontrar-se com uma realidade de faltas…

A ver, que o mesmo tempo urja sobre as estrelas, clamando do nosso
Que sejam poucos os anos-luz que sobre espacem ao dito ou não dito,
Em uma parafernália que nos programe ao menos como uma classe
Entre diversas e suas instanciadas que revoguem ao menos nossa qualidade!

A se pedir, a se clamar que o laivo de nossas existências subsiste quando
Na conformação ápoda de um tipo de vida ausente ao menos da ternura
Naquilo que não caminha, que cai sobre uma conformação de nuvens
Em que certos joelhos jorram de seus perfis algo de luzes terrestres.

Mas porque não dizer, a conformação tanto citada na estrofe que verte
Uma cláusula a mais do não se poder gerenciar a si mesmo no próprio sal
Que emerge de águas profundas um certo descalabro do se prosseguir
Irradiando calores pelas palafitas, erradicando a doença mitigando a neura.

O tempo enclausura um santo, dá a fortuna ao diabo, rejuvenesce a messalina,
Garganteia em seu aparato jurídico, protege o grande ladrão, condena o mísero,
Enlouquece a mente mais frágil, sacrifica o opositor, impõem os do império,
E reduz o parâmetro da cal quando esta se nulifica na tumba de um morto.

Gastura é do tempo que não se teme, e tempos vão e vêm na superfície do destino
Quando o que se pensava era mais do que o velho escrutinar certas velhices
Quando se dá conta de que o tempo há passado como o esmerilhar da lâmina!

Mal se dá conta o navegador de um tempo, quando olha para todas as pequenas
E diversas ondas no Oceano de suas aventuras, no que se requer que seja a contemplação
De que todas as pequenas ondas sejam o infinito das encarnações de Deus
Em um mesmo tempo que vai e volta, some-se na latitude de sua fatalidade
E revela que em seu passado o futuro retorna quando o presente se faz necessário!

E manda a obra que sejamos quase lineares, mas quando o passado retorna com força
A consciência acaba mandando na história, e fremindo para que esta urja com o tempo
Aquilo de se saber que – mesmo que a história não se repita – esta segue flamante
Com a nossa certeza que é através da parafernália toda que encerra este tema bramante
Que se revelará a suficiência dos povos em encontrar ao menos um espaço de progressos!

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