quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

A RELAÇÃO DO SUJEITO COM A MATÉRIA

            Nada nos impeça de travar contato com o mundo material, porquanto é aquele que pertence à categoria una da concretude, do algo sólido, mesmo enquanto areia, apenas. Vidro, transformação, mudança, cerne, algo maior do que tudo o que se espera de um faturamento apenas, mas um cunho necessariamente nacional, em que nos pesemos a própria esperança de que não deixemos a areia escorrer de nossas mãos se transformando apenas em uma garrafa vazia, ou um tonel acre de ressentimentos. Na prerrogativa dos fracassados que ainda assim mantém o fogo fátuo da arrogância, ficamos aguardando alguns sinais de melhora, o que se condiz com a perfeição algo bruta do que se chama mundo espiritual, ou a fraca animosidade da covardia perante a prepotência do preconceito e da venalidade. Não, que não pensemos nisso... Foquemos a relação do homem-sujeito com a matéria em questão, no seu diálogo pertinente, e na razão pura da união de Todos, no que Estes estejam por encima ou por abaixo, na construção dos fundamentos do edifício nacional e na implementação de boa engenharia de amarração dos vigamentos. Não há como transferir valores humanos sem a matéria, pois por mais que sejamos atmas – almas – tenhamos dó em saber que nossos pés são duros e que a jornada para alguns é mais longa e, portanto, mais rica no espírito! Se possuímos, seja quem for, alguma relação com fatos de ocorrência violenta, seremos rechaçados quando não houver legitimação de defesa ou apreensão de fato. No entanto, se não se toma medidas para melhorar a vida das populações mais vulneráveis estaremos compactuando com a segregação, o preconceito e a violência decorrente dessa panela de pressão que se chama o injusto, o revés imposto, o imposto perdoado que não se deva perdoar, pois revela o egoísmo e a indiferença daqueles que vão crescendo para o ápice da pirâmide em uma miríade material de um em decorrência do sofrimento de milhões. Essa assertiva já é voz internacional, quando não se esperava que, em nome de Cristo, o anticristo esteja tão presente na mente de muitas pessoas, mesmo porque relacionar benesses materiais como bênçãos espirituais já é uma falácia, que se perdoe a teologia da prosperidade. Talvez a intenção seja boa, seja positiva, mas há que se fazer uma interpretação correta desse nuance teológico, se é que há realmente fundamento nesse campo. Aquilo que se espera dessa nuance que cresce por vezes paulatinamente vem a demandar algum esforço de outrem que não conseguem compreender a latitude desse tipo de conceituação. A troca faz parte de uma mercadoria, e a espiritualidade, ou questões desse gênero, constituem quase – na contemporaneidade – uma moeda de troca. Não se compra a salvação, pois materialmente falando, agora na perspectiva algo isenta de retorno, a matéria em si demanda a compra em si e de per si, na questão básica e alimentar, no princípio primeiro consoante com uma necessidade particular e individual. O trabalho passa a ser razão do sobreviver, e o não trabalho causa imediata de se sobreviver na modalidade da miséria, porquanto não se diz que o homem não dispõe de trabalho por questões mercadológicas, visto estar profundamente apartado dessa realidade falsamente liberal. Não há liberalismo sem a libertação, sem nos aprofundarmos nas questões cidadãs e de seus direitos, estes de ordens internacionais, perante o que se espera de um planeta sensato, na ordem correlata dos fatores e seus quesitos, é sua coerência com a riqueza de uma nação e com a paz que deve ser colocada sempre em primeiro lugar frente aos problemas inerentes ao indivíduo e o ser coletivo, espelho daquele.

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