sábado, 25 de janeiro de 2020

APENAS UM EMBASAMENTO

           Quem dera nascermos sabendo, quem dera o fruto do conhecimento fosse de uma pitangueira que plantássemos em nossas florestas: acessível, saboroso, farto, generoso. Por vezes, adquirir conhecimento é como aprender caracteres ideográficos orientais, ou desvendar hieróglifos… Há muito da arqueologia no conhecimento mais aprofundado em qualquer estofo, qual não seja nesta mesma a arte da estofaria, quando o móvel é mais raro do que o costumeiro, com suas linhas ou rococós, com o barroquismo dos ornatos, com o que se torna a sociedade moderna, mais detalhes e menos conteúdo. Talvez não seja uma crítica muito de relevo, mas a mitificação do simples e comum insight por vezes beira apenas um laivo imaginativo. Conceder-se à esfera dos costumes é importante quanto de saber-se adquirir uma informação que alavanque o conhecimento quando parte de fonte expressivamente majorada. Obviamente o cunho imaginativo, quando de uma boa projeção a partir de técnicas de brain storm ou similares, alavanca o processo criativo, mas é a partir mesmo da criação em si e de seus modais, que as soluções e a matemática fazem a geringonça funcionar, em se tratando de estarmos dentro do mundo digital e suas manufaturas. A imperatividade de noções de lógica contradizem o poder de muitos que pensam deter – dentro de suas superestruturas – vantagens competitivas pela quantificação, pois é na qualidade dos processos criativos de vanguarda que residem não apenas o instrutivo quanto a especificidade de suas regras. São como a vanguarda de um game de texto, onde quando pensamos que a simplificação é não linear, por vezes encontramos um diálogo sequencial com mudanças de formato extremamente não apenas na linguagem dos games, mas na plataforma da comunicação como um todo. A semântica dos estudos linguísticos atingem o conhecido, mas a recriação contínua em seus diálogos internos onde a coerência e a contradição se intercalam traduzem o estudo labiríntico da expressão, nessa expressiva dialética, inegável e sumamente surpreendente, onde o meio e a mensagem trabalham como na mescla de camadas – layers – ou dinamicamente trocam de sentido como na mudança simples de variáveis da programação, ou sistemas de classes e objetos. É nessa escala de orientação que os paradigmas que outrora depositamos na robótica ou no gigantismo tecnológico que uma página de Banda Desenhada, ou quadrinhos, podem estar vetores que encerram em si um algoritmo sem a necessidade de aplicação, posto de leitura fácil e complexa, interpretativa ou surreal, no que possa beirar o inconsciente e seus arquétipos, sem ser obra mediúnica ou tratativas similares. Aqui se trata de ciência material, do funcionamento cerebral e seus canais perceptivos, quando assimilados pelo pensamento e expressos dentro de uma sintaxe: a linguagem, seus suportes, as veias de um acaso recambiante e o redirecionamento a uma axis de referência, que por vezes recria a meta dimensão, ou seja, transcende o espaço tridimensional. Dentro, obviamente, de um espaço da lógica, da ciência material a se dizer, quem dera, apenas uma leve ponta da realidade espiritual. Esse nível de grandeza é praticamente infinito, posto não existir processamento – e jamais haverá – para se contar átomos em profusão e transformações sistêmicas, no que tange a redescobrir a relativização da matéria, esta fora da matemática, e encerrada na veia de concatenações expressivas, seja da criação humana, ou do resultado da apreensão da Natureza. Pois que esta em suas modalidades da diversificação de seus seres, serão sempre o fruto da compreensão da Criação de Deus e suas crenças, posto se em um jardim encontramos um pequeno universo, quem dirá em um lugar como a Amazônia, onde os nossos mestres são os indígenas…

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