terça-feira, 14 de janeiro de 2020

UMA DEMORADA ILUSÃO

          A ilusão por vezes demora toda uma geração, e não se desmonta… Os feixes de sua capacidade junto a regiões da massa cerebral são tantos e tantos que seus desdobramentos nos vitimam quando erguemos nossa percepção em torno apenas do que pensamos seja aquilo que nos chega: virtudes, promessas, falsas esperanças, falsa fé, vaticínios de outrora ou certezas verdadeiramente infundadas. Ninguém mereça a culpa de ser vítima da ilusão, pois às vezes apenas a fantasia nos serve como padrão da existência. Pois é, pensarmos que agenciamos algo, que somos mais certeiros nas atitudes, de pensarmos em conquistar riquezas ou prestígio, de vermos um pobre sob um alento que não existe, de crermos em Jesus mesmo não sendo bons com outros ou a si mesmos, de creditarmos o prêmio a sucessos duvidosos, de sermos suspeitos daquilo que jamais se saiba. Não, na verdade prosseguimos, com ou sem a ilusão e, se esta for demorada, calcada, redesenhada em nosso espírito, quem dera saibamos lidar com seus aspectos e não ficarmos muito assoberbados quando do nosso encontro com uma realidade qualquer.
          Demora a vida quando sabemos o que não sabemos… Temos que bater na mesma tecla sempre, insistindo, reiterando, e por vezes sequer nos damos conta de que não educamos nossa progênie satisfatoriamente, por falta de tempo, por aparentes urgências maiores, pelo acúmulo de trabalhos evitáveis, por estarmos cientes apenas de nossos propósitos. Seria melhor não descobrirmos de uma vez apenas o caminho que nos mande para a correção, mas seguir estrelas sem um astrolábio não dá nem para um troco de vintém furado. Temos que possuir boas referências, e um bom livro por vezes ajuda a dar a direção. Algumas palavras, que se tornem algo, uma vírgula e seu contexto, ou mesmo fazer uma leitura das pessoas, das máquinas, dos objetos, dessa selva toda que encerra a parafernália algo tecnológica que, ou nos direciona ao bom senso como boa ferramenta, ou dispõe de vidas encerradas em fakes, ou discursos similares. Não que as fake news não possa ter seus atributos, mas saber da origem da farsa já é um encontro mais de atitude conforme com a experiência de se ser humano neste mundo já bem ilusório. É nesse montante de capacitação exemplar que se faz descobrir a verdade em relação com a mentira… Isso é missão, das boas, pois quem coloca os signos onde devem estar no mínimo está prestando um bom serviço, como o necessário exercício da cidadania! No entanto, nada vem da noite para o dia, e a tomada de nossa consciência por vezes demora mais do que o necessário, e a cada passo vem um outro, como na meditação budista onde devemos praticar a recordação em cada passo de cada caminhada. Aliás, como encarnação de Krsna, Budha foi um grande avatar de história sobre humana, pois protegeu os seres vivos quando a matança em sacrifícios era usual. Veio para dizer que não se matasse nem uma mosca, nem um inseto, e seria muito bem-vindo nos dias contemporâneos, onde se mata humanos com uma facilidade movida por um mero projétil. Basta uma arma de fogo que alguém já pensa estar seguro, com a mesma segurança que diz: mate, antes que o matem. Vira ideia fixa, talvez uma obsessão, quando um cidadão passa a portar uma arma letal. Quem dera pensássemos mais no desarmamento, como quando rogamos a Deus que não haja uma hecatombe nuclear, ou mesmo, na posição humilde de quem vos escreve, que o Apocalipse não seja por já, pois gostaria de viver melhor apenas, com uma consciência limpa e nutrida por esperanças de um mundo melhor…
          Talvez seja bom escutar um podcast – nem sei se é assim que se escreve –, mas certamente receber uma boa notícia é algo que qualquer alma circunstancialmente positiva realmente deseja!

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