No
que vemos, desde o aparentar de um rosto com maquiagem, as
características de um corpo, no que vemos de tantos caminhos, no
mundo virtual, no trânsito, nas pessoas em geral, vemos as faces que
existem: ilusórias ou não. A face da produção, que seja, em
estarmos alugando patinetes, em uberizarmos a sociedade, em
que esta se torne mais e mais pauperizada, não vemos muito a face de
progressos reais, por uma suposição evidente, em que nossos antigos
viadutos se rompem enquanto há países que constroem um trem-bala em
alguns meses. Temos vias de asfalto, temos as lajotas, as
construções, as casas, mas de sólido em que tudo não se desmanche
no ar não vemos nada do que não seja recorrente em empobrecermos,
mais e mais. Talvez seja uma crise mundial, mas aparentemente é um
caminhar pífio sem maiores responsabilidades, onde as queimadas na
Amazônia viraram um estigma por onde devemos estar cientes do fato,
ou de tudo o que atrasa o nosso andamento. Visto sermos um pouco
etéreos, considerando o nosso nascimento que predispõe uma vida de
quase 100 anos, mais ou menos, estaremos cônscios se aceitarmos o
fato de que há outros mundos além desse nosso.
O
Baghavad-Gita deve ser um livro de cabeceira, talvez – em virtude
das circunstâncias de nossos dias, igualmente a Bíblia. O que nosso
olhar deve ser mais atencioso é no sentido de sabermos que muitos
possam viver cerca de mil anos, ou mais, como quase a vida de
Matusalém, cerca de 600 anos, se não estiver enganado, mas não há
maiores importâncias de se mensurar a vida, porque o que nos importa
é viver recorrentemente a face do que há, e o passadismo não seja
o limite a que nos impõe um ciclo de história, ou mesmo a miríade
de templos com suas particularidades, não importando tanto a união
em torno de Deus, mas a diversificação permitida pelo não
pagamento de impostos quando se cria uma religião à parte, desde
que não se atravessem com o absoluto poder das igrejas mais antigas
e tradicionais. A face produtiva passa pela crença, muitas vezes,
quando o que importa ao trabalhador é encontrar uma frente religiosa
para lhe dar um amparo e um norte em relação a tudo de iniquidades
que se vê nos tempos contemporâneos. Mas, na verdade, não importa
tanto que seja um pregador algum tipo de autoridade, posto a
colocação social de um cidadão não há de passar necessariamente
pelo viés existencial em relação a profissão, credo, força ou
política. Todos são iguais perante qualquer constituição
civilizada. De um simples varredor a um presidente de um país, a lei
é igual para todos. Assim sendo, há que se manifestar no seu
direito, o direito dos partidos políticos, dos sindicatos, das
greves, da administração igualmente, no que se clama que seja
exemplar.
Não
há muito de filosofia inquisitiva, pois não deve haver qualquer
coação que se parta de uma autoridade, e, esta, só deve ser
manifestada de modo cabal quando for requisitada no extremo caso,
quando um crime é praticado, ou nos modos em que se previna o
acontecimento dessa natureza. Será possível que certas autoridades
ainda tenham que citar algum parágrafo da Constituição para que
fique claro o direito a que o cidadão esteja incluído? Na colocação
de uma lei promulgada, tenta-se a outorga, mas na realidade não se
governa com plenitude da intenção de uma frase, nem de maior
período. A face recorrente de algo não desejado, pode querer
aparecer como em uma obra cubista, mudando os lados –
analiticamente – ou na síntese de expor apenas alguns recortes, em
uma montagem picassiana. Uma beleza é ver que Pablo já tem o seu
adjetivo no léxico de nosso idioma, pois quanto mais insistirem na
dissimulação, o tempo acaba expirando em horas…
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