domingo, 15 de setembro de 2019

QUE NOS SEPARE A RAZÃO


           É certo que sejamos seres racionais… Sim, é certo. Porventura resolvemos equações complexas, e que a ciência tem provado ser mais importante para a mecânica, nas técnicas de um ofício, no trabalho de um operário, em todos seus aspectos produtivos e igualmente no tempo em se resolver questões de ordem de relacionamentos, quanto se vê que a razão desconhece fronteiras, e se coaduna com o portar-se, afora isso passamos a ser selvagens. Não no sentido lato, de termos que ser de uma religião para não sermos da selva, porquanto o silvícola talvez saiba de uma razão, mesclada com suas crenças, que na antropologia revela o amadurecimento com relação ao seu entorno. A lógica aplicada na absorção de conhecimento para a exploração desenfreada revela um tipo de pensamento racional de selvageria: bárbaro, tirano e inconsequente, quando se mostra em açambarcar a propriedade do mundo em termos de riquezas naturais e exploração de nossos biomas e sistemas de vida. Nada há que explicar esse fato concreto de se pensar o mundo como a propriedade do homem, e não este fazer parte daquele. Milhões e milhões de seres residem em um cupinzeiro, milhões são as abelhas, centenas são os pássaros que fazem a faxina no planeta, e igualmente as baratas são responsáveis por grande limpeza no que entornamos com resíduos e restos de nossas vias sociais. Esse tanto de resíduos altera o nosso ecossistema urbano, pois somos ecológicos mesmo por entre o asfalto e o cimento, mesmo que os lixos sejam a realidade pungente, a mesma realidade em que um país do terceiro mundo ainda tem que conviver com um descaso do residual, da falta de investimentos em infraestrutura como o saneamento, e na carência de se educar criticamente o pensamento dos jovens: nascituros desse grande sistema.
          A bem de se dizer, os sistemas que comportam o mundo contemporâneo são os mais diversos, recolhendo informações, coletando dados, mistificando o ato criador de um invento, seja este no plano do design, na confecção de uma peça, ou ainda no processo criativo mas algo raro – infelizmente – do pincel. A arte e o ofício tornam-se mais raros, e a consecução de tarefas as mais variadas exigem cada vez mais de habilidades do executor sem, no entanto, haver ganhos proporcionais à velocidade em que os sistemas computacionais demandam nesse gesto de funcionalidade, tornando cada vez a massa menos habilitada um tipo de prestação de serviços não continuada, ou mesmo o serviço independente mal remunerado. Isto atrelado na dependência cabal de uma rede de relacionamentos, ou do isolamento em que o capital toma por si seu reduto algo meritório por trabalhos mais isolacionistas, na fuga do cooperativo vinculado, no padrão imposto e nivelador que não agrega grandes valores enquanto dependa da mão de obra básica ou circunstancial. Afora isso, uma massa razoável de boas cabeças migram para outros países através da incrível defasagem em que se compromete a ciência dentro das nações de terceiro mundo com a situação irrisória de mera espectadora da realidade daqueles outros países, que mantém sólidas as suas instituições acadêmicas. É muito raro encontrar professores desonestos, posto quem abrace esta profissão se torna como um bom estudante: ávido pela descoberta, entusiasmado com a ciência, mas parvo com a realidade pungente das carestias que por vezes tem que passar.
          Em virtude das circunstâncias por que passam os povos do terceiro mundo, há que se atrelar com países que acrescentem, independentemente de ordens graves no plano moral, como os preconceitos sexistas, de classe ou étnicos. Países que visem acrescer no arcabouço social os fundamentos de termos uma civilização aliada à razão fundamentada no juízo de seus valores. Afora isso, é perder para uma agressividade no bom senso, na preocupação de se vestir rudimentarmente dentro de padrões de contendas, é se preparar antes para ilusórios conflitos a fim de salvaguardar benefícios egoístas. Esses são nossos tratos à bola, o que devemos saber para que não haja um conflito que desfoque o bom aluno de seu compartir do conhecimento, posto que para um item de um índice de nota, o progresso se fará presente para qualquer classe que esteja justamente se mesclando na pirâmide real de nossas condições econômicas.

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