Você
queira atravessar algo, porventura uma ponte, que ela lhe leve, que
deseje isso, incontestavelmente… Face a face nos encontramos com
alguém, que seja, um boneco, algo de significado vário, com uma
reprimenda, com um pensamento, todos a face única de não se saber
exatamente a quantificação desse evento. Esse propósito quase
insano de se acreditar em uma fala, de querer que seja real uma boa
notícia, de um garimpo quase incessante de buscá-la, apesar de
pesos em que a balança fica desigual. Talvez seja bom saber! Mas o
que saber, se tudo se sabe aparentemente, se temos um uber
defronte a qualquer negociata? Quantos milhões vale um crime
permitido, se o que não se permite parte a buscar o habeas corpus
quase circense? Pudera, talvez uma agência de inteligência
estrangeira preveja um futuro, mas o pneu gira e gira, em falso. Esse
rotor agora já mais azeitado e, no entanto, mais sacrificado pelo
desgaste revela a máquina em que o nosso corpo é encerrado: dos
sonos, dos batimentos em nosso peito, das reações alérgicas, de se
fumar um bom cigarro. Ops, desculpas pela quebra do tabu, que seja,
ao produto quase tóxico que encontramos nas conveniências, afora
aqueles que primam pelo conhaque.
É
por vezes de se ver em uma novela de Simenon, as histórias de
Maigret, seus ambientes, o modo daquele tempo de décadas
passadas, onde o telefone de um hotel possuía a central em outra
parte, e onde a investigação não possuía muitos das provas além
de a intuição e a lógica, o inquérito, a suspeição e o crime,
este desvendado sempre magistralmente. No de se saber que hoje o
acompanhamento da verdade e seus caracteres perde pela falta da
literatura. Da boa literatura. Que não seja preciso dizer sobre
linhas de comando militar, da forma em que se conheça através
apenas das séries de televisão, ou dos simuladores e games
eletrônicos. Na caixa de fósforos está escrito fiat lux,
com a embalagem antiga e maestrina… Uma ponte ao menos, que seja
verdade ao escutarmos uma língua latina estarmos aproximando a
compreensão e o carinho que temos pelo nosso idioma. Essa mesma
linguagem a que nos aproximamos ainda crianças desde o nascituro, e
que temos por expressão da nossa literatura. Desta língua
portuguesa que nos leva sempre a uma dignidade sem limites! É como a
linguagem hispânica, o segundo idioma de nosso país em nosso
continente latino-americano, na aproximação de nossa cultura irmã
de outros países e seus povos. Esse agora arremedo de ponte que nos
atravessa internamente abre igualmente a condição de – com as
novas facilidades de comunicação – tecermos contato com outras
culturas naquilo que se pressente como mundo global, mas o mundo tem
sido um globo desde Copérnico, talvez, se não estiver
historicamente equivocado. Essa ponte nos leva a algum dado, a alguma
informação, ou muitas, mas empaca nos conhecimentos básicos que,
como o nome diz e de acordo, todos residem no globo, pois não temos
um globo africano, latino-americano, norte-americano, asiático, ou
ucraniano, japonês, este a propósito uma ilha maravilhosa, um
principiar de outro continente, onde nossas pontes possam se
alimentar de tal ciência.
A
propósito, a ciência do conhecimento – digamos assim, na
plataforma material – pode nos levar ao conhecimento, e essa busca
incessante por um homem ou uma mulher resulta na quebra de qualquer
grilhão. Porém, a ciência transcendental pode ter um valor de
monta incomensurável, pois é uma ponte que nos une com a Criação
de Deus. Essa ciência – do conhecimento espiritual – nos revele
os caminhos, a citar por exemplo Augusto Cury, um grande médico e
escritor, que nos aproxima da realidade do Cristo. E Prabhupada, por
que não dizer, um santo do século XX, que tem nos ensinado, através
de seus livros, os Vedantas, os Shastras, a sacralidade dos
ensinamentos indianos e toda a sua mística surpreendente. Afora
isso, como se não bastasse, temos o Tao, o Ying e o Yang, o
masculino e o feminino, toda a sabedoria milenar chinesa, o Tai Chi,
com seus estilos, o I Ching, ou seja, os modos de conhecimento
anímicos que desvendam os tesouros do inconsciente, as pinturas de
enfermos da época de Nise da Silveira, as pinturas de Van Gogh, a se
mostrar que as pontes que levam os homens à arte são várias, e o
animismo das religiões podem mover montanhas, se estas não ficarem
circunscritas a apenas uma escritura, pois quando há uma
harmonização de diversas tríades se chega ao universo da
compreensão e da gratidão por estarmos vivendo com pontes repletas
de possibilidades, que nos entrosam. Seja no mundo material, seja no
universo científico, seja no simples renascer da esperança perante
a espécie humana, seja no respeito que devemos por obrigação e
responsabilidade conceder aos nossos colegas de existência, como os
animais e as plantas do planeta Terra. Esta nossa casa, que temos por
obrigação de a estarmos cuidando, como aos nossos diletos seres que
não entorpeçam nossa humana sensibilidade...
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