quarta-feira, 28 de agosto de 2019

POESIA DE UM PENSAMENTO


Dista um dia após outro, na régua do tempo
Onde supõe-se largo, de outra feita, oxidado
Naquilo que queiramos ver, no abraço, no toque
Que ao clarim soe a música de um ou outro dia…

A expressão do pensamento revele uma forma
Que jamais corresponde a um filtro que não existe
Porquanto na imortalidade de um ato sólido
A vida por vezes passa ao largo do imediatismo!

Que se admita o pensar distante, na fronteira do nada
Em que não se nos turve a cor de nossos olhos
Quando olhamos para um painel grená ou mesmo não
A não ser que lembremos da pureza de um grão de café.

Das moendas que perfazem engenhos, do rabisco de letra,
Da vida de uma tela a óleo, na construção de um personagem,
No caudal imorredouro de nossas propostas em vigília
Será o canto do pardal o silêncio que permite o ser?

No que se proponha pronunciar a silenciosa máscara do ouro
Negro das entranhas de nossos mares, a que não pertença o dia
Nas plataformas que não vemos, e demos um ar de avessos
Os presentes que não nos concedemos, uma partilha de ocaso.

Ah, mas que o pensamento não soçobre sobre o manto azul
Quando vemos a profundidade do oceano sobre o qual
Nossas embarcações, quais cascas de nozes, suplantam
Os veios que ainda não foram encontrados, e que submergem…

A seguir ao menos em uma poesia que consagre um de nossos lados
Pretenda-se não ruir com uma edificação solene, a que participe
O logos de subentender-se que um propósito mais do que humano
É saber da importância capital de preservarmos as nossas casas.

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