Algumas
personalidades históricas ou literárias viraram mitos, ou lendas. A
ponto de nos apercebermos que a palavra mito se transfere com a maior
facilidade nos tempos de hoje, em que os games e os super-heróis dão
certas pautas na ilusória forma de se apreender o mundo. Um planeta
onde a ficção se encontra com uma pré ficção, onde quando
empunhamos a bandeira de retornar-se ao panorama da realidade, vem um
manto denso, como um nevoeiro de acrílico, sólido, transformando as
maquetes de um mundo da real arquitetura, na acepção de quem
fabrica e quem usufrui ou compra a sua ilusão de encomendas… Torna
factível e extremamente confortável se instalar na conveniente
poltrona e participar de jogos, como se a interação com o game
realmente nos transportasse a um mundo virtual, transcendendo a
realidade, como se recriássemos espaços, como se nos treinasse um
simulador, como se houvesse uma interação realmente importante nos
inputs e outputs, as entradas e saídas, a referência dos dados e a
percepção aumentada. Fica mais interessante buscarmos as interações
cinéticas e estratégicas com os games, do que uma preocupação
relevante como a que devemos ter urgentemente com o meio ambiente e a
situação genérica e necessariamente atuante na aldeia global.
Vira
um mito quem se pretende projetista de algum sistema, ou no
agenciamento de integrá-lo com as modalidades produtivas: uma grande
ideia, uma real inovação, e não a mera página, algo bela, de se
supor que o design já não esteja sendo administrado pela
inteligência “natural” dos processadores, ou das amplas
bibliotecas à disposição dos desenvolvedores, e sua ingerência
nos requisitos básicos de produção. É, ou torna-se mais fácil
fazer funcionar o game, do que propriamente desenvolvê-lo, pois
nesse requisito de criação a inteligência dentro de uma fronteira
revela se a nação está de acordo com a tecnologia, se sua educação
recebe grandes insumos para que o fator humano – a partir do qual
inevitavelmente temos a capacidade criativa – se mostre apto a
desenvolver, criar e executar os softwares e, principalmente, os
hardwares na questão do engenho civilizatório, onde o conhecimento
e o saber são altamente relevantes, o que já se tem na tradução
universal como know how, ou como ser independente na
inteligência e capacidade produtivas nos países em desenvolvimento,
principalmente, como condição de que andaremos com os nossos
próprios sapatos!
Se
porventura temos poucos contingentes capazes de assumir ou
simplesmente atuar no trabalho em empresas de tecnologia em um país,
talvez saibamos que na educação e seu implemento tecnológico é
que podemos criar as bases para sustentar uma manifestação, a
comunicação, ou as vertentes artísticas dentro do cenário que se
apresenta em nosso novo século. Saber como realizar uma boa
educação, dentro de um teorema complexo a um país como o Brasil,
tão carente em desenvolvimento humano, é começar com a ação
direta, em que a educação se transforme em força motriz, em que um
cidadão pobre possa ver seu filho em uma boa escola, e que essa
importante rede de escolas no país seja de responsabilidade e
estratégia do Estado, pois constitucionalmente é esse Estado que
deve proporcionar uma educação gratuita, e de qualidade. Não
adianta se achar que um estudioso é superior porque veio de uma
instituição de ensino do exterior, se na verdade temos que
capacitar o estudante em sua formação básica aqui dentro, e depois
obviamente alçar seus voos maiores, seja no exterior, ou melhor
fosse, em universidades brasileiras que dispusessem de boas margens
de pesquisa e insumos para que em um tempo razoável se formem
profissionais de excelência dentro de um país como o nosso.
A
difícil equação da educação em um país pauperizado por crises
cíclicas sui generis é encontrar os remédios na prateleira, sem
a falta da gaze, da água oxigenada, do antibiótico, do atendimento,
enfim, a educação sempre será similar à saúde pública, e esses
são dois pilares fundamentais de correção de um bom Governo,
administrador, ou gestor, palavra que está na moda, mas que
aparentemente significa cumprir com interesses produtivos. Voltemos à
palavra Governo, pois é mister que se resolva a questão de saúde e
educação através de termos pertinentes, pois não há nem deve
haver uma mitificação dentro da esfera da realidade do que cada
qual cumprindo seu papel. Demandando esforços, reiterando boas
atitudes e governando com a cabeça, e não com esta voltada à
questão de a quem pertence o Poder, já que uma disputa interna
entre os quatro poderes só significa o atraso operacional – aí
sim – de uma boa gestão de nossos egos... Não os inflemos a ponto de que a sede do mesmo poder como fato passe a residir dentro de
circunstâncias que infelizmente não possuam atenuantes, posto sejam uma traição ao bom senso: escárnio, dúvidas e sensaborias.
Partamos do princípio lógico, mesmo para que passemos à frente dos
processadores, pois no dia que formos capazes como a Intel, ter-se-á
um país saindo do quarto mundo para ser uma potência.
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