quinta-feira, 8 de agosto de 2019

UM PONTO EQUIDISTA DAS LINHAS


Ao ponto que se dê uma presente linha, quiçá transparente,
Para que não se veja tão logo a vírgula necessária
No modo em que o ponto-casa, e sinalizando linha-rua…

Da rua livremente posta, dos postes, das lixeiras que esperam
Os obstáculos prementes de seus dias, da selva transmudada de seres
Que, notívagos, pernoitam por abaixo de marquises consentidas!

O ponto que não seja apenas o de vista, pois de mal talhado revela
O outro ícone que deixamos atravessado por um aplicativo sem causa,
À frente de inocentes dias, o que voga na transudada ignorância.

De se verter o ósculo em algo parecido com uma pipeta
Tão científica dentro de vibrações onipresentes de uma noite,
Ao outro ósculo nas vertentes que um dia disseram da esperança…

Ah, sim, ao beijar serenamente o claustro das enfermidades de patíbulos
Veste-se a medicina a assentir que seja assim mesmo, no que de muitos
Haveria outras que dissessem um oposto do que não fora privação.

Um ponto equidista de uma linha, rege a semântica dos aconteceres,
Do que o não oponente bíblico se oponha ao que realmente acontece
Nos alvores de que ao menos o povo possa ler o seu Texto Sagrado.

Ao que o povo é ponto, a linha sê-lo atravessa de ponta a ponta
Nos desejos de se comprar – estranhos vértices – o quinhão do pão
Ao menos que se deseje e possa adquirir um quilo de mortadela…

Não, que o poeta jamais descanse, que o trigo remanescente argentino
Seja sempre o mesmo daquilo que se espera que haja na gôndola
A se firmar o tempo que não claudique a forma não esperada do belo!

Que se queira ocupar espaço, mas na força isso é dispensável, pois não há
Um mínimo rejeito a elucidar as hierarquias em que se dispões as trocas
Em que um Cruz se troca, porém, por ter sido grande em sua instância.

Se a linha está acessível a qualquer dos lados, o ponto se posiciona âmbar
Na fortuna de suas rodas a alicerçar os tempos, em que a poesia possa
Ter encontrado o mote indubitável das esferas ancestrais de nosso século!

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