Quantos
dias nos faltam a que pudéssemos acender um incenso e firmar pé na
transcendência. Quantas noites nos restarão a que pudermos
acreditar realmente em Cristo e na sua soberba paternidade sobre os
infelizes deste mundo? Óbices existem e, logicamente, os
escarnecedores não levam a sua palavra adiante, pois nem sequer o
Antigo Testamento carrega em si a arrogância e os frutos estupefatos
da sociedade que passa a observar apenas esse falso testemunho do
divino. Quando o ego se suplanta aos atos, quando a pretensa
criatividade osculada pelo mal se torna lugar-comum, é hora de se
pensar em profundas reflexões, justo hoje em que tudo se grava, e as
provas da insensatez são inquestionavelmente reveladas a todo o
planeta em questões de tempo subatômico. Os elétrons perpassam em
suas correntes ao redor dos computadores, e o sistema de informação
inteligente, que porventura já está centralizado em servidores
comuns, igualmente revela aos países de maior nobreza intelectual o
que ocorre em lugares postos por fronteiras relativas, posto ser tudo
hoje obra a relatividade científica, e pontuar como cristão não o
sendo é deveras humilhante na hora da vindima, para quem assim o
agir. A isenção judicial na prática das ofensas a toda uma
população que ainda espera por tempos mais humanos será sempre
responsabilidade do aparato jurídico que porventura uma nação
ainda se preste de tê-lo. Afora isso, é inegável que a injúria e
a difamação andem correlatamente dispostas, mas igualmente o
progresso humano é tarefa da própria Natureza, pois esta – e
somente esta – poderá unir em torno de nossa casa a comunhão
inevitável onde participam as gentes de bem.
O
progresso vem por todos os cantos, e é no corriqueiro fim de semana
em que acontece o período de maior reflexão, seja em um templo
católico, seja na busca da palavra que oriente, seja na leitura
sagrada do Baghavad-Gita, ou mesmo em um simples exercício
intelectual, uma ginástica coerente ou um passeio por lugares em que
se remeta a paz esperada dentro da pressuposição lógica em que
desfazer inimizades é missão do verdadeiro devoto. Essa devoção é
um espaço belo porquanto só assim compreenderemos a latitude da
maldade humana e seus representantes quando houver real rebatimento
em alguma escritura sagrada no espelhamento do que se está fazendo
contra a Natureza, e como os quilates do egoísmo se pronunciam dia a
dia na ambição desmedida…
Por
uma questão de sensatez, pensemos que, se alguém por crença
estúpida, quer acelerar o juízo final ajudando a destruir o
planeta, esses seres quase sinistros pela sua enfadonha insistência,
hão de ser as próprias bestas do apocalipse, as figuras infernais que demanda conhecermos para saber de tudo: suas faces, os propósitos e as ligações com outras bestas que se prestam a
querer evitar de olhar para o planeta com mais cuidado. Agora, se
essas atitudes possuem aval de quaisquer movimentos de ordem
religiosa, há que se ter de si mesmo – o religioso – um olhar
crítico para que não embarque na ideia de que o mundo será um
paraíso depois de se acabar com ele, pois condenados estão os que
têm conivência com esse crime hediondo, que é responsável pela
devastação, pela carência humana e pela crueldade com os seres
outros que habitam neste mundo. Essas pequenas noções de termos a
clemência, de tentarmos compreender o próximo, mesmo que este
esteja cego pela fama ou egoísmo, é que nos fornecem os progressos
necessários na virtude de nossos atos, e o respeito decorrente de
merecê-lo quando ao menos quisermos uma nação de pé, de homens e
mulheres virtuosos, do bem-querer, da justiça social e dos cuidados
que temos por todos que amamos que, subentendidos formos, é um amor
que transcende qualquer laivo de inimizades.
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