segunda-feira, 12 de agosto de 2019

A LÓGICA OBJETIVA


          Qual não seria um mundo sem a lógica… Apesar de jamais nos debruçarmos deveras no mundo daquela, não seria mal visto alguém que apontasse, como Sanders Peirce, uma ciência que transcendesse a mesma lógica... No entanto, vemos que aponta muito a questão da Natureza realmente transcender um fundamento matemático, contrapondo-se em seus significantes mais agigantados o que ocorre hoje com os fundamentos da computação e suas facilidades de processar dados e informações em velocidades absurdas. A Natureza torna-se, no viés criacionista, obra de Deus, mas isso não a explica, quando a ótica sobre ela debruçada não vê uma questão de que – depois de haver a Gênese – as coisas acontecem ainda sob o manto assaz importante de que a vida nela contida é que deverá mover o mundo que acontece. Onde a existência da devastação é não existência, levando ao nada e contrapondo à própria criação divina o pensamento de que não estamos destruindo nada, justo, o que não é o fato. O papel de uma religião onde estiver atuante, seja Bíblica ou não, não será melhor quando explica ou justifica um sofrimento humano, ou de todo um sistema natural, com base na perspectiva reducionista de que o mundo está em seus últimos dias. Nada a ver com qualquer credo, mas as antigas guerras e pestes já anteviam cenários mais aterradores do que o que aparenta em nossos dias, como na última segunda Grande Guerra, onde foram ceifadas dezenas de milhões de vidas.
          A aparência que temos com Deus é próxima igualmente da semelhança que temos com os macacos, posto deles não distarmos quase nada em termos genéticos. Aliás, entre um camundongo e um ser humano existem genes em vulto semelhantes, como pelos, patas, mãos, olhos, rins, coração, reação a experimentos semelhantes que nos aproximam à ciência. Não seria absurdo afirmar que os cientistas buscam soluções bioquímicas aos humanos através dessas cobaias. Isso é tão factual ao se descobrir que um reboco de nova marca é melhor do que o que se vem usando até então: as duas circunstâncias unem ciências factuais, de uso mais perene, desde que descobriu-se a roda. Se o nosso presidente precisa de um médico, certamente vai optar pelo melhor, e se um médico tiver condições de ir a um congresso de ponta, certamente vai investir nesse upgrade. Se a Bíblia for traduzida para centenas de dialetos, certamente vai atingir mais gente, e catequizar mais propriamente nesse sentido, na medida em que se somarem investimentos grandes para tal empreitada. No entanto, entenda-se a religião dos povos não pelo alcance que possui, mas pela importância que alcança ao indivíduo, seja uma seita, um rito tribal, uma crença africana, a existência dos feitiços, os totens, os cânticos, os idiomas que são intraduzíveis pela civilização por não possuírem o alcance a ser espelhado pelos padrões latinos ou anglos, ou orientais. Enfim, o respeito ao panorama cultural dos povos, suas ciências, seus mitos, nos grandes arquétipos que Jung já previra na coletividade humana, sob a ótica da ciência psíquica, o que vem a limitar igualmente a totalidade e pluralidade dos seres, já que para muitas tribos a religião incorpora a Natureza como condição de respeito por ser ou fazer parte da existência de seus ritos e de suas maneiras de ver a si e ao entorno.
          Nisso vemos que a lógica, como vem sendo utilizada pelos padrões da tecnologia das civilizações, reduz a percepção à sua existência, onde o evidente binário parte do pressuposto da ciência Newtoniana, basicamente, e a construção do imaginário dos indivíduos acaba por espelhar em pequenos ou grandes agrupamentos pretensas soluções de vida mais confortável, e uma ignorância de visão que insiste nas guerras, nos litígios, na competição desigual, e em uma condição de miserabilidade e concentrações de megas fortunas nas mãos de poucos privilegiados. No fundo, dividimos o mundo entre várias fantasias, inclusive certos messianismos que deveriam esperar para ver se ao menos se busca uma solução consensual naqueles povos que precisam de atenção... Basicamente no continente africano e no latino americano, onde o tribalismo ainda representa vitalidade e conformidade com suas crenças, e onde a intervenção extremamente cruenta gerada pelos recursos abundantes deveriam abrir espaço para as riquezas mais de coleta, permitindo a sustentabilidade na preservação da mesma e nossa mãe Natureza. Deve ser condição sine qua non a que possamos prosseguir com duas realidades que se ajudem, sem buscarmos polarizar aquecimentos de máquinas que atentem contra a harmonia necessária e premente nos dias conturbados de hoje.
         A lógica a ser enfrentada deve ser objetiva no sentido de “re”ligarmos Deus com as leis do mundo, posto sem dúvida esse Deus maior deva ser o respeito acima de tudo, sem fronteiras, protegendo as nações indígenas, aprendendo com a medicina das plantas e outras formas de vida, recusando – haja vista haver tanta concentração de riqueza – retirar mais e mais riquezas do solo do planeta na forma de ouro e minerais, quando próximos a reservas ambientais e, principalmente, escutando os conselhos de um país que possui ao menos a sigla de um partido chamado: Verde, como a querida Alemanha. Essa nação quer zelar pelo bioma de nossas matas, e já aprendeu duramente o que foi a derrota, o erguer de um muro que a dividiu, e a união das suas diferenças na construção de um país que tem, com seu Governo, a estatura e liderança de uma mulher culta, preparada e verdadeira estadista. Temos que escutar quem conhece, quem tem história, apenas para citar esse país, entre outros. Ou, em outra plataforma, os Médicos sem Fronteiras, uma ONG de respeitabilidade inquestionável. O que se espera é que daqui a pouco não venham ter que atuar aqui no Brasil, pois a situação do Nordeste não está nada bem nessa questão de ordem.
         Baste de se insistir um pouco nas questões de cunho político ou midiático, pois usando a lógica temos o True e o False: o primeiro dentro da esfera do respeito supracitado, o segundo como signo de devastação em que certas árvores vão precisar de dezenas de anos para atingir o seu crescer condigno, na melhor das hipóteses, se houver replantio e boa vontade. E mais, a humildade que a espécie humana tem que ter para olhar uma folha e pensar ao menos que nenhuma espécie é superior a outra e, que Darwin nos perdoe, para que tanta evolução, se sempre temos passado por situações tragicômicas? Certamente, na atualidade, mais trágicas do que graciosamente divertidas...

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