quinta-feira, 30 de maio de 2019

GUERRA E PAZ



            Quem sabe fosse um tema fácil de encontrar sobre nossos ombros quaisquer fardos que sejam, mas supostamente não a conveniência do conforto em se admirar a guerra, ou de se pregar a paz dentro de uma sala repleta de queijos e vinhos raros... Estes fardos seriam de pelúcia, uma pelúcia de encontro com naftalinas, ou não, de tanto usarmos um cheiro de uso, de perfumaria barata, ou  na ponta de um algo que seja mais sofisticado, como o cheiro empolado e francês. A guerra tem odor fétido, do lucro, daquele que ganha, do covarde ato, ou mesmo do pressuposto equilibrado das potências escaldadas pela preparação do combate. Na guerra o tabuleiro é conforme, usual a todos os países vencedores, uma questão de tempo, um linear de mísseis, um homem que vale mais do que trinta, ou um trinta que move um milhão de sofrimentos, Talvez houvesse pressupor um dia, uma conflagração, uma ameaça. Talvez outra força, outro entediante e previsível movimento, uma tática facilitadora... Há de se encontrar uma sala no lado da rua, a céu aberto, uma pequena contenda na situação do desabrigo, um meio incontornável, e a situação imutável dessas sortes.
            Que o escritor não encontrasse tanto dessa parafernália existente, do que não é e não existe, portanto, daquilo que se quer, mesmo em um curso da saúde privado, onde o pequeno interesse é que apenas se possa pagá-lo sem a falta do não futuro. Perdão, do futuro, do encaixe, da não ameaça sobre o patrimônio, e que não haja negros na sala de aula, pois isso fere o andamento social pequeno de uma burguesia que se apega na normalidade que nos fazem crer como tal, como estamento, como preconceito “viável” na forma de uma lei subjuntiva e individual. Não é suficiente termos quase o viver de acordo? Qual a origem da paz, senão o armistício entre fronteiras? No consertar avarias de um carro sabemos que ele só andará com o petróleo, mas na ponta extrema não sabemos que o óleo muitas vezes vem do sangue derramado. Queremos buscar a namorada na zona sul, queremos beijar como nunca nos beijamos... Talvez apenas isso, que algo mais íntimo seria a coroação, mas que o ato em si significa? Ao óleo, poderíamos dizer, mas que óleo é esse, pois passo por um posto e lá está, e por que essa questão tão irrisória? Talvez, concomitantemente em saber, estamos na curva de hipérbole descendente, o óleo acaba em pouco tempo, se consideramos que nossos descendentes vivam mais tempo do que seja a normalidade em se viver. A paz se faz presente quando um país não nega seu ouro negro e vende suas jazidas a um preço irrisório para um país que deseja usufruir do mesmo ouro, comprado como em um leilão onde o menor preço assinta entre corporações gigantes. Essa riqueza, se convertida a um povo esfomeado, tira esse povo da miséria, e esse precipitar do bom senso é que faz de uma nação a sua soberania. Uma paz permanente se cria, mas creem, a águia dá seus sinais da garra, sequiosa pela predação.
            O que se diz da Inglaterra na virada de dois séculos atrás: o que fez com a Índia, o que fez com o continente africano? Por que se reserva uma proteção marítima entre os EUA e a Inglaterra, esse acordo bilateral? A paz vem de uma linha tênue, companheiros, e, apesar de tudo, é o trunfo que nos resguarda. Aos interesses beligerantes, muitos adotam uma postura de retaguarda ofensiva, mas na frente só encontram trabalhadores desempregados, e contra estes o canhão não funciona. Por essa cisão vem a falácia, que começou destrambelhada e continua a uivar em canais pífios, esses mesmos que já não encontram a resposta, haja vista estarem na companhia de guerras internas, da manutenção de riquezas relativas, de uma culpa que se carrega no ombro, e que não é tão de pelúcia e mais parece carvalho pesado.
            Ah, que tantos falem, vou embora pra Pasárgada, lá sou amigo do rei, este eleito por colegiados, na cama que escolheu. Que paraísos estranhos passam pela ideia do exterior, da terra estrangeira, a se falar língua estrangeira, nem tanto em Miami, por suposto. Mas isso não vem ao caso. A grande questão é a mais simples e pura lógica: não colocar minas onde o nosso povo anda, não minar nosso território. Pois que em cada família de nossas favelas está o trabalhador, honesto, sincero e íntegro, justamente porque vive com todos os percalços que o atingem duramente, e jamais se negue esse fato.
Atirar com qualquer artifício de guerra contra inocentes torna um país sem cuecas, envergonhado, nu perante sua própria covardia, e os massacres imputados por facções milicianas que devem ser combatidas com fogo, ao menos com o fogo da justiça que arde sem arder, mas que verte no processo o regimento de causa. Se muito se espera de uma retaliação, sabe-se que à guerra interna ocorre, quando assola muitos na consciência – e, tão logo se perca no usufruir do ego –, mas cabe ressaltar aquela que surge na imediata inação, na hora da consciência e preparo do combate, a se partir a ação de vanguarda quando o que se quer é uma justiça plena e conforme. Esse tipo de ação se torna factível quando de agentes que prezam por nossa segurança.
Digamos se falássemos de um país, diga-se que seja uma área árida de humanismo, mas este, o humanismo, deve ser o motivo fremente de se adotar a vertente da paz, e não o preparo de um conflito armado onde a palavra porte-se bem possa significar outros portes. Das pessoas que lidam com aspectos da lei, seus agentes, advogados criminais, juízes e etecetera, seja justo como sempre fora, mas livremo-nos dos incautos que temem menos quando armados até os dentes, pois de algum uso provavelmente farão daqueles. Se alguém tem um ódio arraigado contra um partido, uma ideia ou um ateu, jamais será através de uma justificação motivada – inclusive por padrões escriturais – que se fará justiça perante a boa fé do diálogo, quando e principalmente este vier com o viés de se resguardar o entendimento cidadão e humano perante a sociedade e seus atores. Assim fica-se no resguardo até que um panorama mais aceitável revogue ações em contrário, posto a permissividade comportamental dentro da ordem e preparada para a diversidade de ideias e idiossincrasias deva comportar que a tempestade não nos leve a um naufrágio facilitado pela ignorância, posto que esta exista com a felicidade plena em dissipá-la educando e primando pelo aprendizado contínuo e sem fronteiras.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

UMA POSIÇÃO SENTIDA


Qualquer aposto não fere a ferida que não cala
Assim de se ver que uma veia nos traz à escola
Na parte que não transige, na consignada rota
De um non sense torto quase sem sentido lato…

Não que a poesia possa respirar, isso procede
O não fato, aquilo que não verte na alma
Nem um dente irrisório do descaso, um mote
Que retém um grampo de cabelo na lapela.

Assim de se prever que muitos se informam
Torna a informação quase cáustica por vezes
Mas que infunde a questão peremptória e crua
De se estabelecer fundo quase consuetudinário.

No que a palavra fale, no íntimo de seu verbo
Remontam ócios infinitos do simples não ler
Mas que na ponta de um sufragar ansioso
Nos vemos na esfera de um tragar noturno.

Cabe ao montante de uma situação perene
Saber-se de continuidades por reflexos
Onde nem sempre se dá a corrida infanda
Na parte da mesma escola por si fundada.

Não que se jacta a esfera condenatória
De uma linha quase ausente da memória
Mas que se pare a recrudescer o falso
No que se exime algo por não se saber…

A veste da semântica nos apronta muito
De nos sentirmos na ausência do parecer
No que vestimos na parecência do nexo
Ao redondo mundo em que parecemos viver.

Uma equipe falta, o treinador desfalece
Quando o esporte não significa competição
Algo que assemelha uma homenagem
Àqueles atletas que mudaram para fora.

Do foguetear-se incompatível na roda
Em rosa de quase fogueira, a moda vil
Que não exerce garantias quaisquer de ponta
A outra que se fere por agarrar de viés o ferir.

Simplesmente deixamos de saber do século
Onde Cabral não foi o descobridor do país
Mas que seja o João Neto de Melo da poesia
A que a genealogia não corresponderia jamais.

Verte-se a poesia em seu tentar estoico
De se querer traçar um significado próprio
Na vertente enfumaçada de um cigarro nu
A que se pretenda ao menos um costume!

No que se digladia a performance do lago
Retira-se uma água de contaminantes
Na espera que um dia verta sobre a cidade
A catástrofe quase imediata da previsão.

Pois sim que falar sobre recrie as horas
De uma frase que não subloca parentes
E que tenta prosseguir lenta e silenciosa
Nas guelras de um mundo sem oxigênio.

A cidade quer ver o campo, mesmo desnudo
Com seus albores quase noturnos, demanda
Que não afete o rumor mais tranquilo da nau
Em que se navega no prumo silente da rua!

A feliz transigência de um caminhar sereno
É maior do que a pressa de outro que corre
Mesmo na correlata vez em que um parta
Na notívaga voz que ensombra o espírito!

Não que mechamos uma mecha suspeita
Na ocasião em que a palavra seja dita
Sem o subterfúgio que nos revele por um dia
Aquilo que não se carrega por braço ocupado.

A ver, seria pouco afirmar que a sina e longa
Porquanto muito se faz para aplacar missões
Na experiência claudicante de um dito insano
À espera de um consonante sorriso afirmativo.

Não se diga jamais que o mundo não esteja
Sem o esteio correto de sua bússola ao norte
Posto enquanto se espera o rumo certo
A derivação do barco encerra a outra verdade…

terça-feira, 28 de maio de 2019

O VISÍVEL E O INVISÍVEL


          No que resta a algo, as sobras quiçá de um alimento, se for oferecido ao Supremo, será sempre sagrado, como prashada que come-se sabendo em se purificar. De um punho cerrado para uma luta não há lugar conforme do visível, posto não alimento, violência, atitude de regresso, que impinge sofrimento. A que muitos pertencem à categoria da violência, e esta, quando se compra uma arma, não aparece na bala o estrago que se faz na carne, mas apenas a predisposição afoita de querer usá-la na coragem e na covardia do ódio. O invisível torna-se visível na compra da arma, na aquisição, no treinamento compulsório, haja vista o alvo ser uma silhueta de um ser humano. Quando se pretenda usufruir da segurança de si mesmo, na verdade se está agindo conforme uma visibilidade em que muitos querem a crença de estarem muitas vezes defendendo o mal com o bem, a rigor, o trocadilho insano, que seja, o bem pelo mal. O ato da arma é de pressão inequívoca, tanto por se estar na zona sul, o permitido matar, ao que esteja na periferia, o permitido morrer… A insolência, o álcool, as drogas e aquela posição da sobriedade fria que gera a permissibilidade de uma intenção dolosa fere o princípio máximo da dignidade humana. Mas nos falamos sempre o que está em pauta grandemente que é a questão religiosa. A princípio não pode haver religião, ou o ato de “religação” com a vida, com o espírito se não houver atitude sincera, porventura se em uma escritura se aprende a dissimulação, a hipocrisia, qualquer caminho turvo ou tenebroso para se conseguir uma pretensão de utilizar a mesma escritura como recurso de uma “maldade necessária”, a sociedade onde isso ocorre é profundamente contaminada pela ideia parva da ignorância, onde o bem se confunde com o mal e a ação de fins que justifiquem os erros demanda que se descarte esse processo desde suas raízes podres, posto nenhuma religião que pregue a maldade como caminho pode ser denominada religião por si, muito menos quando utiliza a palavra de Jesus Cristo. O ódio a algum manifesto de pensamento, o tolhimento da cultura de um povo, o sacrificado modo de que a pobreza é inferior à riqueza, a relevante negação da arte popular recrudescem fantasmas que se tornam visíveis a olho nu: decrépitos na intolerância, decrépitos na ignorância, mesmo com letras infinitas de leitura única. Quando Jung falava na vontade de poder de um ser humano já quebrava o processo psíquico do que o poder pode fazer com o indivíduo, e como esse poder pode vir a ser utilizado pela maioria, ou uma coletividade com peso e força, avizinhando nuclearmente uma reação muitas vezes totalitária e assustadora. As diferenças que fazem aumentar a idiossincrasia da sociedade, e a convergência ou divergência saudáveis de opinião, o debate contínuo e a conquista de se fomentar mais espaços para a filosofia, as artes e a literatura fazem de um povo a soberania existencial mais do que necessária, porquanto essencial. Essa é a visibilidade onde muitas vezes a discussão e a releitura do que está certo ou errado, mira no pressuposto de que um cidadão por vezes sequer tem interesse de se imiscuir nesses assuntos, uma tomada existencial que sempre deva ser respeitada, mas a dignidade material é fundamento indissociável na construção de um dinamismo de mercado e da mitigação da desesperança que afeta todas as classes sociais, algumas pela concretude da situação, e outras por sensibilidade humana e preocupação com os rumos de nossas nações. Não importa quem é quem, se somos diferentes por convicções por vezes ou sempre discutíveis – quando estas se posicionam sem flexibilidade e soerguem coativas –, mas há que se observar que as fronteiras aparentes desse processo que querem fazer parecer complexo não têm muita razão de existir, posto um sapato que está sendo fabricado na Itália pode aparecer, na outra ponta, dentro de um brechó de uma Igreja, onde um ex faminto pode estar bem calçado. Tem-se que admitir que uma guerra comercial nada tem a ver com o liberalismo ou a globalização, posto o oposto destes é intervencionismo estatal, e quando verse quase ou aparentemente invisível sobre uma população carente, tornando a sua vida mais dura, aparece como rocha marinha que afunda o barco mais solene que se pretenda na tentativa quase absoluta de se navegar sem rumo, com o leme travado pela popa.

domingo, 26 de maio de 2019

QUAL NÃO SERIA O TERMO



De um termo qualquer talvez se esteja órfão aquele que tenta algo
No escrever sucinto de sua verve, na vida que não tenda a mais qualquer
Que não fora o significado primeiro de um termo outro que não ofenda!

Pois tempo, dai ao poeta mais um pouco de si, quem sabe um décimo
Do que fosse numeral marcado, um átomo de seu silêncio efêmero
A que se dispõe uma mesa farta depois de vinte e tantas horas…

Que se disponha, dispõe é conteúdo quase informal de se conter muito
Não que não sejamos loucos a ponto de evitar o que se vem para melhor
Para aquilo que não se despe a granel de roupas baratas, mais um paladar!

Um termo de circunstância, que não vogue tanto o repente quase nulo
Em uma plataforma que inexiste quanto de se aceitar o quase inaudito
A que se anteponha certo verbo na linha de frente da ala da dama…

Pois que se de tática se versa um quase querubim de letras negras,
Sabe-se que o cálculo de movimentos futuros não espelha muito
Aquele proceder de blefe barato na aparência, depois de um mate falso.

Se é de se jogar que se jogue algo de adulto, pois que se ponha o pingo
Em um I romano que não possui ponto nem o pingo que se preze
Quando se adormece no IV irrisório, que o cinco parece vitórias!

De únicas vitórias se faz de novo, que se é de se jogar que se jogue,
Mas todo o jogo traz em si o vencedor e a perda de quem se digladia
Posto nem sempre o perdedor perde, e nem sempre o jogo é que ganha.

O temor geral de se gerar um termo cabal reside na antinomia de um ser
Seria cabalmente a compreensão de pensamentos em um fluxo contínuo
Mas que em progresso ao menos uma vertente é quase verdadeira…

Em oposição a qualquer outro ser, que seja, a contradição de um fato outro
Versa que a mensagem seja posta na mesa qual condição irrefreável
No aspecto de um porto onde o barco ao menos saiba da concretude da água.

Assim de âncora, de ser fundeado corretamente, esse é um fato verdadeiro
Pois denota que a verdade seja aquilo que não corrobore muito o ego
Naquilo da exibição e espalhafato digno de um circo onde o palhaço falta.

Sim, de termos em termos vamos conceituando as promessas de um dia
Que passa azul e rosa na superfície de Pablo, qual guernica que sai por outro
Revelando outras cores no ocre e cinza da realidade de uma grande guerra.

Como páginas recortadas de um jornal, os objetos do cubismo sintético
Já houveram por revelar a coisa de um passado século onde residiria
O silêncio do grito que enuncia um movimento artístico incomparável!

Pois que desçam do pedestal os ouvintes do nada, pois que se teça
Um dia a idade da razão sartreana, a ver que em mapas de uma fome
A compreensão dessa realidade não passa a ser o egoísmo do conforto.

À medida que compreendermos melhor a própria e sólida verdade,
Seremos mais justos quanto a veracidade que se estampa na face
De um olhar que teça a esperança para os pobres, sem faltas no jus…

De uma fronte qualquer não se corrija tanto o que não merece correção
Pois desta a bondade se faz cumprir como quase modular construção
Na vertente que não assombre muito o viver quase sem padecimento.

Que de sofrer sejamos mais corretos com aqueles que são assim
Por questão óbvia de situação conforme e correlata com o fardo
Que carregam sem saber se o justo sequer se preocupa com tal.

Na vereda intempestiva do sofrer, quem ama sofrendo ama de modo
A que todo o amor fácil seja um prenúncio da vida desenfeixada
No que se preze saber-se que um homem possa residir na inocência!

sábado, 25 de maio de 2019

BASTASSE UM DIA



            O tempo logicamente é um limitante estratégico, quando queremos exercer uma retomada produtiva, quando a sociedade urge por mudanças estruturais, por vezes nas modalidades produtivas ou na consonância da tecnologia ao menos com a compreensão destas. Por que se pode afirmar isto? Obviamente o tempo é uma entidade referencial que remonta ao desgaste ou envelhecimento corpóreo, ou em termos de sociedade pode advir de prazos de desenvolvimento, metas profissionais, ou mesmo a previsibilidade e cautela em se programar o futuro.
            Para certas coisas bastaria um dia. Como no enunciado de uma descoberta científica, ou mesmo no encontro de velhos amigos, aqueles que dão suporte existencial, pois o tempo diferindo em anos ou décadas gera a pauperização ou perda de sinceridade no contato. Este último dá-se em um tempo relativo, e um dia a mais ou a menos pode fazer diferença, pois somos uma espécie tão gregária que ficamos relativamente felizes em encontrar as velhas amizades por meio do objeto eletrônico: quase um rádio, mas essencialmente já encorajador de suporte às nossas inteligências…
            No entanto, viramos um vértice na grande rede e estrategicamente, para quem possa estar do outro lado, tornam-nos passíveis de futuros encontros que passivamente não conseguimos identificar, abrindo espaço por vezes a uma não quebra de sigilo, pois anunciamos constantemente a vitrine do que porventura sejamos nesse processo existencial, com os perfis e idiossincrasias particulares, passivamente potencializadora do que somos enquanto agentes de consumo perante o mercado. Essa plêiade informacional cria um tipo de casta onde apenas aqueles que possuam conhecimento ou capacitação nesse campo possam estar usufruindo de melhores situações financeiras, quando de startups que veem no modal de corporações mais eficientes acabam por serem engolfadas pelo grande capital investidor quando de um passível e proficiente trabalho nesse setor. Essas empresas nascentes remontam à necessidade – quando de geração lógica – a um funcionamento sem rebarbas, na maior parte do tempo copiada de países mais ricos: as suas ideias, sua proficiência científica e as possibilidades de alianças com capitais externos. À sapiência do império, não por se dizer gratuitamente, mas é singular a tecnologia de um gadget qualquer, visto do ponto finalizador do fabricante, posto apenas a ciência da manufatura de um objeto avançado eletronicamente é que faz de um país uma inteligência soberana, entre tantos outros ofícios que vêm desde a marcenaria ou alvenaria, ou o trabalho da terra no campo. Essas modalidades de trabalho não se encontram no mesmo nível, mas a proficiência de tais trabalhos revela uma aproximação com a ciência, esta, como razão indispensável no aspecto produtivo em uma situação onde as mais variadas formas de trabalho hão de coexistir em meio às demandas de uma crise crucial do desemprego e do trabalho de ordem informal. Nesse algo saber quase intemporal é que seja de importância relevante a que se encontre em um dia qualquer um ensaio de orquestra que diga a todo os instrumentistas que harmonizem suas afinações. E é nessa questão de preparar-se o instrumento ou a ferramenta de trabalho que se faz necessário descobrir com a questão prática aonde começa uma função matematicamente lógica, e onde pode o trabalhador mesclar – sob orientação de um mestre de ofício – a capacitação técnica com instrumentos tão bons quanto as velhas ferramentas. Um administrador que não estiver preparado com esse surgimento tecnológico de várias frentes não será capaz de compreender os processos produtivos de nossa era e transformação, uma era sobremodo distinta e revolucionária em seus aspectos tecnológicos.
           A saber, basta um dia que se debruce alguns para a compreensão desse novo modal operacional de nossas frentes de trabalho, que seja, a começar, basta um dia. No pressuposto produtivo, o mestre de ofício deve compartir seu conhecimento com os operários, e dessa forma virão outros e outros dias, a se bastar que seja um para que se possa produzir pontualmente. Esse processo é gradual e envolve tomada de consciência do próprio trabalho, a saber, que dentro do espectro do conhecimento tudo tem a sua hora e seu termo, sendo o dia de produção o saber.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

UM RETORNAR-SE AO DIA...


Bastaria que o dinheiro não se tornasse a moeda solta, sem troca
No fato de ser algo de valor extenso, na medida em que se deseja
Aportar-se ao fato, de não ser sempre um, de não ser nunca dois.

Que o montante não retorna, no sempre de não estar vazia
A quiromante prática do destino, roda, que verte-se denteada…

Tendo-se na prática o prático domínio, sabe-se que de antes
O que não se reiterava como o absolutismo de falsas propostas
Na verdade retinha a sinceridade de uma atitude repleta.

A se ver que o andarilho que caminha, um caminhante da vida
Não encerra a esperança no término de mais um dia de jornada!

A saber que se seja próprio o não desatinar, quando de uma escala
Qual seja uma escola o mesmo proceder de dantes, quanto a ser
Um ser maior que não dista mais tanto do encontro em alguma seara.

A tanto do proceder que não se saberia de outro mundo que fosse
Uma vertente quase cáustica dos costumes, no dia que não esclarece.

Na forma quase de dentes denteada, com seus círculos de mesma cepa
Verte na rotina algo insalubre de uma causa um refratário
Ventre que se torna a semelhança de um milagre por estar farto.

Aquilo a que se pretenda no atendimento de um incauto da cidade
Que ruge a profecia nada indiscreta do que seria um certo fato
De outras circunstâncias, que seja, que fosse ao menos o dito não…

A incerteza de não estar-se com o dia ao seu retornar-se, dita a regra
De não demandar aquela que não versa tanto ao recomeço do critério
Quanto de se supor vigente a vida que igualmente ao status do segundo.

Nada de se agradar as Troias e as Grécias, do louvado ser do mundo
Que se implanta na modalidade quase circunstante de um descaso
Quanto de se saber quase ausente de uma palavra que seja livre!

No que se pensa a filosofia, a poesia, o ensaio, a própria literatura
Do que está na lenda de algo que não se aperta porquanto justo
No ribeiro de um profeta que não esteja recluso dentro de seu imo.

Na frente de um espaço quase tridimensional a vida se dimensiona
Quase exata na fronte de um espelho da tecnologia quase absurda
Quanto de remarcarem-se afetos na esteira de uma hamburgueria.

O quanto que se passa não passa de um mesmo lidar quântico
Ao que se reserva não saber no termo de uma latitude quase incerta.

São tantas as variantes do desejo, que por se desejar um parafuso
Pode-se querer que saiba aquele que não pronuncia o nome completo
Não verta em seu nome o significado de retornar-se ao mesmo dia...

quarta-feira, 22 de maio de 2019

A LÓGICA DO COMPORTAMENTO



            Há quem muito se diga espontâneo, ou mesmo autêntico, mas o que quer a sociedade que sejamos não se sabe ao certo. Por certo se sabe que há a divisão das leis e a má conduta. Há em um país como o Brasil algo factível de se ler na aparência as atitudes que refletem no comportamento de uma maneira um tanto vulgar, quando não se dá uma ingerência mais atenta ao que pode vir a ser esse método. Esse modo de se ver o cidadão pode tornar-se um tipo de cacoete primitivo de análise, posto a psicologia não seja ciência indispensável, quando modeladora ou indutora do caráter, não apenas no modo individualizado como generalizante, ou sistêmico. De acordo com teorias comportamentalistas, não se dá ênfase em como ocorrem graves dissociações mentais, posto o agravamento e acometimento desses males só tem crescido na sociedade contemporânea, ondes Estados coercitivos se tornam meios legais como modal de ações de controle e o escape quase compulsório que se faz com certos meios de comunicação, através da subsistência e necessidade de aceitação e de afeto. A linguagem curta torna-se quase um padrão na velocidade dos estímulos e respostas quase mecânicos, e os debates informais algo na visão de certos administradores nocivos ao andamento voraz do chamado novo mercado. A questão passa muitas vezes através de códigos de programação, insights tecnológicos e facilidade – no entanto muitas vezes ilusória – de acesso a alguma fonte que nem sempre é confiável. Há que se ter em conta que em muitas vertentes a educação básica realmente é essencial, mas a preeminência da fusão entre esta e as superiores é de vital importância para se permitir o andamento de uma educação sólida e permeada pelo diálogo constante e dinâmico.
            Esse andar-se do comportamento roga que consideremos o ambiente familiar como uma fusão e um sustentáculo até que os estudantes possam concluir os cursos, desde as creches até as universidades. Se aumentar a possibilidade do conhecimento ampliar suas modalidades, ver-se-á um incremento muito saudável no resultado de ter-se um mercado mais pungente, consumidor e gerador de riquezas. Nesse âmbito, certamente um comportamento mais diferenciado torna a sociedade mais rica culturalmente, mais autêntica e menos coercitiva, posto ser a dificuldade em manter um bom padrão em todas as instâncias da educação a condição que torna uma nação mais pobre, gerando a incapacitação e franco desenvolvimento recessivo, com o despontar da desocupação nas fábricas e fuga do campo, este como meio racional de desenvolvimento da agricultura em um país com tanta terra fecunda para que se possa alimentar internamente seu povo. Não se deve jamais trabalhar a defasagem de uma possível e potencial riqueza com investimentos em curto prazo, dotações apenas fiscais ou queima de reservas. O mote de um estado de coisas onde a máxima seja a análise comportamental na esfera criminal, por exemplo, soluciona pontualmente questões territoriais dessa ordem, mas incapacita a recriação de habitabilidade em lugares onde a visão ou o prognóstico que se tem é de deterioração moral, ou condições insalubres jamais passíveis de serem solucionadas. Prima-se um governo ser razoável se valorizar cada canto de um país, se vir no habitante de uma favela um trabalhador, se ao menos certificar a propriedade desse habitante, se se punir sem contra ordem a milícia ou as facções organizadas, através do fomento e valoração do comportamento positivista no setor humano e de geração de inclusão dessa mesma população.
            Não há diferenças fundamentais ente membros da mesma espécie, pois por vezes um cidadão mora em um lugar rico, enquanto outros moram em lugares pauperizados. A lógica prescreve que o meio faz o homem, porquanto é muito mais difícil um favelado ter uma vida normal do que um morador da zona abastada. Mas se se acrescentar ao menos um insumo progressivo na capacitação financeira de largas populações, permitindo à nação um crescimento paulatino e sólido, mais valerá essa intenção como um andamento coerente e harmônico do entendimento fundamental entre as classes. Externamente, é assim que se dá um exemplo, pois diversas nações encontram suas dificuldades sociais e existenciais, incluso os EUA, e é através de ações positivas que se recoloca o prumo na sustentação de uma esfera  mais humana e correta. É nesse sentido que se deve pregar a fé no sustentáculo moral e estruturante do conhecimento e dinamismo das sociedades, com a preservação dos domínios nacionais e seus lucros mais de repartes, como uma modalidade onde o comportamento não tenha que ser adotado por um tipo de osmose imposta pela dubiedade, pois somente através de uma atitude exemplar de um governante é que seu povo pode admirar as conquistas e as possibilidades de recriar um panorama mais justo de progresso e democracia.

domingo, 19 de maio de 2019

RELIGAR-SE



          A descrição de Krsna é inumerável… Tantos são os seus nomes que distantes estaremos quando a visão das ondas do mar e o fato de estas serem infinitamente criadas pelos movimentos das águas, desde o surgimento do planeta – infinito tempo – dão meramente a medida dos aparecimentos de Deus. Suas potências são ilimitadas, posto não sabermos, dentro de nosso irrisório conhecimento, saber de sua ciência sem recorrermos aos textos sagrados, os Shastras, ou a Bíblia, outros cânones, outras religiões, credos, cultos, de diversas matrizes, primitivos ou de estudos aprofundados conforme a palavra, o verbo, o versículo, o verso. Encontrar um guia é a antiga questão do crente, e a orientação ou instrução se revela a cada qual em seu modo de querer conhecer algo a mais do que a vida material. O que urge nesse mundo da técnica é que respeitemos as diversas vertentes e paremos de digladiar opiniões baseadas na crença de tal ou qual dogma que não aceita o dogma próximo de uma visão religiosa que não esteja encaixada em um Livro, mesmo que se queira a idolatria, ou não, mas que a humanidade não suporta que estejamos criticando a bel prazer o modo de viver de cada qual.
         A saber, que um modo de ver o mundo com base na matéria também é uma opção de vida, e jamais se deve demonizar um ateu, pois por vezes este encontra na filosofia ou na simples literatura de cultura de um lugar a sua idiossincrasia particular de ver o mundo em que vive. Por vezes estamos nos encaixando em um tipo de vida religiosa não por verdadeira vocação, mas para conseguir posição social ou mesmo a retaguarda para se conseguir objetivos materiais como riqueza e poder. Essa posição não verte na sociedade nenhuma tipificação de ajuste social, pois é sobremodo antiga como modal operativo de se conseguir algum desejo, como nos casos da teologia da prosperidade, que versa sobre ganhar posição material através do desejo de obter consagração religiosa para o fim de enriquecer ou exercer poder na sociedade. Uma bancada política com tendência a um conservadorismo religioso, por vezes criacionista, quando não aceita a versão científica de estudos como a evolução darwiniana e da física newtoniana, ou do marxismo como versão de estudos a respeito da economia, só faz com que os estudantes não se envolvam com a ciência tal como é: o pilar da experiência humana sobre seu entorno dentro do arcabouço terreno. Esse padecimento social na esfera da não compreensão dada verticalmente das bases únicas de um conhecimento científico solapa e destrói a educação como um todo. Há que dar nome aos bois e a religião é um religar-se com o inexplicável, mas que seria ótimo não haver comportamentos hipócritas no sentido de usar as pontas da ciência para se sustentar em poderes ou riquezas e evitar falar sobre a tecnologia empregada, quando alguém se faça crer que a religião é maior do que a ciência. Estes são dois domínios distintos, e cada qual desenvolve a sua aptidão, seja um Padre, um médico ou mesmo um cientista, tão necessário quanto a razão de existir de uma Nação, tal qual é, tal qual deve se fazer construir. Falar em construção é um termo de arquitetura que significa poder erigir um edifício, desde suas fundações necessárias, e esse conhecimento pode ser algo com religião, com fé, independente se o que se faz leva em conta todo o saber científico, pois sem isso não se pode construir dentro da ordem técnica imprescindível. Essa é uma condição sine qua non para que se tenha a fundação pronta, e depois o trabalho já não mais tão importante, pois – creia-se – o maior detalhe sempre será o alicerce, e o ensino básico e fundamental hão de ser de igual importância, mas o acesso ao ensino superior tem que ser livre e irrestrito, e esse ensino há de ser de boa qualidade, e que não se eximam de responsabilidade os responsáveis pelo andamento da educação no país, pois, haja vista a religião ser uma coisa mais individual, concisamente mais intimista e particular, o universo do conhecimento a envolve como opção dentro das letras, mas não o oposto, já que na mesma religião o religar-se matemático para a compreensão da Bíblia, por exemplo, está presente, assim como o alfabeto e a história.
         O que nos envolve no conhecer religioso, a saber, se conhecer está que porventura saibamos vários idiomas, seremos bons pastores, bons diáconos, saberemos compreender os Vedas, o Corão, seremos mais do que a pressuposição algo insensata de pensarmos que apenas uma vertente religiosa vai dominar o país, ou que tenhamos que preconceituar etnias, ou rogar por certas supremacias, não, isso é deveras insensato… Ou mesmo que queiramos enquadrar vertentes de ordem política, pois a democracia não pode ser invasiva, mas receptiva, é menos um prego, mas é mais uma cabaça, é menos guitarra e mais agogô, não que se queira destoar, pois falamos de uma democracia onde seu domínio do desafiarmo-nos é estender que o Norte desça com o triângulo e que, no extremo sul quase europeu possamos ver um alemão pendurando seu cordel por um varal em que a cultura seja a razão da mímese, e não o altercar-se por ordem política ou religiosa. E que qualquer país possa curtir o Brasil, mas que não haja escambo injusto, desigual, pois somos uma nação riquíssima, e não merecemos por contas irresponsáveis qualquer plataforma que nos faça sangrar o óleo ou outros recursos que tanto a nós pertencem por uma questão imitativa, que seja, do país rico, por onde vemos outra bandeira, ou outras, que o mundo é grande, na suposição que nos falta a sermos mais de nobreza de caráter, e não da falta crônica deste.

sábado, 18 de maio de 2019

AMOR QUE SEJA O PRIMEIRO



De amores e de sombras, o primeiro verso
Não se encontraria com o significado último
Que se entenda por substantivo um pouco
De uma atitude reflexa na temperatura de um.

Um e mais, a dois e três que se calcem
No que se incute ao anti debate, ao não
De um diálogo que porventura subsista
No platô conforme ou de dissimulado ato!

Mas que o vento nos empurre mais fundo
Ao que quiséramos do estar-se e do ser-se
E um único verbo nos ensombra por ser
E estar em simplificações silenciosas…

A verter mais grãos em uma panela alimentar
No gosto de um voluntário, no predito
Modo em que apertamos o verbo amar
A tanto de se rogar que seja ao menos o tal ser.

Não de ser do nada, mas a convexão de se ter
Uma sinalização de tempos que permita
O gestual pano de fundo de uma grande rosa
Em seus espinhos que nos cravam as mãos.

No que se permita todo um corpo de jus
Cujo átimo nos revele uma simples sombra
Na esfera de um jornal, no sorriso de um livro
No que se tente ao menos encontrar o verbo!

De frente ao acaso tentemos soletrar o furo
De uma sacola que nos falhou ao se carregar
O fruto de uma compra de um fruto
Que fosse a mescla entre banana e abacate.

Verte a sombra o sinal que teremos por adiante
Nada de profético, pois o futuro de uma lei
Sabe que o mundo é de tal modo e circunstância
Que o que é de botão saberá melhor em um ato.

Mas da atitude que envolve a primogenitura
Do arco reflexo de uma gênese fecunda
Revela de um salmo a ciência do espírito
Que se antepõe na íris de um olhar de mulher.

Saber-se de um menino em sua travessura,
Saber-se de um velho em sua sabedoria,
Saber-se de um display que não encoberta
Mas que, no entanto, sabe muito o não saber.

Que a tessitura do linho nos envolva
Na circunflexa lente de uma boa máquina
Em fotos não factuais apenas, mas da arte
Que se deixa levar por linguagem ampla e livre.

Um clicar, um programar a função daquela
Encerra o último sorriso de uma primeira
Função do amor que se sorria nos prados
A mais do que se pode sorrir sendo gentil.

Que retornem as musas de um farol do céu
Aos aspectos de estrelas que povoam
A luz que não remonte a sombra crua
Mas que reflita o saber de todas as ruas.

Ao saber de tudo o que se cerca do afeto,
Nos é dado um aproximar de um barco
Onde Noé se esqueça ao menos de um ser
Para que se lembre do seu futuro extinto…

Ao ver que não se sobressaia muito a voz
Não teime-se o escrutinar de um outono
Posto um inverno outonal mescla o clima
De outros que avizinham chuvas em um mel.

Uma víbora escrutina, pertence, solapa,
Verte na alfombra de seus passos sua natureza
De se saber que quem ouse navegar ao léu
Esquece que o motor é de sempre sem norte!

De bússolas incaicas não saberemos muito
Posto tremendas civilizações soçobram
Ao menor ruído de futuras tempestades
E ao ressentir de um fruto de mesmo silêncio.

Ver-se-á o tempo, verso que não seja nulo
Posto ao nada não há endereço fixo
Mas apenas um cruzamento sem nexo
De um poetar-se conforme e com plexo.

No solar adiantamento do soldo, quem dera,
Haveria a conveniente marca remanescente
Com uma face apontando para o serviço
E outra no mesmo silêncio absorto do servir.

A mais do que se queira, de amar-se
O tanto de querer-se amar mais ainda
Tudo o que foi gerado pela Criação
E por encima o torso refreado do não.

Haveria por debaixo de uma questão
A própria pergunta sem a razão de si
Que diz-se de uma suprema verdade
Em ser do espírito o primeiro amor!

Do ser que escreva o infortúnio, mote
De seu amor primeiro a Deus, conforme
A se conformar com a luz do dia
Onde sempre se encontra o trabalho são.

Das mãos que não prescrevem latitudes,
Dos dias que aquilatam dimensões
Que sejam as dimensões fraternas
Onde nem sempre se atenuam as feras.

A carocha de metal que passa grande,
Das rodas e seus aros quase plásticos
Não se ressintam os donos das riquezas
Pois para elas surge sempre um resto.

Ao restar de um sentimento afora o prazer
Sabe-se ou tenta-se por vezes pensar em amar
Aquele que não ama por convicção, mas vê
No amor de si a proposta algures de ser amado...

quinta-feira, 16 de maio de 2019

AMIÚDE



Do que seja uma vírgula, uma noite passada ao acaso,
Das fronteiras dos que se desejam e se evitam,
Do mar e suas multidões de rochas,
Do ponto final até a reticência…

Não que não fôssemos, pois porventura somos ainda
E nos fazemos pulsar qual ribeiro e sua correnteza
Que escoa, que verte do olho d’água e que sabe
O que se há de saber sobre a terra, ou quase nada!

Do pé escalavrado que pisa o asfalto,
Da mãe que entristece a mesa vazia,
Do filho que possivelmente possa
Ter um estudo que seja, um libertar.

Que se dissesse do simples e transparente
Tapete de vidro em meio ao concreto
Nas laterais do prédio uma mão obreira
Que permanece infatigável e não desiste.

Da grama rente ao piso e suas formigas,
Do tilintar do rico em meio ao seu níquel,
Da prostituta que esquece seu preservativo
Em uma gaveta onde lembrou-se do batom…

Urge a urgência mesma do tempo
Daquele em que nos viramos
Quase do avesso no sentir da fronte
Que perpassa na frente de nosso ato..

Seremos quase loucos ao afirmar
Que ao recrudescer da fera
Dá a nossa reiterada vida
Um passo a mais no fremir da alma.

A quem não seja tonto de quebra
Vem a linha da roda quase viva
E carrega um tanto do sacrificado
Porém de não se saber exato.

De tantas coisas e detalhes anexos
O mural da inspetoria se ressente
De assistir que nem tudo se resolve
Em páginas restritivas ao acaso.

Na selva onde encontramos o quê
Porventura não sabemos a causa
Daquilo que seja pronomial
Ao verbo que nos indique uma voz!

Ressente-se o marulho das ondas
No quebrar de nossas proas silentes
Onde o querermos ainda algo a mais
Nos verte como que na rua desnuda.

O manifesto de Brèton, maravilha
Dos sete mundos imanifestos
Da história desconhecida onde
Jung já houvera do arquetípico.

Mas que no comportamento
Há salas espaçosas de estudos
Que revelam não sabermos quando
O externo se faz presente fora do imo.

Uma releitura das faces promete
Identificar sentimentos, mapear,
Instigar curiosas serpentes
Que veem, no braço girante, ameaça.

Não, que os anéis nos revelem
O nosso casamento sagrado
Com tudo o que se promete
Naquilo que seja consagrado.

A ver, uma dança tupiniquim
Mostra a quem quer ver maior
O samba que da síncope marcada
Retrai a anticultura nefasta e nua.

Muito se diz do que não queremos
Quando algo se remonta no querer
No sentido lato dos desejos
Que deixamos anoitecer nos colos!

O poeta segue sempre, apesar,
De se crerem outros com adagas
Quaisquer que sejam por fora
Daquilo continuado de, por arma, crer.

Não se ressinta que no alvorecer
Teimarmos em crer na paz
Que seja, em um átomo de luz
Onde o sol reverbera dentro e fora.

O que se pense ser medido
Não encontra o fato de mensura
Quando se dite que de modo vil
Queira saber-se da dimensão de Deus!

Não se conta a hora de se perder
Algo que já se ganha no espírito,
Posto ciência devocional resida
No alimento oferecido ao sagrado.

Nisto de ver, veremos o céu
Nublado como pode o real de ser,
Visto que veremos o próprio azul
No infinito de nossa possibilidade.

A cada estrofe de um pensar manso
Se saiba da força em encontrar amiúde
Um vento que emana de um sorriso
De uma criança ao menos alimentada.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

JARDAS INQUIETAS



          Estava um sol meio tímido na rua, quiçá no mar se apresentasse distinto, mas qual, era quase o mesmo sol das manhãs daquele outono. No Sul as folhas não representavam com sua queda o que se esperasse da estação e, no entanto, o vento nas palmeiras era cúmplice de seu próprio tempo em que por vezes seu ruído se confundia com o bramido do mar. Alice havia voltado de São Francisco dos Estados Unidos da América e algo havia de ressentimento com Adriano, que sequer a buscara no aeroporto. Se encontraram meio a contragosto dentro de uma lanchonete, em Florianópolis, e o país meio que fervia por si, meio que possuía o vento dentro de si… Aquela viagem, suas jardas e jardas obscureciam a facilidade da distância e Alice não sabia que Adriano não curtia viajar, nem mesmo por estradas, mas adorava caminhar seus caminhos. Quem dera fossem falar de outros caminhos, mas os quilômetros igualmente poderiam ser jardas no caminho do andarilho, ou do praticar-se a caminhada, qual não fora, alguns simples passos a perscrutar lugares. No caminhar de Adriano quem dera um quilômetro de entendimento de uma paisagem mais longa fossem três ou quatro seus passos, para algures, quem viesse, a ver, que a cada passo vinha uma nova percepção, em outro passo outra e, quem dera aprouvesse a muitos, nunca nem os postes seriam os mesmos a cada minuto, ou a cada segundo a conformação de uma borboleta em seu voar inquieto.
          No entanto, muitos se deslocavam de um ponto a outro conforme mapeamentos, respostas eletrônicas e mesmo sabendo de certas distinções da percepção humana, só o que pertencesse a tais respostas por vezes era-se compulsoriamente o valor de algo, onde o comportamento gerava a riqueza da ação e o objeto eletrônico o universo consoante a se gerir algo de Deus de estamentos onde o gesto usufruiria da resposta supracitada do clicar, e onde um futuro igualmente linear estaria nas mãos de uma tecnologia 5G, o que vem a dar no grego naqueles que não possuem sequer um rádio amador…
         Pois se Adriano rimava alhos com bugalhos, de qualquer modo não era pobre e possuía um celular razoável, na própria conformidade de algum meio, porém para ele não tão importante, porquanto mais invasivo do que a respiração que prezava tanto. Estava sentado em uma mesa quase central no estabelecimento, várias (duas ou três) câmeras no teto diziam ser uma boa lanchonete. Alice o vira na mesa. Acenou a ele, e a coisa parecia irreal, tanto o tempo que estiveram distantes um do outro, cada qual com sua história. A eles não parecia muito o encontro de um homem e uma mulher assim – de público – quaisquer que fossem, sem muitos ensaios, mas efetivamente ventilava a possibilidade de ser algo sincero, o que talvez de certo modo ferisse expectativa de espectadores profissionais. Daqueles que olhassem por mera curiosidade, ou seja, tal homem não está mais single, tal mulher seja uma parceira que calhasse, o que falam, o que se diz, ou que tudo não passasse de um mero filme às avessas de uma trilha ficcional. Pois que a busca incessante da informação já fazia parte daquele mundo onde tudo valia por esse simples critério. Esse jogo algo de blefar, essa cautela desmedida de não ser quem se é. Novos tempos, e parecia ao mundo haver dois times, com todas as suas variantes estratégicas, ou em um xadrez insípido onde há rainhas, peões, cavalos e xeques. Onde um olhar terno ou cinematográfico pode ter sido ensaiado em um suposto treinar-se ou mesmo na cumplicidade de um espelho. Daí que porventura Adriano visse em Alice uma mulher, esse era o seu universo de integridade onde o absoluto em seu caráter lhe dava a dimensão de um não blefar com as pessoas, de garantir alguma verdade que porventura ainda se pudesse ter, no código certo da conduta certa. Ou talvez a ilusão de toda uma questão social de linhagens redobradas revisitassem missões para as quais O Príncipe de Maquiavel se tornava acessório indispensável nas cartilhas de certos procederes. No entanto, Adriano continuava single, e isso talvez extenuasse alguns sujeitos de diversas orações coordenadas ou assindéticas, posto estas serem mais traduzíveis ou, na simplificação extrema, não de um haver demasiado complexo, posto sem qualquer injunção esperada: um elemento de palavra, um período, como se basta a um. Nessa simplificação quase motora, o que estaria já não estava tanto, e o olhar de Alice já não era mais o suficiente, pois existencialmente naqueles tempos, o nulo estava vindo antes do carnal, do selvagem, o nulo querendo existir, e o selvagem abrindo passagens sobre o nada.
          Não que fizesse muito sentido, mas ambos começaram a conversar sobretudo naquela estação de inquietações diversas, naquele outono de folhas verdes ainda:
          - Olá, querida, tudo bem?
          - Há quanto tempo meu caro… Volto de viagem… Estou repleta!
          - Bem se vê, você me parece um pouco europeia.
          - Tardo nisso, Adriano, tenho apenas algumas fotos para mostrar.
          - Quem dera, se eu pudesse, mas tenho que fazer um bico.
          - Diz-se que no país muitos estão assim...
          - Eu não fujo à regra. Pera lá, o whatsapp…
          - Logo vi, também trouxe o celular.
          Começou a dedilhar. Estava com muitos compromissos. Deveria ir a um coquetel de abertura de uma exposição virtual. A nova câmera certamente me havia reconhecido com o reconhecimento facial, e Alice não se dera conta de sua própria imprecisão. Eu não havia lhe dado maiores pistas sobre como eu andava, nem quais as jardas inquietas passavam sob meus pés, não havia, portanto, qualquer sinal de intimidade sobre qualquer assunto. Maravilha, a coisa se passava assim… Era um Admirável Novo e velho Mundo! As notícias vinham e a última bem quentinha, e a última altissonante era que havia um novo Presidente em um lugar da América, e que porventura utilizavam para ele uma ferramenta que jamais saberíamos ao certo o que era, pois demandava um uso quase ilimitado, em qualquer plataforma.