segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

O SER E SUA REPRESENTAÇÃO


         De um ser simbólico saberíamos mais se o próprio simbolismo fosse de si uma reflexão, algo de linear, posto não se poder dar uma valoração muito distante do tempo, de seu transcorrer como uma ferramenta onde por vezes dela nos apartamos. O verdadeiro modo de uma ausência afetiva geralmente pode decorrer de um tipo de graduação ou valor que depreendemos nas relações que cultivamos, coisa que pode se confundir com um meio eletrônico, ou a conectividade mecânica que possuímos com aquele. Esse gestual de repetição como que marca no subconsciente um ritmo a que se dependa cada vez mais dos dígitos e suas respostas. Chegar perto do sucesso que dispõe a um ser humano sua posição em trabalhos que demandem mais inteligência pode ser algo ilusório quando sabemos que muitas vezes não é a plataforma de uma colocação dentro do mercado que nos faz em saberes superiores àqueles que muitas vezes têm seus padrões em ofícios outros que não os empreendidos com o lavor de seus braços, em empreitadas onde a habilidade transpõe a dificuldade em se aceitar um operário, por exemplo, em igualdade de classe, enquanto sociedade que não restrinja, mas contribua com a mesma igualdade: em valor e tratamento. Nisso se confere não a disputa de forças antagônicas, mas a compreensão mesma que valorizando uma habilidade, seja na construção e materialização de algo, mas igualmente no plano metafísico em outra extremidade, o conhecimento se complete e se afirme na descoberta da linguagem e semântica necessárias ao aprofundamento e final compreensão por aqueles que de um modo ou de outro não possuem o acesso intelectivo ou da aquisição imediata da habilidade no fabrico, no manejo, na confecção de uma arte, ou mesmo no plano das ideias, que não são privilégio de “avatares da ciência”.
         Obviamente, aqueles que são mais experientes e conhecedores do mundo por suas vivências individuais e coletivas, possuem a natureza em serem ouvidos por outros que iniciam ou que estejam em vias de cristalizar suas idiossincrasias muitas vezes por treinares inadequados, ou por não terem acesso ao conhecimento através de gerações que muito têm a oferecer. De fato, o ser, seja em qualquer quilate de conhecimento, tende por vezes a agir conforme suas representações, e no entanto essa classe se diferencia de outras não mais por seus aspectos fabris, mas por questões de existências representativas, o que inunda de assertivas mais complexas e repagina a importância de vermos as classes representadas muitas vezes por aplicativos ou algoritmos que transcendem, no plano material do pensamento induzido as trilhas que porventura previsivelmente percorrem, no ser que passa a não ser, enquanto o não ser em si passa a ser.

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