terça-feira, 25 de dezembro de 2018

MANIFESTO DA INCLUSÃO


          A assertiva de que a inclusão seja positiva é mais verdadeira do que permitir-se qualquer preconceito ou pré julgamento. É um princípio que norteia o viver em sociedade e o respeito não se trata de ferramenta ou figurino, mas solidariedade, perdão e sinceridade, talhas de um caráter que na verdade pode se afirmar dentro do universo civilizatório, ou padrão de progresso da mesma ordem. Esse talhar-se na boa medida vem do mesmo outro processo onde o caráter do indivíduo possa igualmente respeitar os limites ou o universo de cada qual, onde o possível diálogo entre poucos ou o debate nas questões importantes definem a exponenciação existencial humana, dentro de um entorno que igualmente demanda respeito às ordens da Natureza. Esse viver com e para a Natureza pode servir de ensinamento rudimentar mesmo ao doutor, que não tenha este convivido com a realidade exterior, em um contato saudável fora ou dentro das letras, com o animismo da arte, ou algum empecilho a se vencer de ordem mental ou intelectual. Afirmar-se centro de algo possui a relatividade tempo-espacial que denota a relativização em que Einstein não afirmara na questão existencial, mas que a física neurológica talvez explique hoje com maior desenvoltura. Se a civilização contemporânea já possui possibilidades vitalmente importantes na robótica, parta-se de um princípio onde saibamos que o sentimento mais rudimentar pode vir de um treinar-se básico, pois a ciência behaviorística revela o ramo da psicologia nos seus aspectos mais externos naquilo que se nomeia autocontrole. Vencer a atribuição de uma questão de segurança parte de um mínimo a ser correspondido pelo ser cidadão, o de ser dentro da cidadania no respeito à ordem e na crítica onde esta possa melhorar, quando do aspecto mais humanístico, das conquistas do afeto, do mesmo respeito supracitado, e das vantagens de se obter meios mais transparentes rumo à paz e à ausência da retaliação por questões de idiossincrasias ou preferências particulares, no respeito individual.
          As questões de ordem ideológica, se levadas a termo, não revelam muita inteligência, e passam à ingerência de uma exclusão por princípios de filtros que não se encaixam naquilo que se argui como ação, ou ação sem consciência, quando consideramos a consciência justamente a intenção de incluir algo ou alguém como realidade e fato expressivo, existencial e de conhecimento cabal quando se sabe que a crença em uma religião no mais das vezes é uma grande escolha para a realidade tão dura por que passam muitos em redor do planeta. Não se trata da medição de forças para algo ou alguém ou um grupo, mas a crença e a fé em si, de per si e para si, que outros possam corroborar a fé, ou que alguém que resida em lugar onde a sua crença seja minorada, a valorização de sua fé e a liberdade de seu culto, seja qual for, dentro da miríade de religiões e culturas do mundo. Esse ser cultural passa pela natural diversidade que se reflete no exterior a ele, reflexo dos climas da Terra, seus milhões de espécies, e a preservação em que o pensamento da inclusão e do respeito ao próximo – humano – e extensivo aos outros seres e mananciais torna possível uma vida em sociedade mais pacífica, compreensiva e mais civilizada, portanto. As questões de ordem econômica que queiram dividir ou gerar estamentos mais excludentes põem a perder toda a semântica poética da vida e seus afetos, da clausura e suas maldades, da ignorância como modo de vida e da segregação de populações inteiras. O que temos a crer – nisso englobando os ensinamentos de Cristo – vem do perdão, da mensagem de paz, do poder evangelizador dos justos, e da germinação da bondade como meio de se viver mesmo dentro de hostilizações recorrentes, pois muitos ainda continuam a ofender, sem a compreensão crística da mesma bondade citada. A esse amor inclusivo, crístico, não ofensivo – pois o amor é o maior sentimento –, é que devem se pautar aqueles que iniciam o sacramento e a eucaristia para que ambos possam ser compreendidos em sua essência, e que se conceba o Velho Testamento como uma preparação da vinda do Messias na Terra, e que este vive em nós e que a Ele, tão somente a Ele, concedamos a graça e a inclusão de todos os excluídos em mais uma consagração de Natal. E que oremos por essa consagração, pois a luz dos Evangelhos ilumina o caminho dos homens e das mulheres, e o respeito integral a este mundo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário