quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

AS CAPITAIS DO NADA


Loucas são as cidades do ninguém, a que alguém faltasse com a retórica
Quando mesmo não presentes, a uma virada do olhar já são mais que vilas…

Mero capital não encerra o sito em algo, do agora em que era, ao objeto
Que já é o Universo das possibilidades, mas que no sentir seja apenas essere.

Do tudo que não se viu, ao nada que não conclui, a sintaxe de um tipo de capital
Relembra as atitudes de palavras que não encobrimos por evidência falseada.

De uma megalópole, suada a frio do trabalho operário, ao crescer dos espaços,
O certo é que a mão construiu, e do alimento faltante houve quem desse rações!

O injusto é mais merecedor de si mesmo enquanto olho para dentro virado, com fel
Na garganta atravessado, no que se dizer de algo que seria maior e, no entanto, é nada.

A grama subscreve um jardim, e há quem pleiteie em Tóquio um grande campo de golfe
Onde um robô desenhado por um shaolin mistura sinuca com pôker e não segura o taco.

Ah, quem desse uma hora de atravessarmos rindo a profusão de gentes quiçá inquietas
Na rua que dava a seu aspecto de vereda um rio que antes passasse no vau da calçada!

Na vida se encontra um certo, um errado, um talvez, uma cidade, uma vila, uma casa,
Tantas preeminências que por ser capital uma cidade porventura pode ser zerada…

No que antes passasse um trem, um bom trem, ou uma rota de tropeiros na história mesma
Que tantos do estudo se lhe aprouveram para ensinar o tudo de uma cidade qualquer.

Que não houvesse um atropelamento em massa, de saber-se um que uma outra cidade
Traduz a que a um país como a Alemanha de Hegel a capital continue a ser Berlim!

Mas que de tanto ser necessário uma capital, quem desse à Europa qualquer qualidade
Seria o tanto a dizer-nos que ao menos na capital cultural do Brasil temos um santo.

Por quem desse algo mais por capitais de sombras que não recrudescem noites afins
A mil de ser um ser seria a mais do que o prescrito do aqui não estar no agora!

Quando o óbvio ressentir-se do pensamento que a lógica pura nos reserva por vezes,
Um jogo de xadrez apenas verte no tabuleiro o treino daqueles que só movimentam o peão.

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