Na
primeira página de um jornal, uma manchete diz algum fato, relata,
ocorre impresso, fala na medida da origem das notícias, verte a
ideia principal da dita mídia… Que fosse de se acreditar por
completo, quando de uma excelente reportagem, mas que de outras
vezes, de modo atento, há que se filtrar muito do que se lê ou se
vê. Por então se vê a notícia, impressa, algo que talvez já seja
anacrônico, mas que um livro de papel tenha sempre seu lugar, os
escritos, a tipografia impressa. Parece ao leitor mais assaz, mais
antigo, que o carinho em se folhear um jornal, um livro, uma revista,
impressos em papel, com as mãos, há quase um retorno ao século
passado… E olhemos, não distamos muito, apenas duas décadas,
quase! Se sempre quisermos um retorno aos modais mais antigos,
relembraremos e revisitaremos padrões onde a manufatura, o homem
fabril, as indústrias e gráficas ainda funcionam como faz-se tempo,
quase como uma eterna transição, onde um país como o nosso se
presta a que venhamos com a técnica ulterior para o passado, ao
menos que nos convença das latitudes do que já foi realizado com
competência ao longo de muitos anos. Ao efetuarmos uma releitura de
nossa história produtiva seremos agentes transformadores da
consciência do teor mesmo do trabalho.
Esse
fato de estarmos em uma oficina gráfica e sabermos dos processos
antigos de sua confecção – as artes gráficas – nos traz a
ciência para dentro de nossa compreensão, a saber, mais
antigamente: a diferença entre a escultura em argila e em mármore,
para a finalidade de darmos o entendimento a nós mesmos do que vinha
a ser a arte, e como esta se transforma e vira indústria, ainda nos
processos da arte finalização, das xerografias, das origens da
gravura, em uma mescla onde o computador pode entrar potencialmente
como referência de pesquisas. Pois em um exemplo focal, a
xilogravura, este é um meio que possui a expressão que tem suas
limitações, mas o talento do artista modula a mesma expressão,
dentro de uma técnica quase linear, em resultados que revelam
invariavelmente o manejo das ferramentas pela mão do artista,
remontando as bases de sustentação de uma grande arte: uma
importante técnica de impressão de gravuras, que depende de coisas
concretas, como a madeira, o cinzel e a tinta.
O
engrandecimento de uma autoria vem com a aproximação do leitor com
a obra, mesmo sabendo-se que a arte tem seus saltos e seus regressos.
O mero interesse inculcado na cultura de um país pelas artes
revelará a grandeza da expressão e erudição de um povo. A
indústria cultural revela a facilitação do pop art para as
massas, no viés de que sua aceitação é mais fácil de ser
digerida. Os acústicos na música, os pincéis na arte, e os
cinzéis e prensas na gravura, e a literatura clássica revelam o resgate da identidade nacional, e a linguagem
internacional como universalização da cultura, posto cada povo
tenha sempre esse resguardo da expressão do gesto, ou do
aprofundamento filosófico em sua literatura para que se resguarde um
patrimônio do fazer artístico em suas mais profícuas variações,
em que o mundo digital seja um meio tão importante como os antigos,
e não mais do que isso.
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