terça-feira, 3 de julho de 2018

SE PERDE NA VISTA

Há superfícies na alfombra do tempo, a que não se dizem tanto quanto
O que não propõem aqueles que quebram as conexões tão várias no mundo
No gesto do não olhar por outros, mesmo ao se saber que a si nos falta ver…

Duros dias travestem a imensidão dos espaços, de um mínimo dia que seja
Em que outros mesmos tempos sejam os nossos cordéis por pouco pensados
Quanto de afirmarmos que se situa um no mesmo modelo de seu antepassado!

Vista-se a noite rubra de um jardim moreno, de um escarlate apaixonado no vento
Em que as ondas do mar se turvam na mescla tecedora dos dias gelados no véu
Soturno em que injustiças sociais nos tornem algo do refém do naufrágio nacional.

Pois que se perde em uma vista quase panorâmica de nossas próprias realidades
No enquanto de não pudermos ser, sendo, em uma partícula de dissabores
Que revela a dimensão atômica e pungente do poder concedido ao bem.

Que bem seja, estarmos ao menos preocupados com o futuro das gentes humildes
Quando passam por nossas casas, e que alguns de falsa hereditariedade habitual
Encontram e recriam de si mesmos o preconceito monocórdio de classe em uma rua.

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