A
construção de um prédio pelos operários é um exemplo de como se erguer
efetivamente algo concreto, independente, o que agrega na questão de
sociabilização no mano a mano o fator antes de tudo apolítico, onde nunca se
pensa no sindicato, a não ser que deste se precise. E variados modais da
agricultura familiar, onde o minifúndio gera do alimento para as cidades, há
situações em que a rede da net sequer chegou até esses rincões, onde o acesso
depende de veículos tão somente, onde a comida é preparada com fogão a lenha,
onde os filhos ajudam no trabalho. Já nos grandes latifúndios produtivos, como
os plantadores de soja, por exemplo, a mecanização já traz embutida em seus
sistemas recursos os mais diversos, dispondo de poucos trabalhadores e uso de
muitos pesticidas, como algo que já se apresenta com perfil usual nos índices
de intoxicação pelos consumidores de produtos da lavoura de maiores índices
produtivos. Ou seja, os equipamentos de tecnologia informatizada não são
utilizados para evitar a toxidade dos pesticidas e seus usos contínuos, mas na
pauperização do solo de apenas uma ou duas culturas, sem a rotatividade necessária
do cultivo. Muitos, por causa dos erros desenfreados e inumanos das iniciativas
de demanda do mercado, voltam a uma modalidade mais perto da terra para poder
produzir seus próprios alimentos, haja vista que em países da América Latina os
abusos dos governos são os mais frequentes e diversos. Pois a manivela da
engrenagem pode rodar em outros motores, dar a partida a que não sejamos uma
massa anódina, sem cultura, inerme porquanto sem forças, sem a possibilidade de
mudar para melhorar nossos processos que vêm das raízes da terra, ou mesmo de
uma betoneira que ergue as nossas vivendas. Para isso giremos as nossas
manivelas, na relação inequívoca do fazer, do construir e do expressar.
Repensando
os nossos costumes e a nossa cultura, perceberemos que nada pode ser mais
importante do que voltarmos os nossos olhos para uma releitura de nossa
história, a ver por mais inóspito a alguns seja o território do saber, é apenas
a partir deste que espelharemos o nosso lócus em uma era tão profunda de
transformações como a nossa atualidade. Não podemos jamais pensar que em termos
de Poder o vale tudo seja a mola que nos impulsione, pois sempre será a hora de
agirmos com mais solidariedade e menos egoísmo, de mais compartir e menos
sectarismo, e o encontro de gerações pode ser manancial rico de possibilidades
de não apenas reconhecer o outro, como respeitá-lo, e deixarmos de estar em uma
posição de contendas, estas onde o que se oferece é o risco de viver sem a paz
necessária. A mesma paz que transcenda alguns problemas que nos parecem
insolúveis, mas que através dela lutemos pelos direitos que devem ser inerentes
ao processo evolutivo de seres que somos neste novo século, e nos séculos que
ainda não surgiram, por toda a eternidade. Que se há uma pequena fração que nos
dite o certo, usemos as boas novas para fazer ressurgir as esperanças de que
não apenas o país mas o mundo saiba superar as crises cíclicas e humanitárias
que assediam o propósito de vivermos melhor neste mundo maravilhoso, azul como
o mar...
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