O
tempo que sucede a cada qual, será o mesmo no conceito, será que deveremos algo
por estar nele presentes, ou a sístole e a diástole não signifiquem mais nada
da realidade de segundos? Talvez algo que se possa corrigir nele mesmo seja o
aprendizado que o tempo tende a realizar com o nosso conhecimento, que tanto é
de se conhecer... Passamos o tempo agora em uma linha cruzada, ou em várias, em
vértices em que nos situamos, sem sair do lugar, ou na luta de querer saber se
o que fazemos efetivamente é algo que acrescente: algo revolucionário que fosse,
ao menos nos costumes? O tempo seria uma referência exemplar de medida, e não
queiramos passar além dele, posto o futuro possa ser fruto de algo planejado,
mas a prática do agora é ação principal. Tudo está resumido em que
envelhecemos, mas quando ouvirmos dos velhos as suas experiências de vida
haverá um progresso contínuo, no mesmo modal de não descartarmos o que é mais
antigo, não propriamente se falando de atitudes mais conservadoras, mas
acontece que rotularmos elas pejorativamente nem sempre corresponderá a um bom
senso.
Quando
pensamos que estamos na vanguarda de algo, como em um pontal de tecnologia,
como homens e mulheres arrojados, prontos, preparados para tudo, devemos pensar
que, quando se trata de algo saudável enquanto sabemos separar a ilusão do
real, o fato concreto da especulação manipuladora em excesso em muitos canais,
vemos que para isso – essa possibilidade de encontro com a vida mais autêntica –
em nossa maior parte somos ou geralmente temos por bagagem algo mais
consistente... Quando alguém se torna investigativo por opção, ou mesmo por
influência de uma tecnologia que aponta para a importância da informação, resta
saber se essa pessoa não está ofuscada pelos paradigmas desses inputs que
ocorre com nossas irrequietas mentes, pois em muitos casos isso assoberba a
capacidade até de um discernimento a respeito do que se diz ao que é de fato.
Por um caminho que exemplifica muito a questão, vemos que na verdade o que um
grupo fala entre si pessoalmente agora mescla-se ao veículo digital por vezes
para reiterar, provar, mentir, no atentado cru à psique humana. Em outros
casos, a fake news pode ser efetivamente a causa de muitos equívocos com
relação à verdade que é e aquela que fingem ser, ou que manifestamente induz
para tanto, nas cabeças que ao menos deveriam ter noção do que é a ciência da
comunicação em veículos de massa.
O
surgimento de uma realização mais anímica certamente estará no contato e na
leitura de fontes densas e confiáveis, no estudo da filosofia de grandes
pensadores, na especulação livre do pensamento em busca da Verdade, na
dialética da história, e em outros diálogos que podemos ter em relação ao que
nos envolve no mundo, na aldeia, nas pedras, nos seres, humanos ou não, no
perscrutar diligente e sadio porquanto como atitude lúcida. Em tese importante,
nas luzes que estão por aqui, não necessariamente em diálogos entrecortados de
redes sociais onde conhecer alguém pode ser tão efêmero quanto conversarmos ao
pedirmos licença para deixar uma bolsa no balcão de uma padaria quando tomamos
nosso café. A título de percepção, isso pode ser até mais rico, pois no gesto
da bolsa, no café quente, na imagem crua de um ser de outra classe, a
aproximação certamente é mais real, assim como quando estamos sem a intenção do
output que recebemos pela proa na questão de sermos curtidos ou não, de
acharmos que estamos nos comunicando, e na verdade só vale se estivermos
estabelecendo uma relação pelo menos um pouco mais afetiva ou, em grande parte
das gentes, operando trabalho ou contatos para tal.
A
questão de estarmos conectados a algo se tornou tão fria quanto esta expressão:
conectados. Lembra que estamos plugados, que suportamos uma rotina fria,
eletrônica, que temos um tempo fora do celular para treinar fisicamente, o
suposto de vermos ao mesmo tempo uma tartaruga e, ao invés de contemplá-la no
parque, fotografamos o impacto de uma imagem estática. De qualquer modo, a
leitura se faz necessária quando propriamente encontrarmos mais tempo para tal,
a ponto de parecer que devamos ancorar nossos barcos e ouvir um rádio onde há
vida, ler um romance clássico antigo e não procurar histórias reais em games ou
filmes onde os truques gráficos não competem com a veracidade do relato
histórico e real, conforme a literatura de um grande escritor, ou filósofo. Esse
é um legado que recebemos, como toda a cultura que possuímos em nossos
processos civilizatórios... Sabermos que as nossas florestas são ricas não
importa tanto, pois importa realmente preservá-las, como em uma metáfora em
relação a uma velha mulher, a um velho homem: preservar a sua história e
respeitá-la como um patrimônio cultural é como encontrarmos em uma grande
floresta a necessidade de preservamos um xamã e toda a sua tribo, pois seus
conhecimentos sobre as plantas no desenrolar de sua cultura suplanta muitas
vezes os espécimes existentes na botânica do Ocidente.
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