sexta-feira, 27 de julho de 2018

A VEREDA DA PEDRA

          Não que sejamos todos torpes. Por aí não fechamos com o real, mas com uma concepção muito derrotista, apesar de muitos que se acham vitoriosos estão residindo no fracasso de invectivas equivocadas e, de certo modo torpes, se considerarmos intenções não muito saudáveis sob o aspecto da justeza possível e necessária do caráter. Pois que fosse algo mais de grupo, um pequeno número seria compreensível, e que não nos deem a filosofia da alcova, pois desta os padrões também se equivocam, pois talvez tenhamos que dar um tempo da mesma alcova e talharmos padrões outros dentro de certa neutralidade filosófica. Em que o grupo não mescle tanto o teor do tema em debate, ou que se preocupe em talhar em mais frentes a essência mesma daquele debatedor. Um que seja, pontuando com verve ou semântica verdadeira, concreta, que não teça muito o que não conhecemos tanto, e se disponha a largar sistemicamente a questão de dúvidas que não possam existir porquanto indutoras de crendices inventadas na última hora, de soluções panegíricas ou sinapses crédulas do acaso. De um tanto a se crer que se saiba relativo, mas não é sempre a solução de tudo, posto o tempo que gastamos a ver como se construiu a cruz que serve para salvar a humanidade, esquecemos de fabricar ao menos a canoa com que se subsiste o pescador. Afora, não reside na assertiva referida uma crítica contumaz, mas a relação do homem com seu ganho, por vezes sem a proteção de alguma escritura. Não há porque acharmos que o mundo se derrota sempre, pois o mundo é o mundo, e não pertence à raça humana. Achamos que somos proprietários, e por vezes assistimos a grandes conquistas, às guerras como se fossem normais, à velha questão dos cercamentos, da não ruptura com a propriedade, tão evidente a inexistência quanto à idade mesma do grão que alimentasse um pássaro antes mesmo dos dinossauros: um pequeno pássaro!
          A visão que um homem ou mulher tem do passado talvez remonte a necessidade de estudar história. Mas esta que subscreva em seus documentos que não vimos a revelação de verdades que passam a consubstanciar nos povos outras leituras, em que quando passam cinco vagões de trem um parágrafo é lido e um dia pode se tornar um capítulo, assim como em um ano, algumas páginas. Torce um grupo por sugestões que apareçam distante de suas realidades, mas que tragam boas novas em algum sentido, para que a empresa se torne veículo de um moral de rebatimento mais verdadeiro. Alguns pontos são colocados à mercê de rotinas algo frias em sistemas de lógica realizadas, concretas, onde a programação desse concretismo afeta o comportamento meio ensaiado de antemão dos atores que compõem a sociedade como um todo, em que as faixas de sintonia acabam por inferir nas mentes o mesmo comportamento automático, mesmo que saibam um mínimo sobre coisas com outra frequência, como a própria Natureza, esta que por sinal deva inverter a Origem das Espécies para seu desígnio como consequência dessa mesma e obrada origem… Uma simples constatação, onde algo que no princípio como raça era embrião e no fim deste resultado orgânico vira um grande formigueiro global onde na verdade seremos obrigados por espelhar na grandeza civilizatória um país como a China, que atende seus propósitos e interesses de nação consolidada e exemplo de coletividade e organização produtiva.
          A pretensa vereda que faz da liberdade seu ponto máximo, obviamente, a quem possui ganhos para obtê-la, nada perde para uma imensa pedra em que a maior parte da população mundial tenta estoicamente remover de seu caminho, dia após dia, enquanto uma pequena parte da mesma população ignora esse fato, visto por um observatório factual, apenas, como uma inegável constatação. Os caminhos que levam à liberdade são relativos e é absolutamente certo que entre a China viciada em ópio e a atual, a diferença é absurda, visto ser hoje a segunda maior potência mundial e não enfrenta crises de violência interna ou externa que se vê na primeira potência mundial, os EUA, com todo o seu núcleo de inteligência abraçado sobre as questões imperiais impostas pela força mundo afora, e sua clara intenção de utilizar as armas como instrumentalização da violência do planeta. Esse status de força, de militarismo exacerbado só serve como atiçador do fogo que há muito a consciência daqueles que lutam pela paz não consegue extinguir, como a grande chama do petróleo que se queima a bel prazer aos que creem serem seus donos, passando por cima de democracias em países que almejam seguir seu rumo sem a interveniência imperialista. Essa franca militarização da sociedade cria absurdos nas mentes de civis, como se participássemos de guerras silenciosas, espelhando a ficção exposta diariamente nos meios de comunicação e entretenimento a doença de que estamos sendo agentes de algo, que porventura não passa de farsa. O amor, ou o instinto de Eros, fica apenso aos pequenos espaços que se criam nas estruturas da ficção desse poder, que manieta as frentes de atuação de civis, tornando-os sectários e partícipes da ilusão. A se bem dizer, enquanto a própria vertente democrática daqueles que primam por uma carta de leis autônoma, independente desse mesmo sectarismo, sendo estas peças de direita ou esquerda, empresa ou trabalhador, veremos com mais consonância nosso futuro quando fruto de uma União para o progresso da Nação como um todo, e não essas discrepâncias ideológicas que atrasam a vida daqueles que são verdadeiramente patriotas e primam de maneira justa por um país melhor.
          Traçar rumos objetivos para equacionar situações-limite entre aquilo que se passa com interesses externos e aquilo que passam a chamar de capitalismo de estado, claro é que a consolidação econômica progressiva, que seja, vai pertencer a países que regulamentem suas riquezas e recursos, deitando a cair por terra a médio prazo ou mais rápido do que se pensa, as variantes do livre mercado do neoliberalismo, quando variantes macarrônicas como guerras comerciais partem de países que defendiam a economia global e de livre mercado, com a realidade interna que não sobrevive a mandatos insanos de curto prazo. Visto de dentro de uma realidade, não adianta proteger algo sem o lastro necessário, já que os bois estão soltos e não adianta botar dois ou três no abate, e muitas nações já fizeram programações próprias econômicas de décadas inferindo ou prevendo uma economia livre, pois esse era o perfil do pós-guerra: como se dizia, a liberdade acima de tudo e de todos, nem que para isso os países pobres tivessem que arcar com coisas como a Guerra Fria, que hoje querem ainda aquecer por interveniência de mentecaptos. Não será abrirmos brechas para críticas exangues, pois o momento urge por mecanismos fortes de defesa, não apenas nas nações como no plano individual e afetivo, tornado por outros – certamente chefes de nação irresponsáveis – um caminho árduo na busca de consenso dentro de plataformas em que, para que consigamos respirar por melhores dias a todos, a solidariedade e visão de bem-estar coletivo tem que estar representadas em quaisquer contatos humanos e de entorno, individualmente ou não.

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