Porquanto
se pense, nunca estaremos mais distantes de qualquer verdade se por um acaso
não disséssemos amém à própria e maravilhosa vida... Não importa de quem
sejamos, se estamos em uma vereda, um barco, em uma casa, no chão que seja, e
que essas mensagens surjam para aqueles que estão na terra, sobre ela, os
insetos, os pássaros que voam sobre o mar, os cães que adoramos pela ternura e
encontro de todos os donos, e que não sejamos donos de nada, pois nossos
pressupostos hão de ser mais solidários. À parte nosso egoísmo, pois não
seremos mais de Deus se não repartimos ao menos uma gota a quem chame, de um
remédio atávico que se chama a comunhão. Essa menção que nos faz relembrar um
tempo bom, e que nunca precisáramos estar ciente de alguma informação para ser
alguém respeitado, pois esse não é o motivo aberto de servirmos à humanidade, e
nunca foi. Pudera termos uma educação fraterna, uma coleção de razões propícias
à bondade que irmanasse os povos do planeta, no mínimo essa seja uma verdade
incontestável, sem o rancor ou o ódio que desune os povos, as diferenças de
classe que impedem suas mesclas, suas experiências e vivências cotidianas, pois
apenas através do diálogo é que se impede a velha questão de ordem que motiva
contendas, define linhas de atuação rigorosamente nefandas, a começar pela
ausência de empatia ao próximo. A rigor, uma vida mais amorosa é sempre um
irradiar de sabedoria, e pensarmos na injustiça como uma pedra que não
conseguimos erguer parte do princípio que tragamos seixos para compreender os
detalhes que fazem da vida algo tão complexo quanto a dificuldade de a
encontrarmos mais serena e simples. Esse diálogo que traz o contentamento em um
ser mesmo enfrentando dificuldades, ao menos faz uma luz aparecer na igualdade
entre os seres, humanos, ou não: a bem dizer, flora, fauna e reino mineral,
este que também possui o espírito de Krishna. Esse espírito presente no átomo e
no coração de cada ser, como centelha infinitesimal e, no entanto, testemunha
de nossos atos. Os mesmos atos e atitudes que causam o equilíbrio entre quem
habita o planeta, mesmo que este enfrente uma crise onde as pessoas passam a
encontrar sua identidade dentro de padrões que cerceiam um pouco da realidade,
vivendo uma apoplexia cibernética, como se fora o único dos padrões
estabelecidos à humanidade.
Sabemos
da importância da informática, mas essa incontestável revolução tecnológica ao
mesmo tempo nos faz amigos de retornarmos a certas origens, como o amor pelos
livros, o conhecimento do artesanato e a aproximação com antigas ferramentas e
suportes da arte, como a argila, o pincel, o nanquim e as tintas, quando
pensarmos igualmente no tecido de uma tela ou no papel para o desenho. Mesmo
que o terreno da arte esteja comprometido com o perfil digital e a
contemporaneidade desses processos, o fazer artístico dentro da possibilidade
expressiva como necessidade e identidade e produção espiritual, plasmada pela
matéria e suas correlações, fazem da poesia um terreno fértil, e do desenho
ainda uma ferramenta poderosa.
A
realidade dos fatos mostra que não necessariamente temos que estar vivendo
dentro do box digital, do gadget reencontrado com o homo faber, mas na importante ação que
nos remeta à uma ternura onde a frieza dos pixels não seja a única imagem que
podemos receber de nós mesmos, mesmo que relendo várias alternativas ainda
tenhamos que viver o paradoxo do encontro de gerações que já não se entendem
tão bem ou não compreendem muito o desenvolvimento dos jovens em nossos tempos,
modernos e úteis... Por um exemplo cabal, se uma rede envolve de certa forma
muitas conexões como seja esperado em uma grande sinapse quase orgânica, talvez
um ideograma oriental nos remeta a realidades encaixadas por séculos de
história, agora mais visíveis para um mundo onde a separação entre leste e
oeste começa a romper com a tradição clássica da latinização ou do anglicismo
decorrentes de todos os impérios que começam a romper laços e tradições por si
e por milênios tornados anacrônicos. Por essa razão, que os poderes do mundo
meçam por seus braços e pesem suas arrobas arrogantes, a fim de que se
estabeleça ao menos uma humildade, pois são muitos os da ciência e da
tecnologia, assim como são mais ainda os da ciência da Paz Universal entre os
povos do mundo.
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