Um
fato possa ser concreto, isso é recorrente quando assumimos o tom de
querermos a verdade, não apenas um contexto, ou um conceito de
estereótipo, quando investigarmos cientificamente algo como objeto
crível de análise. Por querermos o melhor, não significa que
estejamos passando para um nível de pensamento filosófico, pois
matematicamente se for melhor para a maioria, será o suficiente para
um ser, que em uma amostragem da parte do todo aponta com mais
facilidade a positividade, a relação do fato enquanto verdade não
circunstanciada, posto concreta. A igualdade passa por esse caminho,
e quem diria se fossemos os homens e mulheres algo de se pensar em
desenvolver: a cada um, um tanto, de cada um o possível… Não é
sonho pensar assim, como se torna pesadelo ao habitante de sua nação,
que em tese há que participar das riquezas nacionais, ver que estas
são colocadas à mercê de interesses externos. Não há que se
lotear as mesmas riquezas, pois o exemplo de países mais ricos no
mundo mostra que estes assim não procedem com as suas. Protegem,
tecem sansões contra seus pretendidos inimigos pelos mesmos, criam
guerras comerciais e avidamente almejam não perder sob nenhuma
hipótese. Não é isso uma plataforma de qualquer rótulo, mas uma
questão meramente de método matemático, de mensuração lógica da
possibilidade real do que seja o desenvolvimento em uma nação,
quando isenta de interesses internos em relação ao jugo que os
imperialistas, ou aqueles que detém o poder, bélico ou não,
pretendem usurpar de alguns países – quando de acordos comerciais
– mais pobres seu modal de progresso, eficiência em suas
indústrias e recuperação social em virtude da cronicidade em que o
terceiro mundo passa a assumir na posição fora da vanguarda dos
emergentes.
A
desigualdade entre as riquezas das nações gera a desigualdade
interna dentro destas, acabando por refletir nos mais ricos, mesmo
dentro de países mais fechados, ou blocos comerciais, desavenças
internas e não compreensão de aspectos humanitários claudicantes
que afetam o andamento da engrenagem produtiva. A sociedade deste
novo século, quando assume perfis muito conservadores, tende a
prosseguir com modais obsessivos na retenção de si mesmos contra coisas
que já foram conquistadas desde alguns séculos, como a igualdade entre
os povos, suas etnias, a garantia de manifestações culturais e a
livre expressão em diversas escalas, onde a arte popular possa
florescer como a erudita. Obviamente, para um país mais rico é uma
condição vital de que a sua indústria de entretenimento seja tão
invasiva quanto pouco expressiva é a condição cultural de outro
país: este mais pobre, que funcione como um ramal daquele.
Quando
temos uma cultura prejudicada como no Brasil, onde o nulo cultural é
forte e destrutivo, há que se romper o ciclo que fatalmente em
países ricos encontrará a sua própria contradição, onde sua
indústria cultural acaba também por fazer fenecer quaisquer
movimentos internos que contestem o sistema crua e despoticamente
estabelecido dentro do eterno paradigma do que pode ser transformado
em lucro e aquilo que transcende o ganho por necessidade intrínseca
de expressão, o que gera como exemplo os vandalizadores das
pichações, os jornais parciais, a mídia televisiva tendenciosa, a
música não popularizada, mas pop, e a estranha concepção de que
se alcança o reino dos céus aquele que está abençoado pelos
ganhos materiais. O fator do desenvolvimento dessa forma vem embalado
como uma rotina perdedora, quando visto o lado humano da questão e o
ideal da arbitrariedade da justiça acaba corroborando o mesmo
sistema, pois aquela serve o status quo, e não a possibilidade oposta.
Portanto,
para que a cidadania não se perca em uma sociedade ou nação mais
pobre, há que se reverter o desenvolvimento para fora tão somente,
e que surja o acréscimo dos dividendos internos, das permissões
justas, de uma cultura mais nacionalista, da erradicação do
preconceito, e do compartir daquilo que venha de fora como retrato
cabal e necessário do não lixo, ou seja, como se reaprendêssemos
que o sanduíche não é nosso prato mais tradicional, que cor de
pele não significa status social, que este não gere desigualdades,
e que repartir a riqueza e defender nossas instituições
democráticas é um caminho a que tenhamos politicamente os recursos
incondicionais para levarmos a termo um desenvolvimento e igualdade
para todos em sua coletividade, ou em nossa qualidade e talento
individuais.
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