Que
tal não seria se não vivêssemos na plêiade das informações quase subcutâneas…
Pontuamos por vezes a linearidade do fato em si, e seria melhor seguirmos esse
curso, ao menos em intenção de contrapormos a uma sociedade de informações
sabermos resgatar de fonte confiável – a depender de critério pessoal
fundamentado – uma veracidade que aponte para um caminho de progresso a que o
nosso pensamento gere a coerência de outros fatos, do que versa a própria
sociedade.
Os
infográficos nos seduzem deveras, podemos achar que quiçá complementem ou
simplifiquem o funcionamento em que passamos o bastão ao computador, em que
muitas vezes não percebemos algum equívoco nessa confiança quase plena e
derradeiramente permanente, no que recebemos dos feedbacks. Estes podem
auxiliar-nos em muitos aspectos, mas a formatação crua de um aspecto repetido
deve nos fazer pensar melhor a respeito, quanto de sabermos que uma obra pode
vir sem o pó de arroz ou a sombra nos olhos do falsete. Resta-nos o ícone da
sociedade contemporânea, e este pode ser cada vez mais reducionista se não
ampliamos nossos canais perceptivos sem necessitarmos de filtragens maiores. Na
verdade que se contrapõe a uma hipócrita questão, esta, como nas cartilhas maquiavelescas,
sempre é válida a compreensão do fato – no mais, de História, ao menos. A
educação que saiba dissecar e reler aqueles ícones ao menos elucida a busca –
por vezes ao invés do nada – de uma relação a estudos mais correlatos.
Por
assim sobramos em real à parte dos fragmentos, na vã tentativa eterna da
integralização de infográficos, mas sobre um manto de utilizações tão
superficiais que a máquina acaba não dando suporte a que percebamos melhor o
que é uma sociedade em construção permanente, quando do mesmo progresso que
almejamos, em um recorrer diuturno em encaixarmos os antigos suportes
expressivos e de condutas como peças chaves da distinção entre a ilusão e a
realidade. Saber da manufatura é indispensável, e por conseguinte relacionarmos
os paradigmas tecnológicos citados na história das civilizações é condição
inequívoca a que nos situemos em nossa verdadeira posição como ser da
atualidade. Assim sobrante a questão, damos sustentação em linhas, parágrafos e
pontos concludentes de mais luzes, onde o conhecimento, liberto de amarras
ortodoxas ou de preconceitos arcaicos, tece o diálogo permanente entre a
matéria e o espírito. Diálogo por vezes inquieto, anímico, concreto, mítico ou
científico, pontuado pela mesma roda que gira em diálogos necessariamente mais
amplos, na construção mais horizontal do contexto coerente das relações
humanas, estas que devem emergir para a conscientização plena de quem somos no
oceano social.
Os
gráficos, informes, as artes visuais, tudo gera um conceito pleno do que antes
seria pintura, agora meios digitais, do que se funde e do que se perde na
memória. Certos “resgates” de nossa cultura informatizada apenas viabilizam
espaços silenciosos, como o exemplo dos museus da fotografia, em sabermos que
os cristais de prata ainda são uma forma de arte, com as velhas máquinas
fotográficas: no saber de se portar o papel fotográfico. Igualmente nos livros
impressos, que a nova ordem ainda não sepultou. E, mesmo que o fizesse, jamais
seriam tão interessantes, pois existem, e em excelentes traduções que não
passaram pelos crivos das “filtragens” contemporâneas. Não há possibilidade de
uma pessoa conhecer a si mesma se não conhece um pouco do passado, enquanto
classe, enquanto ser, pois tudo que percebe e vive passa por um processo
histórico, e o desencontro com a identidade de um povo revela-se o próprio
ignorar-se enquanto entidade coletiva, ou mesmo a revelação da sectarizaçã de um
indivíduo.
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