segunda-feira, 1 de maio de 2017

DOS MUNDOS E DA ALIENAÇÃO

Citar a questão de uma poesia sem quebras de araque
É mais uma questão da loucura em não se consentir
Quando aquele que assume o padecimento não vergue
Na semântica que trasfega e, lenta, não justifica a vida sã.

Pois um que alega algo de querer ser são um dia
Não vê que o ser social lhe imputa as culpas
Que são em belos dias ou em tempestades e procelas
A vida que não pediu que fosse, mas que se conforme.

Ser feliz é saber que existe um amparo que nos redima
A nós enfermos, e que todos saibam que essa é questão
Em que ninguém desconheça o extrapiramidal da medicina
Que no entanto nos salva de uma vida sem qualquer sentido.

Pois que seja único o parecer solene da justiça, em prover
Alguma atenção àqueles que padecem em seus silêncios
De nos sabermos dentro dos círculos dos estigmas
Em que por vezes não acompanhamos certas mudanças...

Os mundos sejam vários para que em um ao menos possamos
Residir em nossas penas pétreas, daquele mármore que ata
Na sua beleza em tornarmo-nos, ainda que incompreendidos,
Os artistas que por eventualidade anacrônica ainda somos!

Resta assumirmos que possuímos um problema, mas que
Outros problemas surgem em uma humanidade afetada
Pela incompreensão em relação ao diverso, ao autêntico
Posto enquanto saiba que seja louco o suficiente em sua lucidez.

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