Citar a questão de uma poesia sem
quebras de araque
É mais uma questão da loucura em não se
consentir
Quando aquele que assume o padecimento
não vergue
Na semântica que trasfega e, lenta, não
justifica a vida sã.
Pois um que alega algo de querer ser são
um dia
Não vê que o ser social lhe imputa as
culpas
Que são em belos dias ou em tempestades e
procelas
A vida que não pediu que fosse, mas que
se conforme.
Ser feliz é saber que existe um amparo
que nos redima
A nós enfermos, e que todos saibam que
essa é questão
Em que ninguém desconheça o
extrapiramidal da medicina
Que no entanto nos salva de uma vida sem
qualquer sentido.
Pois que seja único o parecer solene da
justiça, em prover
Alguma atenção àqueles que padecem em
seus silêncios
De nos sabermos dentro dos círculos dos
estigmas
Em que por vezes não acompanhamos certas
mudanças...
Os mundos sejam vários para que em um ao
menos possamos
Residir em nossas penas pétreas, daquele
mármore que ata
Na sua beleza em tornarmo-nos, ainda que
incompreendidos,
Os artistas que por eventualidade
anacrônica ainda somos!
Resta assumirmos que possuímos um
problema, mas que
Outros problemas surgem em uma
humanidade afetada
Pela incompreensão em relação ao
diverso, ao autêntico
Posto enquanto saiba que seja louco o
suficiente em sua lucidez.
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