Pensemos
por pensar, quem diria, livres são igualmente os pensadores, se esse
significado possa alcançar muitos que abraçam seus mitos e pensam
por através dos seus arquétipos. Talvez carreguemos algo de nosso
subconsciente, talvez tenhamos que derrotar impulsos reptílicos, mas
o que denota que pensemos pode ser da filosofia a pátria de nossas
referências, mesmo que o inconsciente trabalhe de modo duro a fazer
de nós mesmos algumas traduções de nossos instintos. Talvez
tenhamos que, ao pensar de modo mais justo, considerarmos a que
plataforma estamos atuando, e em que situação passamos por
vivenciar em nossas existências. Há verdadeiros escaninhos onde se
encontram as nossas histórias… Gavetas de nossas fases, erros e
acertos, correção de prumos, a navegação que se torna sábia
quando passamos pelas tormentas já de certo modo anteriores,
tornando-nos mais hábeis em enfrentar as futuras, quando nos acomete
de passarmos por outras procelas. A questão simples e pontual, na
pequena visão de quem vive em uma ilha, que sejamos merecidamente
melhores ao pensarmos a questão espiritual que passa a ser cada vez
mais consonante com a realidade tão grave e dura do excesso de apego
que atinge o ser humano nessa navegabilidade tictânica.
As ilhas que passamos a ser, a razão que por vezes nos emperra, o
subterfúgio que obtemos com as nossas desculpas em mantermos o
silêncio, quando por vezes a música das palavras seja tão
importante em algumas horas e tanto igual para posteridades de nossa
história.
Creiamos
que possamos ser histórias nascentes, padrões de reflexos
permanentes, condutas irrigadas pelo húmus da vida, que nessas
crenças sejamos tão humanos quanto o que obtivermos por referência
o direito universal dessa ordem. Os paradigmas que nos retraem no
processo de conscientizarmos a uma maior motricidade existencial, com
os diálogos em que a matéria nos coloca, são por vezes inumeráveis
– posto obstáculos –, mas que a própria dialética nos alça
para padrões de vida mais de luzes do que de sombras, mais da
verdade, menos da farsa… Esse diálogo transparente entre o que é
de fato e suas cunhas ilusórias, quase sempre de entrelaces, no que
pertence a um fato o que não seja realmente – concretamente
falando – exibe faltas e imensos períodos em que grandes massas
vivem por viver uma vida em que suas saídas existenciais são apenas
uma sedação para a recomposição de sua força motriz a se
continuar, e dessa forma permitindo avanços nocivos socialmente, sem
que nada se faça – ao menos de – em consciência. Pensemos que a
grande ilusão não é coisa de maneirismos sociais, ou de brotos do
inconsciente, pois porventura é uma grande indústria com muitas
ferramentas que no fundo gera seus produtos e rótulos para o
entretenimento, mas acaba afastando a identidade de toda uma
população com suas raízes culturais. Esse fomento industrioso
acaba por permitir que todo o conteúdo produzido com receitas
massificantes nos traga ao relento toda uma população que aceitará
mais facilmente padrões de conduta referenciados por essa mesma
indústria. Isso – esse fato incontestável – é uma das razões
que retrata não apenas as raízes culturais já enfraquecidas
geradas economicamente pela globalização excessiva por via de
regra, como a dominação cultural que extrai a oportunidade de
recuperamos a nossa identidade social e pátria. Essas questões de
como se alicerça o pensamento autoral, produtor e diretor dessa
grande “manufatura” é que põem em xeque o que seria realmente
bom para que os cidadãos pudessem realmente usufruir de serviços de
entretenimento de conteúdos com menos violência e menos invasivos.
Obviamente,
devemos sempre inferir que a educação com abertura da possibilidade
de horizontes críticos por parte de alunos e seus mestres seja
colocada como ponta de lança no desenvolvimento econômico e
cultural das diversas populações que habitam nosso grande país, e
qualquer movimento que regrida a partir de premissas inválidas tende
a banalizar o pensamento desde a mais tenra idade, criando bolsões
de ignorância cada vez mais vulneráveis em relação aos grandes
blocos da mídia que manipulam o modo de ser e a opinião do povo.
Por essa motivação em que podemos ainda hoje apostar em um mundo
melhor, tal não seria o rechaço necessário e premente a que
coloquemos as mesmas questões que elucidem os fatos de quem pratica
o conhecimento e a tomada de consciência de modo solidário e
democrático, daqueles que o fazem apenas para defender seus próprios
mecanismos de controle e persuasão sectária, totalmente
dispensáveis, se quisermos pensar em um século atual na estatura em
que o futuro deve estar presente.
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