Qual não fosse a primeira letra de um parágrafo que não fosse
esta. A letra do Quem, a letra do Qual, a letra do Quer, não
necessariamente nessa ordem, pois é apenas uma letra, e suas
palavras uma abstração, mesmo concatenada: quem quer qual, quer
qual quem, qual quem quer, ou as possíveis combinações onde uma
linguagem mais subjetiva poderia adjetivar ou colocar advérbios de
intensidade, que não seja essa conjunção em que o verbo modela e
complementa as ordens… É urgente uma proposta que gere uma
consonância com o que dizemos ou queremos dizer e aquilo que
sublime, nesse diálogo interno, apenas os interesses de estímulos e
respostas: tudo o que nos faz achar que somos ágeis enquanto
inteligentes, com respostas rápidas, prontas, os recortes
hedonistas, e a ilusão de estarmos vivendo um mundo futurista,
apenas ele uma cópia de histórias já corroídas por seus erros.
Quando estamos a ponto – depois de fazermos tremendos estragos na
ordem política do país – de falarmos apenas do amor, de coisas
singelas, queremos ser perdoados por termos (em um quase monólogo da
humanidade em que me posto) da compaixão pelos miseráveis, desde
que estes não saiam dessa condição. Até certo ponto podemos
escolher dar banhos e pratos de comida, mas o ato em si é pontual
como nossas postagens, mas ignoramos o fato de devermos muito mais ao
sistema. As mensagens que mandamos àqueles que pensamos vulneráveis
seguem pelas tabelas de organogramas esquecidos e nunca executados.
Ao pensarmos em uma sociedade melhor fazemos o pacto inexistente com
a sociedade, mas não esquecemos daquelas nem tão anônimas, pois
jogamos nossas cartas nas redes. Até aqui chegamos a um consenso, o
fato exposto e dissecado como tanta é a falta de mistério no modal
construído até então e, se não procuramos, não encontramos, mas
se solitariamente ou em grupos pesquisamos encontramos algum
alicerce, mesmo que se rotule algo que sempre não sabemos de onde
vem e nem para onde segue: quais seus alvos ou interesses… Passamos
a ter uma motivação não propriamente produtiva, mas de serviço si
ne qua non com órgãos e pressupostos organizacionais. Talvez seja
válido, pois criamos a nós mesmos uma interface de consciência,
utilizando o computador como instrumento cabal e imprescindível,
mesmo na história de um pensamento ou nas hachuras de um rabisco
certeiro. Acabamos por encontrar o verbo não situado em terceiros,
nem em quadrantes maiores, mas maiores ainda, a ponto de sermos a
mensagem do ultramar. A garrafa lançada de uma ilha, e que corra
essa palavra pelos continentes, e na realidade isso já é um fato
incontestável. Da luz do poste o escritor vê tudo amarelo, e de seu
note a versão mais clara de uma luz em suas palavras, a luz que
emana de algum significado.
Não precisamos nos ater ao funcionamento de uma máquina extensa e
interligada, mas do verbo que não se situa no braço de quem emerge
de uma cinza, fumando o tabaco que faz parte dos seus dias. Se essa
pequena amostra do que pode ser uma palavra, cabe a que seja de mais
satisfação a quem a produz, mesmo sabendo que não obtém quaisquer
lucros admissivelmente impossíveis diante da ousadia em se pretender
pensante. O figural brinca, os adjetivos não pertencem à pena do
poeta, e que a poesia se faça pensar, pois que quando lemos temos
que brincar com a história… O mundo está fechado em uma concha em
que à distância nos vemos nos terrenos propícios a um diálogo,
mas não se surpreendam se tropeçamos em nós mesmos quando
acreditamos em um midcult que nos atravessa os canais
perceptivos para avisos digitais na intenção de isolar a
autenticidade, que seja, a simplicidade de viver sem sócios.
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