terça-feira, 4 de outubro de 2022

O DIA DA NOITE

 

Quem dirá acirrar ânimos
Quando a noite não encerra apenas um dia
No que seja a luz de um único poste, ainda amarela,
Quanto da via amarela de uma haste de vidas rotas
Pela paráfrase da inconsequente escolha
Entre uma nudez de lápis grises
E onde a gordura de um outro dia nos recolha
Na noite, que seja, de um descanso a mais
Dentro da recolha de um verso, do ponto do encontro
Quando se o infinito, nos se mostra, refez a vida
Do marmóreo e pacífico tom da lucidez do gesto…

A fim de sermos únicos no sentimento, este mesmo se passa
Na crueza do não sentir, que se sinta, pois esse não fazer!

O ato de se entrever uma entrelinha de saber-se o que é anuência
Nas vezes em que a própria lógica encontra seu ponto que equidiste
Nas vertentes do que seja a via mais ápia do que não seja ou não fosse
Em uma roma mal anunciada no projeto que não nos se revele
O conceber um dito que não seja, o algo que não queira
O que se possa falar do sentimento supracitado
E que, porventura, amplie um canal da percepção oculto
Na vereda de uma quimera que brote, por deus, por palavra
Que uma mão feminina não me asfixie no seu agressivo e terno tom

Ao que não termina o amor entre a humanidade que não recai
Àquele que caminha ao rês e é sempre o mais caído, pela graça!

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