quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

VENTANIAS E VERTIGENS

 

Vem a vertigem da noite, em novelos negros, claudicantes,
Como na vida sem ermo sério, sem as longas madeixas
Que nas mulheres caem sobre os ombros, ventanias
De ondas viscerais que encerram quilates de riquezas
Assim, de verter a beleza que não retrai o olhar
Quando nublamos a nossa própria natureza
Aos ventos que de supino crescem…

Assim de sabermos aos ventos quantas ondas temos nos oceanos,
Mesmo enfeixando a tristeza dos tempos de verões de chuva...

Que saem a rebentar as ondas nos costões de pedra
Que dizem mais do que a se dizer de frente ao mar.

No que se diz de algo fantasmagórico, encontramos bruxas
De tempos em tempos, do passadismo algo remoto
Quando nos apercebemos do quinhão do misticismo
Repartindo oferendas ao acaso, vertendo nossos deuses
Nas vértebras de um diamante negro, nos caldos das íris
Em que a resistir uma frase, a dimensão não nos cale!

Resta perguntar aos algoritmos da floresta quantos troncos
Sairão ilesos da carnificina de fogo que se alastra
Como um universo de seres que se acaba frente
Ao ignorar algo doentio e insano de um comportar-se…

Ao que se diria: seremos órfãos de selva milenar
Se mesmo os índios perfazem fileiras a se alimentar
Do ouro escuso, visto serem eles a única proteção humana.

De ocasos raros veste-se uma ilha de rumores,
Qual frente onde encontramos nos ventos as respostas
Em uma semana sombria, que se repete no tempo
Onde, na verdade, reside o mesmo tempo na ocasião do ter.

Folhas secas navegam pelas ruas, e o sopro é forte
A mais de ser que mina as rochas no calor da tempestade
Quando se rumina a ideia, a saber, repetindo cartilhas.

Verte-se o inumerável proc
eder, uma veia de regresso,
Quando somos teóricos do nada, quando relemos o lido,
Quando nos ausentamos de interpretar a Bíblia Sagrada.

O que dista de tudo é a nossa própria ausência
De não sa
bermos mais sequer quem somos nesta salada grega!

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