quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

INTERVALOS INQUIETOS

Uma regra é única e intransponível
E dita cuja perfeita quando próxima
Ao reiterado processo do bom senso,
A simples sensatez, o consenso
De uma urbe que verte seus dilemas,
De uma turba que refaz seus planos
No tempo paragonado, no fluir
Das gentes das ruas, no olhar
Que deixamos escapar pela entrelinha,
Nos vórtices sagrados das escrituras
E no papel redundante de um verbo!

Por vezes
suamos as flores da pátria,
Por vezes o intervalo entre as flores
Esperam o amanhecer inquieto
De alguma primavera que surja
Mesmos quando se aproxima
Um inverno não desejado
Um platô inconsútil
Um uníssono desejar
Ou algo mais que não nos fira
No suposto ocaso de nossa ciência
Quando as vestes do sol nos abandonam
Como algo de imenso respeito
Posto da Natureza de um ser…

Assim de se dizer o para águas
Nas mesmas vestes de nosso corpo
Algo de espiritual floresce a alma
Vertendo uma soberba de esperança
Por sobre laivos de fé e resguardo
Naquilo em que acreditamos ser
Não mais que a Palavra, mas, se tanto,
O farnel de nossos desejos mais crus
A vida por si em nossos curtos dias
Ao que se remende – profilaticamente –
Uma escusa que não se lembre
Da memória mesma que surja
Sobre o tapete de nossos ancestrais
Sobre a ira de Deus, sobre o Justo
No sobrecenho da sinceridade
Que refoga o pão da divina flor.

Na escola de antes, na escola do agora!

Ou mesmo no ensinamento que faz a falta
Quando nos disseram de ante mão
A escrita de alfarrábios antigos que prossegue
Sendo o código de um paradigma
Quanto a sabermos de uma onda
De tantos sufrágios, de tantas desditas
Que nos revele algo de maior em nossas vidas
Que não seja gigante, posto da valentia
Esquecemos por vezes o limite de um per si
Quanto a enumerarmos a aritmética dos opostos
Na métrica de uma poesia, na composição
De um homem invisível a olho nú
Mas, em uma breve busca,
Renitentemente artista e com a pele
Posta escalavrada pelo tempo
E, no entanto, escalada como peixe…

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