sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

DE ANTEMÃO NÃO SE COGITA A HIPÓTESE

 

De véspera não sabemos qual o fundamento de nossas teses,
Nem que sejam hipotéticas, mas vai um fundo de tempo necessário
A que cogitemos a versão mais saliente e robusta do pensar…

Obviamente, temos estrategas em várias áreas da sociedade
Onde se supõe falsamente que a informação seja o tesouro vital
Daqueles que abraçam diversos artifícios para obtê-la
Enquanto outros fazem da salada grega seus atributos!

A coisa mais covarde a se pensar é saber que muitos imiscuem-se
Nas frases de redondas a quadradas, nós vórtices linguísticos
Quando desejam obter alguma conversão, ou mesmo no mítico
Confessionário de uma entrevista onde o que replica deve ser o não.

Esse negativar em um colóquio pode não ser o próximo a se erguer
Uma coluna fragorosa de elementos cáusticos naquilo que se deva
Ou mesmo no registro de uma fala, aí sim, de cunho naturalista
No que se oponha qualquer termo de pesquisa, pois o real é um.

Deveras tivéssemos muitos dos reais, mas o que se pretenda
É apenas o significado acobertado por semântica discreta
No cunho onde o entendimento não abraça toda a causa
Quando esta perpassa sobre letras abissais do infinito!

Desse modo, tenhamos um pouco da dó dos inocentes de espírito
Posto por vezes serem execrados socialmente, e essa toda gente
Não evanesce de hedonismos crus, não são inferiores a ninguém
Somente e tão somente são superiores em sua capacidade de confiar.

Que destes nossos sistemas computacionais, pasmem, não tiramos
Muito o de ganharmos, posto na competitividade exacerbada
Reviramos o tapete dos césares na confluência de uma escala
Onde não sabemos mais do cerne nem do conteúdo fluente da voz.

Salpicamos o verso de sal, recrudescemos nossos instintos
Em uma verdade que rege a vida mais ensombrecida do que tudo
Aquilo que vimos por andar de solertes visões que adornam
Um teto de uma capela, um vitral, quiçá, uma obra de arte sacra.

E segue a poesia, por que não a seguiríamos, se tanto de um dia
Suponhamos que esta não pertença a um mundo tradicionalmente
Circunflexo nas veias que vagueiam em uma rede triunfal
Onde supostamente nos enredamos até o limite do tirocínio…

A rede, esta, suposta rede, net ou outra coisa, sem escala nem rumores
Sem pensarmos no que realmente seja merece uma amplitude de análise
Bem mais acurada do que realmente compreendermos seus vértices
E arestas fortes ou fracas na hierarquia algo jovem de suas conexões.

O pensamento da hipótese na contramão, ou mesmo de véspera,
Como anunciado mais encima, não condiz com uma literatura coerente
E, por um verso sequer de uma enzima que cria seu significado
Remeta-nos ao espaço que revitalize o que seja dito: de contramão!


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